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Éclogas de Agora

1/1/2021

1 Comentário

 
Imagem
Afonso Lopes Vieira, retrato por Columbano Bordalo Pinheiro (1910)
​Afonso Lopes Viera

Éclogas de Agora (2ª) de Afonso Lopes Viera (1º ed., Set-Out., Edição de Autor, 1935) que foram "retiradas da distribuição" pouco depois de publicadas. Entre parêntesis rectos seguem algumas anotações julgadas necessárias a uma melhor clarificação do seu conteúdo histórico.


Interlocutores: Hipério [Hipólito Raposo] e Viviano [o Autor]


Viviano

Ó solidão, ditosa companhia
se no-la enche a consciência alegre!
Val-de-Lobos das almas que não vergam!
Exílio, pátria dos honrados homens!...


Quando emprego os meus olhos
em tudo o que é passado
louvo o alto destino
que nos deixou de banda entre os festeiros
das funções deste prado
para ficarmos firmes e leais,
alheios à festança
de tanta vã mentira,
de tanta dor do gado,
inimigos de tantos maiorais!...


Esse gado mesquinho defendemos
tantos anos seguidos,
levantando os cajados
contra os lobos que assaltam os rebanhos,
desde os lobos azuis [monárquicos liberais-constitucionais, que vieram a fornecer ao Estado Novo o grosso da sua componente de apoiantes monárquicos]
(já muito desdentados)
té os vermelhos lobos [comunistas]
de perigosa goela!
E agora novos lobos [corporativistas de Estado - Salazaristas]
com fereza gelada
devoram as ovelhas,
assaltam a manada,
mandando que nem brado ou voz se solte
por que não se importunem tais orelhas!...


Silêncio assim tão novo
jamais pesou nos prados;
os rebanhos arquejam sufocados,
e nós, zagais do povo,
já deixámos as frautas e as cantigas
para apertar o punho dos cajados.
Que razão tem, pastores,
que nos tolham a voz?
Quem poderá jamais justificá-lo?
Se o que foi feito por amor de nós
é bom, deixai-nos todos bendizê-lo,
se é mau, devemos todos condená-lo!...


Mordaças não convêm a lusas bocas;
e senão vêde aqueles
grandes zagais antigos,
glórias desta ribeira,
chamados Gil Vicente
e Luís de Camões
e padre António Vieira,
que todos foram bravos,
todos falaram rijo
na Portuguesa Língua forte e clara
ou no paço dos reis
ou no divino Poema
ou na defesa épica de escravos!...


E nós, zagais que fomos
os primeiros na luta destemida,
havemos de ficar assim calados,
mais medrosos que os gados,
como ovelha que bala de perdida?
E quem manda calar-nos?
Esses que se abrigavam
nas cabanas amigas
ou nas tocas seguras
quando se armavam cá no prado as brigas!...


Hipério, amigo forte,
peguemos outra vez nestes cajados
tão useiros ao jogo
e de novo saiamos
com bravura e ardil
a pelejar co’os lobos que ajudámos
a penetrar no fundo do redil!...


Hipério

Sim, Viviano amigo,
Quando recordo os nossos companheiros,
uns já mortos, os outros desterrados,
minha alma se enternece e se faz triste.
Quanto esforço que andámos dispendendo,
quanta renúncia aos cómodos da vida!
Quanta estúpida injúria recebida
desses próprios que andámos defendendo.

Lembra-me o alto Antonius [António Sardinha]
que do jardim da raia,
cidade forte e branca,
com a pressa de quem pressente a morte
tanta luz derramou por estes prados!
Outro morreu primeiro,
moço e de mente clara,
Cordário [Adriano Xavier Cordeiro] era o seu nome;
Brácaro [Luís de Almeida Braga], zagal fino
que se apurou em Flandres,
lá guarda solitário o seu rebanho;
Monsário [Alberto Monsaraz] trespassado
na peleja dos lobos,
vive longe de nós, em terra alheia;
Rebélio [José Pequito Rebelo] tão experto
nos profundos segredos da lavoura,
nunca foi por ninguém aproveitado;
Lucius [Afonso Lucas] foi salteado
e nos risos amargos se consola...
Meu Deus, que triste sorte!...
Todos no exílio, todos,
ou na pátria ou na morte.


Viviano

E tu próprio estiveste
preso em choupana agreste
donde não pude defender-te quando
maiorais, hoje lobos,
ouviram minha fala
que na ribeira Clara fui botando

[Referência ao julgamento de Hipólito Raposo no Tribunal de Santa Clara, no qual Afonso Lopes Vieira foi seu advogado de defesa]


Hipério

E tu mesmo, que foste perseguido
por furiosos zagais
quando cantaste esse zagal sem nome

​[referência à prisão de Afonso Lopes Vieira, por motivo da publicação da sua poesia «Ao Soldado Desconhecido»]

que nas brigas de além morreu perdido.
Com efeito, os soldados - excelentes;
capitães, onde estais?
Certo é que sentimos o desterro
a que a nova alcateia nos condena,
a que repete em voz desentoada
canções da nossa avena !

[Referência à tentativa de apropriação do legado político e cultural do «Integralismo Lusitano» (em especial o de António Sardinha] feita por alguns ex-integralistas, colaboradores de Salazar depois de 1929, Marcelo Caetano, Teotónio Pereira, entre outros]

E são lobos tão pérfidos no assalto,
tão matreiros, tão crus e tão gulosos,
que nos parece já que os outros lobos
em verdade eram menos perigosos!...


Viviano

Hipério, dizeis bem e eu mesmo o sinto;
os inimigos de antes muitas vezes
sendo brutais eram até corteses;
os de hoje são peçonha em água benta.


Mas os zagais mais moços
moços na idade, n’alma engelhadinhos -
que aprenderam connosco
a tocar e dançar, a serem homens,
quase todos estão daquela banda
donde a nós nos monteiam.
Ardente mocidade,
é mais feia a traição na tua idade
e horrendo que te comprem por traidora!
Por isso eu canto alegre,
sòzinho pelo prado:
Ó solidão, formosa companhia
se no-la enche o coração contente!
Não há luxo maior que o ser-se honrado.


Hipério

E pensar que lá longe
na estrangeira terra,
nesse exílio que dura há tantos anos,
vive aquele Pastor [O Rei, D. Duarte Nuno] que salvaria
estes campos da morte e da ruína
e dos lobos cruéis estas ovelhas!...


Pastor mais luso e nosso
outro se não conhece;
tem puras qualidades que rebrilham
entre as dos guardadores
da honra e da mantença das lavouras.
Ele é bravo e é pobre;
a nossa Língua fala
que um século vivido entre as alheias
jamais fez esquecida;
aprendeu na dureza
e alta dignidade
do pão do seu exílio
a saber como os pobres são honrados
quase só pelo serem,
e como o ventre obeso dos tiranos
do mando ou do dinheiro
é cousa dura e feia.


Se ele um dia viesse
aos nossos lusos prados
acabava-se a dança dos pastores
que são hóspedes caros ou ligeiros
da cabana onde em feno perfumado
se repolteriam todos,
monarcas da desordem
ou da vil tirania.


Oh! a danada dança,
dança desordenada!
Este espicaça o gado e açula os lobos;
esse é honrado e tapa os negros crimes;
aquele engorda e o gado está no fio;
outros querem livrar-se
e fugindo abandonam o rebanho...
Rendeiros todos são, nenhum é dono.
Pois como hão-de estimar a boa terra
quando a trazem de renda e a fatigam?
Um dia abalam - quem lhes faz as contas?
E se acaso um bom velho
de olhos azuis e de alma enamorada [Henrique de Paiva Couceiro]
se dispõe a guardar o gado solto,
os maus zagais do prado
vão e pegam-lhe fogo!


Quando virás um dia,
pastor que sejas dono e não rendeiro,
morador e não hóspede,
bem apegado à terra,
capaz de ter amor,
leal, nunca onzeneiro,
descendente daqueles que guardaram
as queridas ovelhas
sem jamais esfolá-las
nem à fome matá-las
nem à bruta tangê-las?...


Viviano

Amigo, que Pastor venha depressa
à terra sua e nossa
que com tanta mentira se esboroa
e com tão crua fome desfalece;
mas que sempre recorde
que descende dos ínclitos Pastores
que fizeram tão grande a nossa glória
porque amavam a terra
estimando-lhe a gente.
Mas que nunca se esqueça
de que provém do Mestre [O Mestre de Avis, Rei D. João I]
e do Segundo Joane [Rei D. João II].
O primeiro que foi senão o povo
coroado por chefe
e revendo-se todo
na sua própria imagem coroada?
Ó Fernão Lopes, conta
como os ventres ao sol
lá em Aljubarrota pelejavam! -
E Joane, «de fama sempiterna»,
destruiu, para bem desta lavoura,
as moagens que a terra devoravam!...


Que o Pastor que chamamos
assim como eles seja:
que respeite sem quebra
as nossas liberdades,
lembrando-se do verso que falando
Da Lusitana antiga liberdade
nos dá tamanha honra;
que toda a usura açaime
e o trabalho defenda;
que ame a lavoura, donde
um povo inteiro vive;
que não chame às províncias
do Além-mar colónias,
o que já é perdê-las;
[Alusão ao Acto Colonial e ao Colonialismo, a que os integralistas se opunham]
que nunca ao pé consinta
as cortesãs beatas,
os duques descarados,
os condes financeiros,
a fim de que essa corte seja aquela
corte de alto esplendor
onde o chefe da Casa
dos vinte e quatro ofícios
penetre entre brandões que se acenderam
para honras lhe dar de Embaixador!...

1 Comentário
Joao
15/1/2021 11:43:26 am

MONARQUIA ORGÂNICA TRADICIONALISTA ANTI-PARLAMENTAR

Se os senhores são monárquicos, tem ser originais e verdadeiros convosco, pensar pela vossa cabeça, descobrir a verdade do Legitimo Rei Lusitano.

Os senhores que estão neste forum apoiam bastardos a sangue de Lusitanos, apoiam gente de origem Turca de Sultão Solimanus, antigamente desde 1522, 1693, 1718, 1834, sabiam que os bourbons ou borbonis eram turcos e não existiam agencias de genética, eles sabiam. Os senhores são iluminados e não são Lusitanos, não.

Quem apoia a monarquia tradicional tem que respeitar Portugal, as suas Leys de 1143, 1706, 1755, 1834 e os senhores todos vós ilustres apoiam turcos de sangue, para mim não é aceitável, não.

Os outros iluminados que perderam a guerra em 1826 a 1834 pelo adulterio de miguel a D. Joao VI o Rei de Portugal, foi lhes perdoado a vida a esses iluminados e perderam muitos a cabeça, hoje repete se a história, outros iluminados voltam apoiar o mesmo sangue turco.

Enquanto não descobrirem a verdade e continuarem junto a pessoas que tem fotos no vosso forum como publicidade é uma cumplicidade deverás impressionante.

A minha monarquia, não terá partidos,
terá sim os Senhores Magistrados, as Forças Armadas, a guarda Imperial do reino e a Judiciária. Isto no primeiro nível.
No segundo nível temos saúde, educação e finanças.

Quando se compra um imovel ou movel, algo nosso, não se pode pagar o mesmo artigo n vezes ao Estado, não deve.

O povo paga 1/8 por ano do seu rendimento

A Igreja Católica Romana e Apostólica não entra em Portugal, não, nunca nunca nunca mais, as pessoas podem continuar a ter fé, a Igreja será a original da Monarquia desde o seu princípio, os Judeus fazem parte da Monarquia.

A Igreja Católica desde 1522 com papa Adrianus VI e outros ajudaram os turcos a sentarem em cadeiras de reis católicos em Espanha e Portugal tentaram falharam e eu não os perdoou, não.

Acabou a festa, as ordens religiosas dominicanas, franciscanas, beneditos, pés descalsos e outras, podem cá ficar com outra denominação.

Descobri a verdade, toda ela.

Já agora quem é o D. Jeronymo Osório ? não existe um registo do tempo de D. Manuel, nem um, mas em 1940, encontramos algo extraordinario, inventaram histórias inexistentes, é surpreendente.

1/S UNIVERSITY 25 APR. 1940 OF OXFORD

DA VIDA E FEITOS D'ELREI D. MANOEL.

LIVRO I.

B EM que eu seja do animo , integerrimo Principe D. Henrique , de que nada ha mais proveitoso que a Historia para adquirir prudencia , nein mais poderoso que ella para despertar virtudes, mais saudavel para sanear as feridas da Republica , ném mais aprazivel para o deleitamento da vida; e bem que me admoestàssem meus amigos que desse com a lingua Latina lustre as façanhas dos nossos Portuguezes , muito longe me desviava deste seu desejo.

Agora um registo antigo, de D. Joao II que mencionam nos vossos comentários, antigo mesmo e reparem que não foi inventado, nada foi inventado.

ELREY D. JOAÕ II.

LXVI. Efte Sello he de chumbo , pendente de feda vermelha, azul, e branca, com efta letra: Siglllum Sereniffxmi Joannis II, Regis FortugaIia C2* Algarbiorum citra C3" ultra more in Africa Guine* Dominus.

Eftá em huma doaçao ao Duque de Beja o Senhor D. Manoel da Villa de Santiago: feita em Béja a 30 de Mayo de 1489. Conferva-fe na Torre do Tombo na Caía da Coroa, gaveta 17, maço 9.

LXVII. Efte Sello he de cera vermelha, pendente de huma trança delãa azul, eamarella, com efta letra: Sigillum Dei gratia Regis

Portugalia & Algarh Eftá taõ mal tratado , que fe naõ pode ler mais, que o que fica efc crito, mas he fem duvida do dito Rey,

Eftá em huma íèntença dada contra D. Pedro de Attaide, Fidalgo da íiia Caíà, culpado com o Duque de Viíèu, por conípirar contra a fua pe£ foa Real, e do Principe íèu filho, de o matarem, pelo que vifto, otc. Foy fentenciado a morte natural, e que foflè degollado, e efquartejado, e confiícados todos os feus bens para a Coroa, ôtc. DaTom.IV. G da da em a Villa de Setuval. EIRey o mandou pelo Doutor Joao de Elvas do feu Coníèlho, e Corregedor da fua Corte. Anno de 1484. Eftá na Caía da Coroa, gaveta 2, maço 1.

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