Raça = Grei = Povo
Os Integralistas lusitanos usaram a palavra "Raça" na acepção de Grei, sinónimo de Povo, Sociedade, Nação.
Antes de 1914, o jovem republicano António Sardinha poderá ter entendido que a nação portuguesa se fundava num critério étnico, moral e social, em linha com Teófilo Braga e com os homens da revista Portugalia (1899-1908) - Ricardo Severo, Rocha Peixoto, Fonseca Cardoso - onde, sob o moto "pola Grey", se tinham proposto estudar a nação portuguesa como um organismo étnico com vida própria independente.
Em Abril de 1914, ao ser lançado o movimento de ideias políticas do Integralismo Lusitano foi adoptado o CORPO (Pelicano, alimentando as crias com o seu próprio sangue) e a ALMA (Pola lei e pola grei) da Divisa de D. João II.
No ano seguinte, ao publicar O Valor da Raça, Sardinha explicou o título do livro nos seguintes termos: "A ideia de Raça entre nós é em Frei Bernardo de Brito que aparece pela primeira vez. A concepção jurídica de um todo uno, idêntico na composição e no destino, já se definira, no entanto, com D. João II. É o conceito político de Grey que, nascido da sociologia tomista por derivação do De regimine principum, se alenta soberanamente nessa admirável hora de Quatrocentos em que o coração da Nacionalidade bate sereno e regular."
Sardinha identifica pois a "Raça" ( = Grey) como sinónimo de "Povo" ou "Nação", mas passando a considerá-la, por via do pensamento de São Tomás de Aquino, como um "conceito jurídico", vindo o seu Valor a revelar-se-lhe, mais do que pela etnia, pelas instituições e pelo espírito que as vivifica - no municipalismo e no localismo.
Ao converter-se ao ideário monárquico, Sardinha mantinha-se fiel ao moto "pola Grey" - ao tradicional carácter democrático da nação portuguesa defendido pelos homens da Portugalia - mas despromovendo os seus fundamentos ou razões de ordem étnica.
Em 1922, ao relançar a revista Nação Portuguesa, Sardinha surgiu já liberto de quaisquer resquícios conceptuais de base naturalista ou étnica, escrevendo: "uma nacionalidade é sobretudo uma alma, um valor espiritual, um génio" ["Porque voltámos"].
Em 1933, é nessa acepção que no Nacional-Sindicalismo se usa a palavra "Raça": "a Nação Portuguesa é uma realidade histórica e económica imposta pela Terra, pela Língua, pelas Tradições e pela Raça" [Princípios do Nacional-Sindicalismo, in Revolução, Ano II, Suplemento ao nº 415, 25 de Julho de 1933, p. 2.]
Antes de 1914, o jovem republicano António Sardinha poderá ter entendido que a nação portuguesa se fundava num critério étnico, moral e social, em linha com Teófilo Braga e com os homens da revista Portugalia (1899-1908) - Ricardo Severo, Rocha Peixoto, Fonseca Cardoso - onde, sob o moto "pola Grey", se tinham proposto estudar a nação portuguesa como um organismo étnico com vida própria independente.
Em Abril de 1914, ao ser lançado o movimento de ideias políticas do Integralismo Lusitano foi adoptado o CORPO (Pelicano, alimentando as crias com o seu próprio sangue) e a ALMA (Pola lei e pola grei) da Divisa de D. João II.
No ano seguinte, ao publicar O Valor da Raça, Sardinha explicou o título do livro nos seguintes termos: "A ideia de Raça entre nós é em Frei Bernardo de Brito que aparece pela primeira vez. A concepção jurídica de um todo uno, idêntico na composição e no destino, já se definira, no entanto, com D. João II. É o conceito político de Grey que, nascido da sociologia tomista por derivação do De regimine principum, se alenta soberanamente nessa admirável hora de Quatrocentos em que o coração da Nacionalidade bate sereno e regular."
Sardinha identifica pois a "Raça" ( = Grey) como sinónimo de "Povo" ou "Nação", mas passando a considerá-la, por via do pensamento de São Tomás de Aquino, como um "conceito jurídico", vindo o seu Valor a revelar-se-lhe, mais do que pela etnia, pelas instituições e pelo espírito que as vivifica - no municipalismo e no localismo.
Ao converter-se ao ideário monárquico, Sardinha mantinha-se fiel ao moto "pola Grey" - ao tradicional carácter democrático da nação portuguesa defendido pelos homens da Portugalia - mas despromovendo os seus fundamentos ou razões de ordem étnica.
Em 1922, ao relançar a revista Nação Portuguesa, Sardinha surgiu já liberto de quaisquer resquícios conceptuais de base naturalista ou étnica, escrevendo: "uma nacionalidade é sobretudo uma alma, um valor espiritual, um génio" ["Porque voltámos"].
Em 1933, é nessa acepção que no Nacional-Sindicalismo se usa a palavra "Raça": "a Nação Portuguesa é uma realidade histórica e económica imposta pela Terra, pela Língua, pelas Tradições e pela Raça" [Princípios do Nacional-Sindicalismo, in Revolução, Ano II, Suplemento ao nº 415, 25 de Julho de 1933, p. 2.]
Em contraste, as concepções étnicas da nação portuguesa continuaram a encontrar expressão sobretudo nos ambientes intelectuais republicanos, sendo notórias em autores como Aquilino Ribeiro e Raúl Proença:
27 de Junho de 2025
J. M. Q.
- Aquilino Ribeiro, "Em torno do problema da raça", Homens Livres, nº 1, 1 de Dezembro de 1923, p. 14
- Raul Proença, Panfletos - I - A Ditadura Militar, Lisboa, 1926. (Neste panfleto, Raúl Proença defendeu uma "Política Raça" ou da Eugenia; pp. 57-66: "Temos de procurar, pois, na Eugenia, a defesa da Raça, instaurando uma verdadeira Política Fisiológica (a mais importante de todas); defendendo o Português de maiores abastardamentos, fazendo assim todo o possível para uma regressão ao tipo original" (p. 65)
27 de Junho de 2025
J. M. Q.
Relacionado