O bom e o mau fascismo
Pequito Rebelo
A nossa mocidade, na desesperada demanda de uma pátria e de um regime que dignamente a encarne, não deve tão pouco deixar-se seduzir pelo ideal mussoliniano como solução do problema português. É certo que a ideia originária do fascismo: a união das vontades sob o símbolo da autoridade não tem nada de condenável e numa primeira fase da sua concretização teve o alto mérito de derrotar o bolchevismo o de reorganizar o Estado italiano que estava reduzido à impotência pelo parlamentarismo decadente. Mas a sua posterior degenerescência, mudando-se em racismo, totalitarismo, imperialismo espoliador, a caminho de um fim catastrófico e abominável, nos proíbe qualquer solidariedade com esse segundo fascismo, embora reconhecendo sempre a legitimidade e benemerência do primeiro. E nem o bolchevismo nem a pseudodemocracia tem autoridade para negar a legitimidade desse primeiro fascismo, porque foram eles os responsáveis pelo seu advento.
- Pequito Rebelo in "Pela liberdade... contra o totalitarismo - O bom e o mau fascismo", Barricada, ?.
- Pequito Rebelo in "Pela liberdade... contra o totalitarismo - O bom e o mau fascismo", Barricada, ?.
COMUNISTAS e pseudo-democratas sem escrúpulo proferem a condenação global do fascismo italiano, mas com isso incorrem num erro histórico e praticam uma injustiça mas, o que é mais, fazem a hábil manobra de manipular a palavra «fascismo» transformando-a em arma de guerra ideológica. Orientaram a sua poderosa propaganda, através da técnica da repetição incessante que dispensa argumentos, no sentido de uma lavagem de cérebros que deixe no espírito do povo duas confusões: o fascismo italiano é todo mau e está carregado de todos os horrores e anátemas; e o fascismo não é já italiano, mas, categoria universal, cuja maldade intrínseca é um dogma infalível, um tabu irrevogável. Com tal mistificação pretendem essas forças negativas fazer esquecer as suas actividades anti-sociais que o primeiro fascismo derrotou, levar em vingança o seu ressentimento pela monumental derrota, impedir qualquer esforço colectivo (que seria logo à priori excomungado como fascista) para reparar os seus estragos actuais e finalmente reservar para si e para o seu proletariado o exclusivo da Ditadura, nessa espécie tornada sacrossanta. Mas ao transformarem assim o fascismo concreto da geografia e da história numa abstracção tendenciosa, elas próprias se tornam vulneráveis a ela e a voz do povo depressa as desmascara e interpela como despótico social-fascismo que de facto são.
NA Europa desorganizada pela primeira guerra mundial e pelas insuficiências do tratado de Versalhes «a legenda da revolução bolchevista começou a exercer sobre as massas a fascinação dos mitos longínquos » (Storza). E a tempestade veio a rebentar na Itália com as violências inauditas do ano vermelho (1920). Mas surgiu um homem vindo aliás do campo socialista e anti-clerical, Mussolini, que descobriu e abriu ao seu povo a estrada certa do nacionalismo e do anti-comunismo. A sua ascensão política foi rápida e triunfal. Logo nos seus primeiros discursos afloram as verdades fecundas: o nacionalismo, a iniciativa privada, o sindicalismo puro, o tradicionalismo romano, o princípio da jerarquia... Nos campos de Ferrara a aliança de camponeses e proprietários desmente o dogma do ódio das elasses...
Depressa vai ganhando simpatias e adesões das massas populares, dos reformistas, das mais diversas forças, desde a Igreja e os militares católicos de Don Sturzo até à maçonaria, ao exército, à Família Real e ao próprio Soberano.
Acaba também por conquistar aceitação internacional e por ser considerado um benemérito da Europa. Segundo uma opinião corrente, tão corrente que a Enciclopédia «Larousse» a consigna: «os estadistas ocidentais consideravam o fascismo uma sã concepção do interesse nacional».
Outro opinanta regista: «parecia a muitos nos Estados Unidos da América que o fascismo era a fórmula de desenvolvimento harmonioso de uma sociedade moderna, tendo em vista particularmente as suas grandiosas realizações: trabalhos públicos, protecção aos trabalhadores, nova ordem corporativa...»
A opinião internacional mostrava-se-lhe, pois, favorável, a influência do seu exemplo exercia-se mesmo sobre vários governos e formavam-se movimentos ou partidos fascistas em vários países.
Mussolini mostrou-se, aliás, sempre mais humano e moderado do que Hitler: não houve na Itália campos de concentração de 1922 a 1945, nem execuções capitais e eram poucos os presos políticos. De princípio não manifestou ideias racistas ou anti-semiticas.
Em certa data esse homem que viera da esquerda disse a palavra famosa: «É preciso termos a coragem de sermos monárquicos».
E veio a ter a não menos célebre audiência com Victor Manuel e nela reconheceu e sentiu emocionado como a Nação estava autenticamente representada na pessoa do Soberano a quem solenemente prometeu lealdade... E veio mais tarde o dia 28 de Outubro de 1923, em que Victor Manuel com a sua sensatez e sentimento do dever, aconselhado por Giolliti e outros homens públicos, recusou a sua assinatura ao decreto do estado de sítio que lhe era proposto e assim abriu a estrada do governo a Mussolini que deste modo não tomou o poder pela força.
Identificado assim com a Monarquia, depressa Mussolini se aproximou também da Igreja por meio de hábeis e laboriosas negociações que acabaram por resolver a antiga e muito difícil questão romana com os tratados de Latrão, sucesso retumbante que encheu de júbilo o Papa, a Igreja, a Nação Italiana e o Rei.
Em 1929 um plebiscito nacional quase unânime veio consagrar no seu apogeu, como uma apoteose, a política de Mussolini.
O primeiro fascismo ostentava perante o mundo a sua operosidade magnífica; e agora no caminho de se aproximar da Igreja e da Monarquia iria beneficiar das suas influências moderadoras e do influxo dos seus altos princípios morais e institucionais para se salvaguardar dos perigos do poder arbitrário e da tentação totalitarista.
NA Europa desorganizada pela primeira guerra mundial e pelas insuficiências do tratado de Versalhes «a legenda da revolução bolchevista começou a exercer sobre as massas a fascinação dos mitos longínquos » (Storza). E a tempestade veio a rebentar na Itália com as violências inauditas do ano vermelho (1920). Mas surgiu um homem vindo aliás do campo socialista e anti-clerical, Mussolini, que descobriu e abriu ao seu povo a estrada certa do nacionalismo e do anti-comunismo. A sua ascensão política foi rápida e triunfal. Logo nos seus primeiros discursos afloram as verdades fecundas: o nacionalismo, a iniciativa privada, o sindicalismo puro, o tradicionalismo romano, o princípio da jerarquia... Nos campos de Ferrara a aliança de camponeses e proprietários desmente o dogma do ódio das elasses...
Depressa vai ganhando simpatias e adesões das massas populares, dos reformistas, das mais diversas forças, desde a Igreja e os militares católicos de Don Sturzo até à maçonaria, ao exército, à Família Real e ao próprio Soberano.
Acaba também por conquistar aceitação internacional e por ser considerado um benemérito da Europa. Segundo uma opinião corrente, tão corrente que a Enciclopédia «Larousse» a consigna: «os estadistas ocidentais consideravam o fascismo uma sã concepção do interesse nacional».
Outro opinanta regista: «parecia a muitos nos Estados Unidos da América que o fascismo era a fórmula de desenvolvimento harmonioso de uma sociedade moderna, tendo em vista particularmente as suas grandiosas realizações: trabalhos públicos, protecção aos trabalhadores, nova ordem corporativa...»
A opinião internacional mostrava-se-lhe, pois, favorável, a influência do seu exemplo exercia-se mesmo sobre vários governos e formavam-se movimentos ou partidos fascistas em vários países.
Mussolini mostrou-se, aliás, sempre mais humano e moderado do que Hitler: não houve na Itália campos de concentração de 1922 a 1945, nem execuções capitais e eram poucos os presos políticos. De princípio não manifestou ideias racistas ou anti-semiticas.
Em certa data esse homem que viera da esquerda disse a palavra famosa: «É preciso termos a coragem de sermos monárquicos».
E veio a ter a não menos célebre audiência com Victor Manuel e nela reconheceu e sentiu emocionado como a Nação estava autenticamente representada na pessoa do Soberano a quem solenemente prometeu lealdade... E veio mais tarde o dia 28 de Outubro de 1923, em que Victor Manuel com a sua sensatez e sentimento do dever, aconselhado por Giolliti e outros homens públicos, recusou a sua assinatura ao decreto do estado de sítio que lhe era proposto e assim abriu a estrada do governo a Mussolini que deste modo não tomou o poder pela força.
Identificado assim com a Monarquia, depressa Mussolini se aproximou também da Igreja por meio de hábeis e laboriosas negociações que acabaram por resolver a antiga e muito difícil questão romana com os tratados de Latrão, sucesso retumbante que encheu de júbilo o Papa, a Igreja, a Nação Italiana e o Rei.
Em 1929 um plebiscito nacional quase unânime veio consagrar no seu apogeu, como uma apoteose, a política de Mussolini.
O primeiro fascismo ostentava perante o mundo a sua operosidade magnífica; e agora no caminho de se aproximar da Igreja e da Monarquia iria beneficiar das suas influências moderadoras e do influxo dos seus altos princípios morais e institucionais para se salvaguardar dos perigos do poder arbitrário e da tentação totalitarista.
*
INFELIZMENTE não foi assim. Tal como o hitlerismo o fascismo acabou por se corromper.
Como que vieram à superfície na alma de Mussolini os estigmas do seu passado socialista e anti-religioso, o seu temperamento violento e indomável, a má influência de Hitler...
O seu catolicismo era em verdade superficial; não era uma fé, mas apenas uma crença na utilidade nacional e social da religião.
E assim aconteceu que pouco tempo passado sobre os gloriosos acordos de Latrão, Mussolini não resistiu a proferir afirmações ofensivas para a Igreja e mais tarde surgiu o grave conflito sobre a educação da mocidade e ocorreram as agressões fascistas contra organizações católicas. Pio XI reagiu com a encíclica Non abbiamo bisogno e morreu desolado. Mussolini em 1938 dizia a Ciano que se estava a tornar anti-católico! O mesmo Mussolini que um dia dissera ter sido grande erro de Napoleão a luta contra o Papa...
Como que vieram à superfície na alma de Mussolini os estigmas do seu passado socialista e anti-religioso, o seu temperamento violento e indomável, a má influência de Hitler...
O seu catolicismo era em verdade superficial; não era uma fé, mas apenas uma crença na utilidade nacional e social da religião.
E assim aconteceu que pouco tempo passado sobre os gloriosos acordos de Latrão, Mussolini não resistiu a proferir afirmações ofensivas para a Igreja e mais tarde surgiu o grave conflito sobre a educação da mocidade e ocorreram as agressões fascistas contra organizações católicas. Pio XI reagiu com a encíclica Non abbiamo bisogno e morreu desolado. Mussolini em 1938 dizia a Ciano que se estava a tornar anti-católico! O mesmo Mussolini que um dia dissera ter sido grande erro de Napoleão a luta contra o Papa...
*
Paralela discrepância se foi dando em relação ao poder real.
Viu-se então que também era superficial e meramente oportunista o monarquismo de Mussolini.
Ele próprio dizia: «a questão das formas políticas de um Estado não é hoje proeminente». Assim não admira que a sua identificação com a Monarquia nunca chegasse a ser perfeita e com o tempo se fosse deteriorando.
Ao atribuir ao Grande Conselho Fascista competência para intervir na sucessão da Coroa e em certo momento retirou ao Rei o comando supremo dos exércitos!
Estes atentados contra o princípio da Monarquia muito indispuseram o Soberano e conduziram ao malogro da política de aproximação.
Rebelde a qualquer lei superior, moral ou institucional, o fascismo entregue ao seu orgulho, corrompia-se. Aparecia o segundo fascismo, o mau fascismo, totalitário, racista, factor de ilimitada capacidade imperialista. As prodigiosas vitórias de Hitler suscitavam em Mussolini uma espécie de emulação no terreno perigoso da aventura militar. Conquista a Albânia e logo pensa em atacar a Croácia e a Grécia! Não lhe bastara a conquista da Abissínia!
Que já nessa conquista a jactância fascista se exprimira em termos memoráveis: «Mussolini, ministro das Forças Armadas, preparou, conduziu e venceu a maior guerra colonial que a História recorda, a qual ele, chefe do governo do Rei, intuiu e quiz para o prestígio, a vida e a grandeza da Pátria fascista».
(A esta ufania nós poderíamos contrapor o justo orgulho pela epopeia de Cristóvão da Gama e dos seus 450 portugueses intervindo em 1517 na mesma Etiópia, não para a conquistar, mas para salvá-la da conquista muçulmana: melhor poderíamos nós dizer pela nossa parte ter sido essa a mais bela façanha ultramarina que a história recorda!...)
Lançados na via do imperialismo desenfriado, Hitler e Mussolini serão como jogadores a quem a Fortuna enganou com lances iniciais felizes e que vão dobrando a parada sem a prudência de a tempo abandonarem o jogo.
Como diz Roux, Mussolini passou a ser bem diferente do que era havia 3 anos: espírito de apaixonado e prudente. Parecia ter perdido o bom senso! Sofria o desvio dos Czares, o que afectou Alexandre, Napoleão, Estaline, a auto-corrupção do poder arbitrário sem lei superior.
E assim Mussolini depressa chegou à sua rocha Tarpeia: à queda da sua irrisória república social de Salo e à sua própria morte ignominiosa.
(E na sua morte se viu exposta no mesmo patíbulo aquela que foi a cúmplice do seu pecado de homem, como a advertia o mundo de que a lei moral é só uma e que os pecados privados dos homens públicos são sempre em certo modo pecados públicos porque aos pecados públicos de facto os arrastam...)
Viu-se então que também era superficial e meramente oportunista o monarquismo de Mussolini.
Ele próprio dizia: «a questão das formas políticas de um Estado não é hoje proeminente». Assim não admira que a sua identificação com a Monarquia nunca chegasse a ser perfeita e com o tempo se fosse deteriorando.
Ao atribuir ao Grande Conselho Fascista competência para intervir na sucessão da Coroa e em certo momento retirou ao Rei o comando supremo dos exércitos!
Estes atentados contra o princípio da Monarquia muito indispuseram o Soberano e conduziram ao malogro da política de aproximação.
Rebelde a qualquer lei superior, moral ou institucional, o fascismo entregue ao seu orgulho, corrompia-se. Aparecia o segundo fascismo, o mau fascismo, totalitário, racista, factor de ilimitada capacidade imperialista. As prodigiosas vitórias de Hitler suscitavam em Mussolini uma espécie de emulação no terreno perigoso da aventura militar. Conquista a Albânia e logo pensa em atacar a Croácia e a Grécia! Não lhe bastara a conquista da Abissínia!
Que já nessa conquista a jactância fascista se exprimira em termos memoráveis: «Mussolini, ministro das Forças Armadas, preparou, conduziu e venceu a maior guerra colonial que a História recorda, a qual ele, chefe do governo do Rei, intuiu e quiz para o prestígio, a vida e a grandeza da Pátria fascista».
(A esta ufania nós poderíamos contrapor o justo orgulho pela epopeia de Cristóvão da Gama e dos seus 450 portugueses intervindo em 1517 na mesma Etiópia, não para a conquistar, mas para salvá-la da conquista muçulmana: melhor poderíamos nós dizer pela nossa parte ter sido essa a mais bela façanha ultramarina que a história recorda!...)
Lançados na via do imperialismo desenfriado, Hitler e Mussolini serão como jogadores a quem a Fortuna enganou com lances iniciais felizes e que vão dobrando a parada sem a prudência de a tempo abandonarem o jogo.
Como diz Roux, Mussolini passou a ser bem diferente do que era havia 3 anos: espírito de apaixonado e prudente. Parecia ter perdido o bom senso! Sofria o desvio dos Czares, o que afectou Alexandre, Napoleão, Estaline, a auto-corrupção do poder arbitrário sem lei superior.
E assim Mussolini depressa chegou à sua rocha Tarpeia: à queda da sua irrisória república social de Salo e à sua própria morte ignominiosa.
(E na sua morte se viu exposta no mesmo patíbulo aquela que foi a cúmplice do seu pecado de homem, como a advertia o mundo de que a lei moral é só uma e que os pecados privados dos homens públicos são sempre em certo modo pecados públicos porque aos pecados públicos de facto os arrastam...)
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CORROMPEU-SE o fascismo pelos erros e pecados dos homens, mas também e sobretudo a causa do seu fracasso final esteve no ser seu totalitarismo dos últimos tempos, rebelde à lei moral representada pela Igreja e à política natural e histórica representada pela instituição dinástica.
Escreveu Georges Roux, o biógrafo de Mussolini, que temos seguido por vezes quase textualmente: «Se Mussolini se tivesse mostrado mais hábil, se se tivesse contentado com ser o Richelieu deste Luís XIII; se o seu temperamento de um selvagem primitivismo se não tivesse recusado a toda a espécie, o seu destino teria sido muito outro e a sua obra mais duradoira».
Ter-se-ia realizado assim a eficaz cooperação de um Génio que uma estrela fatídica impelia através das tempestades da história, com a influência moderadora de um homem que como homem dispunha desses grandes valores que são o senso comum e o sentido do dever e como rei era depositário da sabedoria de séculos que a instituição dinástica encerra.
Também podemos supor que, se Mussolini tivesse levado a sua política religiosa tão bem começada à sua plena identificação com o catolicismo, a influência moderadora da Igreja poderia ter evitado ou minorado a tragédia final. Concluindo podemos dizer que tudo o que nos mostrou este brevíssimo estudo só nos confirma a evidência de que as ditaduras legítimas na sua defesa inicial, logo deixarão de o ser e se corromperão se não se transformarem em regimes de legitimidade definitiva e integral.
JOSÉ PEQUITO REBELLO
[negritos acrescentados]
Escreveu Georges Roux, o biógrafo de Mussolini, que temos seguido por vezes quase textualmente: «Se Mussolini se tivesse mostrado mais hábil, se se tivesse contentado com ser o Richelieu deste Luís XIII; se o seu temperamento de um selvagem primitivismo se não tivesse recusado a toda a espécie, o seu destino teria sido muito outro e a sua obra mais duradoira».
Ter-se-ia realizado assim a eficaz cooperação de um Génio que uma estrela fatídica impelia através das tempestades da história, com a influência moderadora de um homem que como homem dispunha desses grandes valores que são o senso comum e o sentido do dever e como rei era depositário da sabedoria de séculos que a instituição dinástica encerra.
Também podemos supor que, se Mussolini tivesse levado a sua política religiosa tão bem começada à sua plena identificação com o catolicismo, a influência moderadora da Igreja poderia ter evitado ou minorado a tragédia final. Concluindo podemos dizer que tudo o que nos mostrou este brevíssimo estudo só nos confirma a evidência de que as ditaduras legítimas na sua defesa inicial, logo deixarão de o ser e se corromperão se não se transformarem em regimes de legitimidade definitiva e integral.
JOSÉ PEQUITO REBELLO
[negritos acrescentados]