Democracia Integralista
Plínio Salgado
Nós, integralistas, sabemos que o Presente contém dentro de si, como uma semente, a árvore da Violência e da Tirania. O Presente é tenebroso como o caroço do "tucuman" da lenda tupi-guarani, que guardava no seio as trevas da noite. A tendência geral é para o aniquilamento completo da liberdade humana, da dignidade, da majestade do Homem. Se deixarmos a semente germinar, caminharemos para as mais truculentas oligarquias, as ditaduras mais humilhantes. A destruição da Personalidade tem sido um ritmo inexorável de marcha. E o mais curioso é que essa marcha se faz em nome da liberdade e numa atitude hipócrita de defesa da democracia.
Nossa atitude, para uma sociedade, cujo cérebro se deformou a tal ponto que a inibe de construir raciocínios puros; para uma sociedade que perdeu a noção do Bem e do Mal; para uma sociedade que se deixa levar, segundo a lei do mínimo esforço, pelo encadeamento dos factos nos quais ela se julga incapaz de intervir; para uma sociedade passiva, de conformistas e comodistas; para uma sociedade cuja visão não atinge um raio excedente a vinte e quatro horas; para uma sociedade, enfim, que se mecanizou segundo as leis do habito, - nossa atitude se apresenta paradoxal, incompreensível.
Daí a razão pela qual nos apontam como "extremistas", destruidores da democracia, partidários da violência. Essas vozes, nós as escutamos como os gritos desesperados do doente que se revolta contra o medico porque atribui à injecção ou à poção receitadas as dores ou a febre da própria enfermidade. No entanto, nós somos os únicos defensores da Democracia neste doloroso instante em que a Democracia já não existe, senão no papel; nas leis ilusórias; nas teorias dos catedráticos; na palavra oficial, afirmando-a; ou nos discursos da oposição, reclamando-a. Somos os únicos defensores da liberdade humana contra a tirania dos hábitos escravizadores e contra a gradual supressão de toda a originalidade, pela imposição de costumes tendentes a abolir qualquer manifestação do poder criador da Personalidade. (Plínio Salgado in Carta-prefácio a Democracia Integralista de Jaime R. Pereira, Rio de Janeiro de 1936, pp. 11-12)
Nossa atitude, para uma sociedade, cujo cérebro se deformou a tal ponto que a inibe de construir raciocínios puros; para uma sociedade que perdeu a noção do Bem e do Mal; para uma sociedade que se deixa levar, segundo a lei do mínimo esforço, pelo encadeamento dos factos nos quais ela se julga incapaz de intervir; para uma sociedade passiva, de conformistas e comodistas; para uma sociedade cuja visão não atinge um raio excedente a vinte e quatro horas; para uma sociedade, enfim, que se mecanizou segundo as leis do habito, - nossa atitude se apresenta paradoxal, incompreensível.
Daí a razão pela qual nos apontam como "extremistas", destruidores da democracia, partidários da violência. Essas vozes, nós as escutamos como os gritos desesperados do doente que se revolta contra o medico porque atribui à injecção ou à poção receitadas as dores ou a febre da própria enfermidade. No entanto, nós somos os únicos defensores da Democracia neste doloroso instante em que a Democracia já não existe, senão no papel; nas leis ilusórias; nas teorias dos catedráticos; na palavra oficial, afirmando-a; ou nos discursos da oposição, reclamando-a. Somos os únicos defensores da liberdade humana contra a tirania dos hábitos escravizadores e contra a gradual supressão de toda a originalidade, pela imposição de costumes tendentes a abolir qualquer manifestação do poder criador da Personalidade. (Plínio Salgado in Carta-prefácio a Democracia Integralista de Jaime R. Pereira, Rio de Janeiro de 1936, pp. 11-12)
Em 20 de Julho de 1936, no Rio de Janeiro, Plínio Salgado escreveu uma carta-prefácio saudando o livro Democracia Integralista de Jayme Regalo Pereira (Rio de Janeiro, Livraria José Olympio, 1936, pp. 7-20). A Carta foi também publicada em A Offensiva, nº 273, R. J., 1 de Setembro de 1936.