"A experiência Salazar virtualmente já terminou - proclama o dr. Rolão Preto que considera a actual orgânica incapaz de resolver os problemas do País / O momento político - O dr. Rolão Preto proclama a falência política, económica e social do regime", Diário de Lisboa, 15 de Janeiro de 1949, pp. 1, 4. [excertos aqui reproduzidos com negritos acrescentados]
... o regime de unidade na diversidade, personalista e comunitário, que devia resultar de uma convergência nacional voluntária para realizar a justa Revolução Nacional Social, o sonho do 28 de Maio, foi totalmente posto de parte para se lhe substituir o sistema que do regime de força só aproveitaria os aspectos ingratos, e do regime de unidade só ficaria um totalitarismo inteiramente inaceitável pelo personalismo vivo dos portugueses. Em tal sistema, na verdade, torna-se desnecessário fazer aceitar, basta impôr, é inutil a persuasão, basta a OBEDIÊNCIA. Num regime em que sociedade civil é absorvida pelo Estado, ...
o monopólio do poder por um grupo que ocupa todas as posições políticas, administrativas, económicas e económico-sociais, um grupo que tem nas mãos, juntamente com todos os órgãos da soberania, todos os elementos de que a sociedade moderna se serve para rectificar erros e castigar desmandos do Poder, essa organização política nacional [o partido único do regime, designado "UNIÃO NACIONAL"] será o triunfo certo da arbitrariedade e da irresponsabilidade pessoal de uma clientela política, jamais vista. Ora, é isto o totalitarismo e pouco importa que ele surja sob o signo da esquerda ou da direita, pois que os processos são idênticos e idênticas são as consequências para a dignidade da pessoa humana.
o monopólio do poder por um grupo que ocupa todas as posições políticas, administrativas, económicas e económico-sociais, um grupo que tem nas mãos, juntamente com todos os órgãos da soberania, todos os elementos de que a sociedade moderna se serve para rectificar erros e castigar desmandos do Poder, essa organização política nacional [o partido único do regime, designado "UNIÃO NACIONAL"] será o triunfo certo da arbitrariedade e da irresponsabilidade pessoal de uma clientela política, jamais vista. Ora, é isto o totalitarismo e pouco importa que ele surja sob o signo da esquerda ou da direita, pois que os processos são idênticos e idênticas são as consequências para a dignidade da pessoa humana.
... o regime de unidade na diversidade, PERSONALISTA E COMUNITÁRIO, que devia resultar de uma convergência nacional voluntária para realizar a justa Revolução Nacional Social, o sonho do 28 de Maio, foi totalmente posto de parte para se lhe substituir o sistema que do REGIME DE FORÇA só aproveitaria os aspectos ingratos, e do REGIME DE UNIDADE só ficaria um totalitarismo inteiramente inaceitável pelo personalismo vivo dos portugueses. Em tal sistema, na verdade, torna-se desnecessário FAZER ACEITAR, basta IMPÔR, é inutil a persuasão, basta a OBEDIÊNCIA. Num regime em que sociedade civil é absorvida pelo Estado, ... /// o monopólio do poder por um grupo que ocupa todas as posições políticas, administrativas, económicas e económico-sociais, um grupo que tem nas mãos, juntamente com todos os órgãos da soberania, todos os elementos de que a sociedade moderna se serve para rectificar erros e castigar desmandos do Poder, essa ORGANIZAÇÃO POLÍTICA NACIONAL será o triunfo certo da arbitrariedade e da irresponsabilidade pessoal de uma clientela política, jamais vista. Ora, é isto o totalitarismo e pouco importa que ele surja sob o signo da ESQUERDA ou da DIREITA, pois que os processos são idênticos e idênticas são as consequências para a dignidade da pessoa humana.
Fonte: Diário de Lisboa, 15 de Janeiro de 1949 [recorte in Arquivo de José de Campos e Sousa]