Após a implantação da República, em 5 de Outubro de 1910, o poeta parnasiano António Macedo Papança, conde de Monsaraz, saiu para o exílio em Paris. Era amigo de António Sardinha, condiscípulo de seu filho Alberto Monsaraz na Universidade de Coimbra. Sardinha era então ainda republicano. Em 30 de Dezembro de 1912, porém, era já bem clara a sua aproximação ao ideário monárquico. Em Monforte, António Sardinha escreve por carta ao conde de Monsaraz:
“... deixe que apertadamente o abrace pelo novo-ano seu amigo que nunca o esquece, sei o que será a amargura da expatriação, na minha alma a sinto, exilado que eu ando também neste país em que já ninguém se conhece, em que uma atmosfera de cinza e catástrofe nos abafa a todos. Pobre Pátria, a nossa, meu Amigo! E como me punge o remorso de haver dado a minha fé ao bando criminoso que nos leilôa! A mãos ambas bato no peito, clamando o meu envergonhado arrependimento. À bondade de V. Ex.cia tenho perdões que pedir. Surdo que eu fui às profecias com que a sua experiência tanto me quis prevenir! Possa ao menos o reconhecimento sincero da minha falha dignificar-me ainda o desaire da desilusão” António Sardinha
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8/10/2022 07:43:37 am
Newspaper practice avoid lead crime special.
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AutoresEstudos Portugueses Histórico
Fevereiro 2021
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