O jornal A Monarquia - diário integralista da tarde (1917-1925), surgiu com Alberto Monsaraz como director e João do Amaral como redactor-chefe.
Publicou-se de 12 de Fevereiro de 1917 a 10 de Fevereiro de 1925. Deveria ser diário mas apenas foram publicados 1198 números em oito anos. Foram muitas as suspensões e interdições.
Durante a agitação político-militar da Monarquia no Norte e de Monsanto (Lisboa), o jornal A Monarquia ficou suspenso de 20 de Janeiro até 18 de Agosto de 1919, retomando a publicação submetido à revista prévia pela polícia, tal como para os jornais Vanguarda (socialista) e Batalha (comunista). Hipólito Raposo substituiu Monsaraz como director.
Em 1919, as prisões ficaram repletas de monárquicos. Havia feridos nos hospitais, sairam muitos monárquicos para o exílio - António Sardinha, Luís de Almeida Braga, Alberto de Monsaraz - houve demissões e perseguições.
De 9 a 26 de Abril de 1920 não se publicaram diários em Lisboa devido à greve geral dos tipógrafos. O jornal A Monarquia só viria a reaparecer autonomamente no dia 12 de Julho de 1920 (publicou-se com outros periódico nas Imprensa da Noite e foi hospede de A Época durante alguns dias).
Essa era a época em que se apreendiam os jornais monárquicos à saída das tipografias e, quando conseguiam sair à rua, eram frequentemente retirados das mãos dos ardinas para se fazerem fogueiras na via pública. No que tocou ao jornal A Monarquia, para o silenciar definitivamente, começou por se lançar um processo crime contra o seu director na altura, Hipólito Raposo. O julgamento teve início no dia 20 de Julho no Tribunal Militar de Santa Clara, por delito de imprensa, tendo Afonso Lopes Vieira sido o seu advogado de defesa.
O processo de encerramento de A Monarquia, em 1922, foi preparado nas páginas de A Capital - diário republicano da noite, através de peças jornalísticas de relevo, publicadas nos dias 3 e 4 de Janeiro e, por fim, na edição da noite do dia 7 de Janeiro [1921-01-07 - Encerramento do diário "A Monarquia"]. No local, foram presos: Vasco de Sousa Falcão Pacheco, estudante do 5º ano de Direito; João Camilo Felix Correia, jornalista de A Monarquia; Augusto da Costa, redactor de A Monarquia; Carlos Baptista Cardoso de Moura, empregado de escritório; Firmino Capela, empregado de escritório; Licínio Miranda, empregado de escritório; António Maria da Luz, cobrador, foi clarim de cavalaria e já respondeu como conspirador no Tribunal Militar.
O jornal A Monarquia viria ainda ser publicado no dia 5 de Maio de 1922 (nº 1194), publicando a nota oficial da Junta Central do Integralismo Lusitano acerca do Pacto de Paris, em 15 de Maio (nº 1195), fazendo a cobertura da reunião dos organismos integralistas após a assinatura do Pacto de Paris, saindo ainda depois mais três números: em 10 de Dezembro de 1922 (1196); em 5 de Abril de 1923 (1197, em pequeno formato e com maior número de páginas); e, por fim, um número extraordinário após a morte de António Sardinha, publicado em 10 de Fevereiro de 1925 (nº 1198).
Eis alguns exemplos de cabeçalhos / excertos das primeiras páginas:
- 1919-09-28 - Luís de Almeida Braga e José Pequito Rebelo - O Relatório da Missão mandada a Londres, junto de Sua Majestade El-Rei, o Senhor Dom Manuel II pela Junta Central do Integralismo Lusitano, em Setembro de 1919 ( in A Monarquia, Lisboa, nº 616, 6 de Dezembro de 1919, [Conclusão])