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Na morte de Barrès

António Sardinha 
...
A Maurice Barrès agradecerei sempre a disciplina exultadora que assim me ensinou  a contemplar no convívio da Terra e dos Mortos.

Depois, tantos anos volvidos de novo deparei com o rasto familiar de Barrès, pisando as estradas amargas do exílio, debaixo do céu imenso de Castela, das grandes catedrais suspensas entre a asa do sonho e a realidade da pedra. Foi em Toledo, purgatório da saudade, que nas águas do Tejo compõe, como num filtro mágico, um diálogo eterno de sedução e desalento. Peregrino dos silêncios expressivos, Maurice Barrès antecedera-me. E se ali a minha dorida aspiração de lusitano já não se acomodava ao sibaritismo elegante do mestre amado de outrora, não deixei por isso de lhe procurar as pisadas e de lhe repetir as andanças.

...
​O divórcio entre o discípulo anónimo e o mestre que Barrès me fôra, começa então, - nos colóquios demorados de Toledo. Eu exigira ao velho burgo imperial mais do que a cor, mais do que a exaltação dos sentidos, mais do que o aprazimento das pupilas. Afrontando o monóculo de Barrès, embrulhei-me num capuz de penitente e, ao lado dos convidados de Greco, tomei lugar no enterro do conde de Orgaz, - no enterro que nunca mais finda.
...
E embora jamais nos avistássemos e nem letra sequer entre os dois se houvesse trocado, assim convivemos Barrès e eu, na cidade em que ambos escutamos, a canção de Espanha, para a interpretar-mos de tão separadora maneira...
...
Morre Barrès, quando a sua obra de escritor, mantendo intacto o ceptro literário, não satisfazia já as ansias das novas gerações.
...
Morreu Maurice Barrès! Herdando de Taine o falso princípio de que o nosso "eu" não é mais do que uma possibilidade permanente de sensações, o seu individualismo literário não lhe permitiu o voo que as atitudes estremadas do nacionalista anunciavam, já desde as campanhas eleitorais de Boulanger, ou divagando pela lagunas de Veneza-a-Morta ou meditando sobre as colinas Lorenas na lição profunda do "Dia-de-Finados". Mas nós não aborrecemos de todo o sumo dos pomos interditos do Romantismo - mordidos que fomos na polpa do coração pela áspide que se esconde nos açafates odorantes do senhor Chateaubriand.
...
O enlevo dos hortos proibidos reteve o escritor na sua jornada para um destino maior e mais belo.

Fotografia
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António Sardinha, 1887-1925
[In Purgatório das Ideias, Lisboa, Ferin, 1929.]
​​...nós não levantaríamos nem o dedo mínimo, se salvar Portugal fosse salvar o conúbio apertado de plutocratas e arrivistas em que para nós se resumem, à luz da perfeita justiça, as "esquerdas" e as "direitas"!

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- António Sardinha (1887-1925) - 
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