Manuel António Ferreira Deusdado (Rio Frio, Bragança, 7 de Abril de 1858 - Lisboa, 21 de Dezembro de 1918)
Concluiu o Curso Superior de Letras em 1881. Foi professor liceal em Lisboa e nos Açores, Vogal do Conselho Superior de Instrução Pública, Lente auxiliar do Curso Superior de Letras, Sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, doutor honoris causa em Filosofia e Letras pela Universidade de Lovaina.
Foi um destacado pedagogo, co-fundador da Revista de Educação e Ensino. Dedicou-se a estudos filosóficos, pedagógicos, antropológicos e criminais. Sob a influência do magistério de Jaime Moniz e Sousa Lobo, denota inicialmente proximidade com o neokantismo, evoluindo depois na direcção da filosofia de São Tomás de Aquino.
Ferreira Deusdado era católico, monárquico legitimista - defensor da legitimidade da linha dinástica descendente do rei D. Miguel - e municipalista. Ao estudar e divulgar a influência da filosofia de São Tomás de Aquino em Portugal, veio a contribuir para a formação do movimento político-cultural do Integralismo Lusitano.
Ferreira Deusdado partilhava com os jovens integralistas a fé católica, o ideário monárquico e o municipalismo. Em 1915, os integralistas ainda declaravam obediência ao rei deposto D. Manuel II, mas Deusdado não deixou de os saudar efusivamente quando estes se lançaram contra as aspirações imperiais de Afonso XIII de Espanha, no ciclo de conferências da Liga Naval acerca da “Questão Ibérica”: “O viridente lábaro hasteado pelo Integralismo Lusitano está formando legiões. O número cresce cada dia. Ontem era uma centúria, hoje é um manípulo, manhã é uma coorte e a seguir será uma legião invencível".
No ano seguinte, em 1916, Ferreira Deusdado saudou o livro de poemas Epopeia da Planície de António Sardinha. No ensaio sobre "O Século XVII" (1924), Sardinha esclareceu o motivo de uma funda gratidão: "Podemos agradecer ao falecido e ilustre doutor Ferreira Deusdado o inventário da doutíssima actividade dos comentadores coimbrões no seu precioso opúsculo La philosophie thomiste en Portugal" (1898). No livro póstumo de Sardinha, Ao ritmo da ampulheta (1925), ainda por si organizado, surgiu inscrita a seguinte dedicatória:
Concluiu o Curso Superior de Letras em 1881. Foi professor liceal em Lisboa e nos Açores, Vogal do Conselho Superior de Instrução Pública, Lente auxiliar do Curso Superior de Letras, Sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, doutor honoris causa em Filosofia e Letras pela Universidade de Lovaina.
Foi um destacado pedagogo, co-fundador da Revista de Educação e Ensino. Dedicou-se a estudos filosóficos, pedagógicos, antropológicos e criminais. Sob a influência do magistério de Jaime Moniz e Sousa Lobo, denota inicialmente proximidade com o neokantismo, evoluindo depois na direcção da filosofia de São Tomás de Aquino.
Ferreira Deusdado era católico, monárquico legitimista - defensor da legitimidade da linha dinástica descendente do rei D. Miguel - e municipalista. Ao estudar e divulgar a influência da filosofia de São Tomás de Aquino em Portugal, veio a contribuir para a formação do movimento político-cultural do Integralismo Lusitano.
Ferreira Deusdado partilhava com os jovens integralistas a fé católica, o ideário monárquico e o municipalismo. Em 1915, os integralistas ainda declaravam obediência ao rei deposto D. Manuel II, mas Deusdado não deixou de os saudar efusivamente quando estes se lançaram contra as aspirações imperiais de Afonso XIII de Espanha, no ciclo de conferências da Liga Naval acerca da “Questão Ibérica”: “O viridente lábaro hasteado pelo Integralismo Lusitano está formando legiões. O número cresce cada dia. Ontem era uma centúria, hoje é um manípulo, manhã é uma coorte e a seguir será uma legião invencível".
No ano seguinte, em 1916, Ferreira Deusdado saudou o livro de poemas Epopeia da Planície de António Sardinha. No ensaio sobre "O Século XVII" (1924), Sardinha esclareceu o motivo de uma funda gratidão: "Podemos agradecer ao falecido e ilustre doutor Ferreira Deusdado o inventário da doutíssima actividade dos comentadores coimbrões no seu precioso opúsculo La philosophie thomiste en Portugal" (1898). No livro póstumo de Sardinha, Ao ritmo da ampulheta (1925), ainda por si organizado, surgiu inscrita a seguinte dedicatória:
À MEMÓRIA
DO DOUTOR MANUEL FERREIRA DEUSDADO
AMIGO E MESTRE QUERIDO
QUE EM PORTUGAL FOI O PRIMEIRO A ENCONTRAR
PELOS CAMINHOS PERDIDOS
DA INTELIGÊNCIA A DUPLA VERDADE CATÓLICA
E MONÁRQUICA DA NOSSA RAÇA.
DO DOUTOR MANUEL FERREIRA DEUSDADO
AMIGO E MESTRE QUERIDO
QUE EM PORTUGAL FOI O PRIMEIRO A ENCONTRAR
PELOS CAMINHOS PERDIDOS
DA INTELIGÊNCIA A DUPLA VERDADE CATÓLICA
E MONÁRQUICA DA NOSSA RAÇA.
Bibliografia
- 1887 - A necessidade da preparação pedagógica no professorado português, Revista de Educação e Ensino, vol. II, pp. 155-158; 232-235.
- 1888 - Ensaios de Filosofia Actual.
- 1889 - Estudos sobre Criminalidade e Educação, Lisboa.
- 1889 - A Literatura Grega e Latina, Lisboa.
- 1890 - Notas de um Viajante ao Império Russo, Lisboa (reeditado em Angra do Heroísmo em 1916).
- 1890 - Essais de Psychologie Criminelle, Louvain.
- 1890 - Ideias sobre Educação Correcional, Lisboa.
- 1890 - Plano de uma Escola Colonial Portuguesa, Lisboa.
- 1891 - Elementos de Geografia Geral, Lisboa.
- 1891 - O Ensino Carcerário e o Congresso Penitenciário Internacional de São Petersburgo, Imprensa Nacional, Lisboa.
- 1892 - Psicologia Aplicada à Educação, Lisboa, 1892;
- 1892 - O Recolhimento da Mófreita e o Espírito das Ordens Religiosas, Lisboa, 1892;
- 1893 - Corografia de Portugal Ilustrada, Guillard, Lisboa, 1893;
- 1894 - A Antropologia Criminal e o Congresso de Bruxelas, Lisboa, 1894;
- 1896 - A Reforma do Ensino Geográfico, Lisboa, 1896;
- 1896 - La Philosophie Thomiste en Portugal, Bruxelas, 1896 (tradução portuguesa: A Filosofia Tomista em Portugal, Porto, 1978).
- 1898 - Os pauliteiros de Miranda, Diário de Notícias, n.º 11659, de 19 de Maio de 1898.
- 1898 - La philosophie thomiste en Portugal - I; La philosophie thomiste en Portugal - II, in Revue Neo-Scolastique de Philosophie, Lovaina.
- 1898 - A Sugestão Hipnótica na Educação, Lisboa.
- 1902 - Elogio Histórico do Dr. José Augusto Nogueira de Sampaio, Angra do Heroísmo.
- 1903 - Pensamentos, Angra do Heroísmo.
- 1904 - Carta aberta ao Senhor D. Miguel de Bragança, Angra do Heroísmo.
- 1907 - Quadros Açóricos, Angra do Heroísmo.
- 1909 - Educadores Portugueses, Angra do Heroísmo (nova edição crítica, Porto, 1995);
- 1909 - Bosquejo histórico de puericultura. Educadores portugueses.
- 1910 - Perfil do Conselheiro Teixeira de Sousa, Angra do Heroísmo.
- 1912 - Escorços Transmontanos, Angra do Heroísmo.
- 1916 - A Crise do Ideal na Arte, Angra do Heroísmo.
- 1916 - O Senhor D. Manuel V, bispo de Angra, Angra do Heroísmo.