- "Evocação de António Sardinha", Tribuna de Petrópolis, Ano III, nº 21, Abril de 1951, pp. 1 e 5.

Se o amor da verdade política vos não abrasa, deixai dormir António Sardinha na sombra da sua cova; mas se arde em vós o puro desejo de restituir Portugal à sua disciplina histórica, então, do fundo desta sepultura, electrizando os vossos corações, levantar-se-á, para vos comandar, a clara voz do poeta da Ode às azinheiras - as árvores fieis que abrigaram a tenda de Viriato, assistiram a Jesus Cristo, crucificado, passar as próprias chagas para o escudo branco do primeiro Afonso e não consentiram que as raízes se perdessem no sonho ambicioso de desvendar o mistério das névoa marinhas...
Amigos! ouvi-o bradar:
Cerra o quadrado, Santiago, cerra! Chegou a hora de tornar à terra.