A túnica jogada aos dados
Plínio Salgado
Muitos são os pedaços da Verdade espalhados pelo mundo. Mas a Verdade total, ou simplesmente a Verdade, está no Cristianismo.
É preciso examinar, com espirito isento de prevenções, todas as doutrinas que procuram orientar o Homem para a realização da sua vida pessoal, social, econômica, jurídica, dentro dos círculos familiar, nacional ou universal, para se compreender o mistério da túnica inconsútil de Cristo.
Os soldados romanos, aos pés da Cruz, considerando que aquela túnica tecida, de alto a baixo, sem costuras, não deveria ser dividida, resolveram jogá-la aos dados. Quem tirasse o maior número seria dono da túnica.
O ruído daqueles dados sobre o tambor atravessa vinte séculos e vem ressoar em nossas almas, como um aviso, na confusão dos dias presentes.
E, então, examinamos os estilhaços da Verdade que os homens tomam como se fossem a Verdade inteira, e verificamos serem autênticos, embora incompletos ou mutilados. E, juntando todos, como fazem os arqueólogos com os pedaços de mármore que as escavações descobrem, encontramos os lineamentos rítmicos da estátua em que a intuição dos povos exprimiu a imagem maravilhosa.
Cada sistema filosófico, cada concepção religiosa, cada doutrina política e social traz consigo algo de verdadeiro no que concerne à interpretação do Universo e do Homem, ou no que se refere às normas éticas do procedimento humano.
Mas, do mesmo modo como à Vênus de Milo faltam os braços e à Vitória de Samotrácia falta-lhe a cabeça, também a todas as concepções doutrinárias ou regras morais, engendradas pelos filósofos e pensadores apartados de Cristo, faltam sempre alguns, ou quase todos os elementos de composição da Verdade completa.
E justamente pelo fato de cada grupo tomar a sua fração de verdade e pretender que ela seja integral, os homens lutam uns contra os outros, sem perceber que a porção de verdade que conduzem — junto às outras partes que outros conduzem — iria formar a verdade inteira.
Não se falando nas centenas de partículas de Verdade que andam nas filosofias e nas religiões do mundo, para só nos referirmos ao que se passa na esfera do mundo político da nossa atualidade, chegamos à conclusão de que o grande esforço do homem cristão do nosso tempo deve ser no sentido de harmonizar os fragmentos esparsos pelos quais os homens se estraçalham, para compor a perfeita harmonia.
Fala-se hoje muito numa primeira, numa segunda e numa terceira posição em face dos conflitos internacionais. Eu proporia uma quarta posição, que procure nas três primeiras o que há de certo e que acrescente o que falta a qualquer das três orientações em choque.
A primeira posição é a do socialismo — direi mesmo do comunismo.
A segunda é a do capitalismo.
A terceira é a do nacionalismo, que pretende reagir tanto contra o comunismo como contra o capitalismo.
PRIMEIRA POSIÇÃO
Na posição do socialismo existe uma verdade assentada sobre uma base de erro, base que é a concepção materialista do mundo.
A verdade veio remotamente da sede de justiça de que nos fala o Evangelho e que teve expressão na Utopia de Tomás Morus, como tivera na Antiguidade, em Platão e nas revoluções agrárias da República Romana; e propagou-se nos fins do século XVIII, através da Revolução Francesa e, no século XIX, através dos socialistas utópicos do tipo de Fourier e Saint Simon.
Mas, do mesmo modo como estes sonhadores da justiça social se afastavam de Deus, os seus sucessores — os chamados socialistas científicos — também se afastaram de qualquer consideração dos fins sobrenaturais do Homem. E, mais ainda: procurando no experimentalismo das ciências o alicerce da sua conceituação social e política, foram ao extremo, proclamando o ateísmo dogmático, como princípio, e o materialismo como sistema e método de crítica e de construção.
São estes socialistas científicos, ou marxistas, os que hoje estão em campo, sob duas feições que se distinguem pela diversidade da técnica de ação política: os comunistas da II Internacional subordinados ao comando da Rússia Soviética, e os socialistas da III Internacional (que hoje, de certa maneira, se unem à IV Internacional, correspondente à linha de Trotski).
Sendo a sua origem filosófica a mesma (materialismo inglês e idealismo alemão) temos de considerá-los, pela sua identidade de princípios, uma unidade política, ainda mesmo que as duas correntes se contraponham na prática.
Constituem ambos a chamada primeira posição.
No que concerne à justiça social que dizem pleitear (e hoje é fora de dúvida que o comunismo, pelo menos, já perdeu esse sentido, uma vez que se tornou um mero instrumento de dominação do imperialismo russo) no que concerne àquela proclamada aspiração de justiça, nada temos a opor, em princípio, e o próprio Papa Pio XI, na Encíclica Quadragésimo Anno, excluindo o comunismo como “intrinsecamente perverso”, não deixa de notar que muitas reivindicações propostas pelo socialismo (não todas) coincidem com legítimas aspirações cristãs. Mas, em tudo o mais, o socialismo é erro e somente erro. Pelo que o mesmo Pontífice adverte aos católicos que não devem, de forma alguma, aliar-se aos socialistas. Mas há, ainda, um outro pedaço de verdade contido no socialismo marxista: é o que se refere à crítica do sistema capitalista, ao desenvolvimento do capitalismo, até à sua própria auto-destruição.
Assim como o socialismo utópico dos franceses corresponde ao utilitarismo empírico dos ingleses (Bentham e James Mill), também o socialismo dito científico de Marx corresponde ao utilitarismo científico contido no sistema evolucionista de Spencer. E assim como neste encontramos observações práticas de uma realidade evidente, também encontramos no marxismo irrecusáveis conclusões acerca da origem, desenvolvimento e fim do capitalismo.
É com base nessa crítica marxista que apreciaremos a segunda posição, isto é, a posição do capitalismo.
SEGUNDA POSIÇÃO
Começaremos dizendo que, se o socialismo contém aquelas duas verdades no meio de centenas de mentiras, também o capitalismo contém pedaços de verdade autêntica, no meio de outras tantas mentiras.
A verdade contida no capitalismo é a relativa ao respeito em que toma a iniciativa individual, a liberdade dos indivíduos (não direi pessoas) a qual se consagra nos postulados liberais democráticos. Esse respeito envolve o direito de propriedade, o da livre manifestação do pensamento e das convicções políticas, em suma os direitos humanos fundamentais, embora tomados numa acepção agnóstica. Os erros do capitalismo originam-se da concepção utilitarista da vida, sem nenhuma consideração pelos fins transcendentais do Homem. Ele criou a mentalidade burguesa. A sua fonte real está no utilitarismo inglês, que foi no século passado a grande fábrica do sancho- pancismo que desgraça o mundo moderno pela ausência dos ideais superiores do Homem.
O Capitalismo identifica-se com o Socialismo e até com o Comunismo, porque como estes é materialista. E as desgraças do homem trazidas pelo coletivismo absorvente e totalitário são conseqüências do individualismo exagerado do mundo capitalista. Esse individualismo enfraquece as resistências dos grupos humanos familiares ou nacionais e prepara o advento do coletivismo marxista. Mas o Capitalismo precisa desse individualismo, a fim de ter campo livre para suas explorações, para sua opressão às pessoas e às Nacionalidades. Pugnando pelo individualismo sem freios, não pode evitar que os oprimidos, os revoltados se utilizem dessa válvula para dar expansão à sua luta contra o próprio Capitalismo. A crítica marxista ao Capitalismo demonstra que, na livre concorrência, os mais ricos vão eliminando os menos ricos, levando-os primeiro para a classe média e finalmente para a proletarização. O fabricante, pois, do Comunismo, é, em última análise, o Capitalismo.
TERCEIRA POSIÇÃO
Reagindo contra as duas posições — do Socialismo-Comunismo e do Capitalismo —, surge a terceira: o Nacionalismo. Também, como as duas outras correntes, contém verdades. Para se defender do Comunismo, procura realizar a justiça social executando uma política do tipo trabalhista, ao mesmo tempo ampliando a ação do Estado pela intervenção na livre concorrência. Para se defender do Capitalismo, exacerba o patriotismo e deturpa essa nobre virtude, transformando-a em puro jacobinismo isolacionista, numa época em que os problemas econômicos dos povos se entrosam numa correlação inevitável. Esse Nacionalismo-Socialista, que domina numerosos países, entre os quais a própria Inglaterra de velhas tradições liberais, tranca as nações dentro de suas fronteiras, quer no referente à vida econômica, quer no que importa às relações políticas. Como se vê, há verdades nessa atitude, principalmente quando combate os dois monstros apocalípticos do nosso tempo; mas há erros perigosos no exagero. Pois o monstro mais terrível, que representa perigo mais imediato ao mundo, é o Comunismo. E o exagero da luta (sob todos os pontos de vista justa) contra o Capitalismo, não deve levar a um isolacionismo que só pode favorecer aos desígnios cruéis de Moscou.
A QUARTA E PERFEITA POSIÇÃO
A nossa obra, no Ocidente, deve ser a de verdadeira catequese cristã no mundo capitalista e no mundo nacionalista. Expungir-lhes os erros, fundi-los numa só expressão de defesa dos valores morais oriundos de Cristo e que ainda sobrevivem apesar do paganismo em que nos temos afundado.
Precisamos de missionários para esta obra pela construção da Unidade Cristã do Ocidente. União cristã contra o materialismo: eis o nosso brado angustioso. É a quarta posição, em que deverão juntar-se os fragmentos de verdade das três primeiras, nesta hora grave do mundo.
O rumor dos dados dos soldados romanos aos pés da Cruz deve despertar-nos. Para que compreendamos o misterioso símbolo da túnica inconsútil. O qual não é apenas símbolo de unidade e de expressão total da Verdade, mas ainda o símbolo de uma união de homens e de nações, sem a qual sucumbiremos na pavorosa catástrofe.
Plínio Salgado
[Extraído de: Mensagem às pedras do Deserto, Obras Completas, Vol. 15, pág. 233.]
[negritos acrescentados]
É preciso examinar, com espirito isento de prevenções, todas as doutrinas que procuram orientar o Homem para a realização da sua vida pessoal, social, econômica, jurídica, dentro dos círculos familiar, nacional ou universal, para se compreender o mistério da túnica inconsútil de Cristo.
Os soldados romanos, aos pés da Cruz, considerando que aquela túnica tecida, de alto a baixo, sem costuras, não deveria ser dividida, resolveram jogá-la aos dados. Quem tirasse o maior número seria dono da túnica.
O ruído daqueles dados sobre o tambor atravessa vinte séculos e vem ressoar em nossas almas, como um aviso, na confusão dos dias presentes.
E, então, examinamos os estilhaços da Verdade que os homens tomam como se fossem a Verdade inteira, e verificamos serem autênticos, embora incompletos ou mutilados. E, juntando todos, como fazem os arqueólogos com os pedaços de mármore que as escavações descobrem, encontramos os lineamentos rítmicos da estátua em que a intuição dos povos exprimiu a imagem maravilhosa.
Cada sistema filosófico, cada concepção religiosa, cada doutrina política e social traz consigo algo de verdadeiro no que concerne à interpretação do Universo e do Homem, ou no que se refere às normas éticas do procedimento humano.
Mas, do mesmo modo como à Vênus de Milo faltam os braços e à Vitória de Samotrácia falta-lhe a cabeça, também a todas as concepções doutrinárias ou regras morais, engendradas pelos filósofos e pensadores apartados de Cristo, faltam sempre alguns, ou quase todos os elementos de composição da Verdade completa.
E justamente pelo fato de cada grupo tomar a sua fração de verdade e pretender que ela seja integral, os homens lutam uns contra os outros, sem perceber que a porção de verdade que conduzem — junto às outras partes que outros conduzem — iria formar a verdade inteira.
Não se falando nas centenas de partículas de Verdade que andam nas filosofias e nas religiões do mundo, para só nos referirmos ao que se passa na esfera do mundo político da nossa atualidade, chegamos à conclusão de que o grande esforço do homem cristão do nosso tempo deve ser no sentido de harmonizar os fragmentos esparsos pelos quais os homens se estraçalham, para compor a perfeita harmonia.
Fala-se hoje muito numa primeira, numa segunda e numa terceira posição em face dos conflitos internacionais. Eu proporia uma quarta posição, que procure nas três primeiras o que há de certo e que acrescente o que falta a qualquer das três orientações em choque.
A primeira posição é a do socialismo — direi mesmo do comunismo.
A segunda é a do capitalismo.
A terceira é a do nacionalismo, que pretende reagir tanto contra o comunismo como contra o capitalismo.
PRIMEIRA POSIÇÃO
Na posição do socialismo existe uma verdade assentada sobre uma base de erro, base que é a concepção materialista do mundo.
A verdade veio remotamente da sede de justiça de que nos fala o Evangelho e que teve expressão na Utopia de Tomás Morus, como tivera na Antiguidade, em Platão e nas revoluções agrárias da República Romana; e propagou-se nos fins do século XVIII, através da Revolução Francesa e, no século XIX, através dos socialistas utópicos do tipo de Fourier e Saint Simon.
Mas, do mesmo modo como estes sonhadores da justiça social se afastavam de Deus, os seus sucessores — os chamados socialistas científicos — também se afastaram de qualquer consideração dos fins sobrenaturais do Homem. E, mais ainda: procurando no experimentalismo das ciências o alicerce da sua conceituação social e política, foram ao extremo, proclamando o ateísmo dogmático, como princípio, e o materialismo como sistema e método de crítica e de construção.
São estes socialistas científicos, ou marxistas, os que hoje estão em campo, sob duas feições que se distinguem pela diversidade da técnica de ação política: os comunistas da II Internacional subordinados ao comando da Rússia Soviética, e os socialistas da III Internacional (que hoje, de certa maneira, se unem à IV Internacional, correspondente à linha de Trotski).
Sendo a sua origem filosófica a mesma (materialismo inglês e idealismo alemão) temos de considerá-los, pela sua identidade de princípios, uma unidade política, ainda mesmo que as duas correntes se contraponham na prática.
Constituem ambos a chamada primeira posição.
No que concerne à justiça social que dizem pleitear (e hoje é fora de dúvida que o comunismo, pelo menos, já perdeu esse sentido, uma vez que se tornou um mero instrumento de dominação do imperialismo russo) no que concerne àquela proclamada aspiração de justiça, nada temos a opor, em princípio, e o próprio Papa Pio XI, na Encíclica Quadragésimo Anno, excluindo o comunismo como “intrinsecamente perverso”, não deixa de notar que muitas reivindicações propostas pelo socialismo (não todas) coincidem com legítimas aspirações cristãs. Mas, em tudo o mais, o socialismo é erro e somente erro. Pelo que o mesmo Pontífice adverte aos católicos que não devem, de forma alguma, aliar-se aos socialistas. Mas há, ainda, um outro pedaço de verdade contido no socialismo marxista: é o que se refere à crítica do sistema capitalista, ao desenvolvimento do capitalismo, até à sua própria auto-destruição.
Assim como o socialismo utópico dos franceses corresponde ao utilitarismo empírico dos ingleses (Bentham e James Mill), também o socialismo dito científico de Marx corresponde ao utilitarismo científico contido no sistema evolucionista de Spencer. E assim como neste encontramos observações práticas de uma realidade evidente, também encontramos no marxismo irrecusáveis conclusões acerca da origem, desenvolvimento e fim do capitalismo.
É com base nessa crítica marxista que apreciaremos a segunda posição, isto é, a posição do capitalismo.
SEGUNDA POSIÇÃO
Começaremos dizendo que, se o socialismo contém aquelas duas verdades no meio de centenas de mentiras, também o capitalismo contém pedaços de verdade autêntica, no meio de outras tantas mentiras.
A verdade contida no capitalismo é a relativa ao respeito em que toma a iniciativa individual, a liberdade dos indivíduos (não direi pessoas) a qual se consagra nos postulados liberais democráticos. Esse respeito envolve o direito de propriedade, o da livre manifestação do pensamento e das convicções políticas, em suma os direitos humanos fundamentais, embora tomados numa acepção agnóstica. Os erros do capitalismo originam-se da concepção utilitarista da vida, sem nenhuma consideração pelos fins transcendentais do Homem. Ele criou a mentalidade burguesa. A sua fonte real está no utilitarismo inglês, que foi no século passado a grande fábrica do sancho- pancismo que desgraça o mundo moderno pela ausência dos ideais superiores do Homem.
O Capitalismo identifica-se com o Socialismo e até com o Comunismo, porque como estes é materialista. E as desgraças do homem trazidas pelo coletivismo absorvente e totalitário são conseqüências do individualismo exagerado do mundo capitalista. Esse individualismo enfraquece as resistências dos grupos humanos familiares ou nacionais e prepara o advento do coletivismo marxista. Mas o Capitalismo precisa desse individualismo, a fim de ter campo livre para suas explorações, para sua opressão às pessoas e às Nacionalidades. Pugnando pelo individualismo sem freios, não pode evitar que os oprimidos, os revoltados se utilizem dessa válvula para dar expansão à sua luta contra o próprio Capitalismo. A crítica marxista ao Capitalismo demonstra que, na livre concorrência, os mais ricos vão eliminando os menos ricos, levando-os primeiro para a classe média e finalmente para a proletarização. O fabricante, pois, do Comunismo, é, em última análise, o Capitalismo.
TERCEIRA POSIÇÃO
Reagindo contra as duas posições — do Socialismo-Comunismo e do Capitalismo —, surge a terceira: o Nacionalismo. Também, como as duas outras correntes, contém verdades. Para se defender do Comunismo, procura realizar a justiça social executando uma política do tipo trabalhista, ao mesmo tempo ampliando a ação do Estado pela intervenção na livre concorrência. Para se defender do Capitalismo, exacerba o patriotismo e deturpa essa nobre virtude, transformando-a em puro jacobinismo isolacionista, numa época em que os problemas econômicos dos povos se entrosam numa correlação inevitável. Esse Nacionalismo-Socialista, que domina numerosos países, entre os quais a própria Inglaterra de velhas tradições liberais, tranca as nações dentro de suas fronteiras, quer no referente à vida econômica, quer no que importa às relações políticas. Como se vê, há verdades nessa atitude, principalmente quando combate os dois monstros apocalípticos do nosso tempo; mas há erros perigosos no exagero. Pois o monstro mais terrível, que representa perigo mais imediato ao mundo, é o Comunismo. E o exagero da luta (sob todos os pontos de vista justa) contra o Capitalismo, não deve levar a um isolacionismo que só pode favorecer aos desígnios cruéis de Moscou.
A QUARTA E PERFEITA POSIÇÃO
A nossa obra, no Ocidente, deve ser a de verdadeira catequese cristã no mundo capitalista e no mundo nacionalista. Expungir-lhes os erros, fundi-los numa só expressão de defesa dos valores morais oriundos de Cristo e que ainda sobrevivem apesar do paganismo em que nos temos afundado.
Precisamos de missionários para esta obra pela construção da Unidade Cristã do Ocidente. União cristã contra o materialismo: eis o nosso brado angustioso. É a quarta posição, em que deverão juntar-se os fragmentos de verdade das três primeiras, nesta hora grave do mundo.
O rumor dos dados dos soldados romanos aos pés da Cruz deve despertar-nos. Para que compreendamos o misterioso símbolo da túnica inconsútil. O qual não é apenas símbolo de unidade e de expressão total da Verdade, mas ainda o símbolo de uma união de homens e de nações, sem a qual sucumbiremos na pavorosa catástrofe.
Plínio Salgado
[Extraído de: Mensagem às pedras do Deserto, Obras Completas, Vol. 15, pág. 233.]
[negritos acrescentados]