...a verdade, quando impedida de marchar, refugia-se no coração dos homens e vai ganhando em profundidade o que parece perder em superfície... Um dia, essa verdade obscura, sobe das profundidades onde se exilara e surge tão forte claridade, que rasga as trevas do Mundo
- Rolão Preto in Inquietação
No livro Justiça! (1936) - livro proibido de circular pelo governo de Oliveira Salazar - Francisco Rolão Preto explanou o seu personalismo e comunitarismo cristão, contrário aos estatismos totalitários do século XX, comunistas ou fascistas. Importa ter presente a dedicatória desse seu livro para compreender o significado que o próprio atribuiu ao seu percurso de vida cívica e política, para além dos equívocos de uns quantos ou das deliberadas falsificações postas a circular pelos adversários:
"À memória do meu bisavô, o médico António das Neves Carneiro, deputado às Constituintes de 1836, perseguido por "jacobino", "inconfidente", "francês", "malhado" e "pedreiro livre", duas vezes encarcerado na cadeia da Relação do Porto, exilado, torturado em São Julião da Barra depois de ter transitado por dezoito enxovias da província, sem que jamais lhe abatessem o orgulho da sua intransigência.
À memória de seu filho António Maria das Neves Carneiro, académico de Coimbra, enforcado em 9 de Julho de 1830 por cumplicidade no morticínio dos Lentes.
Ao seu alto sonho de liberdade e de justiça que por o seu sangue, em mim se continua e afervora na nova batalha pelo resgate da Personalidade Humana."
"À memória do meu bisavô, o médico António das Neves Carneiro, deputado às Constituintes de 1836, perseguido por "jacobino", "inconfidente", "francês", "malhado" e "pedreiro livre", duas vezes encarcerado na cadeia da Relação do Porto, exilado, torturado em São Julião da Barra depois de ter transitado por dezoito enxovias da província, sem que jamais lhe abatessem o orgulho da sua intransigência.
À memória de seu filho António Maria das Neves Carneiro, académico de Coimbra, enforcado em 9 de Julho de 1830 por cumplicidade no morticínio dos Lentes.
Ao seu alto sonho de liberdade e de justiça que por o seu sangue, em mim se continua e afervora na nova batalha pelo resgate da Personalidade Humana."
Francisco de Barcelos Rolão Preto (1893-1977) nasceu em 12 de Fevereiro de 1893, no Gavião, distrito de Portalegre, no Alto Alentejo, filho do juiz António Adolfo Sanches Rolão Preto (n. 1858), natural da Soalheira (encosta sul da Serra da Gardunha), Fundão, e de Rita Augusta Gaspar.
Dada a profissão do pai, Francisco teve uma infância errante, de comarca em comarca. Era ainda um estudante no "Colégio Liceu Figueirense" (Figueira da Foz), fundado em 1905 pelo professor Mendes Pinheiro, quando se foi juntar na Galiza às tropas que, comandadas por Paiva Couceiro, desencadearam as incursões monárquicas de 1911-12. Por essa altura, o professor Mendes Pinheiro também saiu para o exílio e, levando consigo professores e alunos, reabriu o Liceu em Huy, na Bélgica. E foi na Bélgica que o jovem Francisco, ainda estudante liceal, veio a ser o secretário da revista Alma Portuguesa, onde Luís de Almeida Braga (1886-1970) cunhou a expressão "Integralismo Lusitano". Frequentou depois a Universidade de Lovaina, onde foi aluno do cardeal Mercier (arcebispo de Malines). Após o início da Grande Guerra, seguiu para Toulouse onde se vem a licenciar em Direito. Antes de retornar a Portugal, de passagem por Paris, ainda terá privado com destacadas personalidades do nacionalismo francês da época, como Maurice Barrès (republicano) ou Charles Maurras, Léon Daudet, Jacques Bainville (monárquicos).
Em finais de 1917, Rolão Preto estava em Portugal, assumindo responsabilidades no jornal A Monarquia - diário integralista da tarde. Após o assassínio de Sidónio Pais, em Dezembro de 1918, quando os partidos da «República Velha» se preparavam para a retomada do poder, Rolão Preto levou a ordem de Aires de Ornelas ("Go on!") pela Serra da Estrela e Beira Baixa, a levantar o Exército pela restauração da Monarquia (veio a ser proclamada no Norte e em Monsanto - Lisboa - em 1919; ver Os combates pela bandeira azul e branca, 1910-1919).
Em 1920, durante a prisão de Hipólito Raposo em S. Julião da Barra, Rolão Preto vem a assumir a direcção do jornal A Monarquia e da organização do Integralismo Lusitano. Cooptado para a sua Junta Central, em 1922, veio depois a desempenhar destacado papel na preparação e execução da revolta militar de 28 de Maio de 1926. Estreito colaborador do general Gomes da Costa, Rolão Preto escreveu o Manifesto em 12 pontos afixado nas paredes de Braga, no qual se formulavam as bases programáticas do movimento militar, sendo depois o director efectivo do órgão do general Gomes da Costa - Revolução Nacional. A direcção aparente era a de Armando Pinto Correia, ajudante do general, mas era Rolão Preto o director efectivo, assinando com os pseudónimos de "Plures" e "Pluribus".
A máxima notoriedade de Rolão Preto, porém, viria a dar-se na sequência do lançamento do «Movimento Nacional-Sindicalista» (MNS), em Fevereiro de 1932, através do qual foi desafiada a instauração do Estado Novo de Oliveira Salazar.
Sob a direcção dos integralistas Rolão Preto e Alberto Monsaraz, o MNS agitou o país político. Através do jornal A Revolução, Rolão Preto imprimiu ao MNS uma liderança que mobilizou grande número de jovens das academias. Para a sua notoriedade e sucesso de adesões muito contribuiu a adopção de métodos milicianos de organização e propaganda, então em voga em organizações políticas que aspiravam a mobilizar as massas contra governos conservadores. Tais métodos foram adoptados por organizações políticas dos mais diversos quadrantes ideológicos - comunistas, fascistas, "centristas" (como os republicanos alemães ou o britânico Social Credit Party), e mesmo por anarquistas, como a Federación Anarquista Ibérica (FAI) espanhola. A coreografia do MNS incluiu a saudação "à romana", a adopção de uma "camisa azul" (a cor das camisas dos operários portugueses) e uma braçadeira com a Cruz de Cristo.
Teria Rolão Preto abandonado a doutrina municipalista e sindicalista do Integralismo Lusitano? Teria o Nacional-Sindicalismo representado uma deriva modernista, estatista e autoritária, fascista, no seu percurso político tradicionalista?
Sem dúvida que Rolão Preto se situou no campo das "revoluções nacionalistas", saudando os triunfos iniciais dos fascistas em Itália, dos nacional-socialistas na Alemanha, e inclusive a viragem nacionalista do bolchevismo após a morte de Lenine. Em Setembro de 1924, a "reacção nacionalista", notava surpreendido Rolão Preto, estava a revelar-se também no sovietismo, "que tem defendido os interesses exteriores da Rússia com tanto denodo e boa vontade como o imperialismo de Pedro o Grande". Questionava-se então: "Para onde vamos na verdade? Para a direita, para a esquerda, velhas palavras sem sentido, mitos depostos pela onda incessante de vida nova que se ergue no horizonte da nova era. Não! Ninguém pode determinar a trajectória do tempo que corre cheio de inesperados saltos no abismo e cheio de largos vôos no céu azul da nossa esperança."
Os princípios do Nacional-Sindicalismo desmentem porém qualquer concessão aos estatismos modernos - socialista, comunista ou fascista. Os estatismos do século XX foram, sem exceção, filhos da filosofia iluminista do século XVIII, base das doutrinas da Revolução (1789), de que Mussolini retirou aqueles elementos que, nas suas próprias palavras, ainda tinham "valor de vida". O Fascismo foi bem mais do que um método de organização, uma técnica de assalto ao poder ou uma coreografia - foi uma doutrina e uma prática política que Benito Mussolini veio a definir como um estatismo totalitário - "para o fascista, tudo está no estado, e nada humano ou espiritual existe, muito menos tem valor, fora do estado. Nesse sentido, o fascismo é totalitário, e o estado fascista, síntese e unidade de todo valor, interpreta, desenvolve e fortalece toda a vida do povo." (Benito Mussolini et alii, "Fascismo", Enciclopédia Italiana, 1932).
O Sindicalismo defendido por Rolão Preto situou-se nos antípodas doutrinários e políticos do Fascismo. Rolão Preto vibrava com o altear dos nacionalismos, onde quer que se manifestasse, mas não sem deixar de vincar a distinta matriz doutrinária e programática do nacional-sindicalismo português. - "Existe alguma diferença entre o Nacional-Sindicalismo e o fascismo ou o hitlerismo? - foi a pergunta que lhe foi colocada pela agência United Press, em Janeiro de 1933. Eis a resposta: "São evidentemente movimentos similares, filhos da mesma inquieta hora contemporânea, das mesmas angustias sociais, das mesmas necessidades colectivas." E acrescenta: "O fascismo, o hitlerismo são totalitários divinizadores do Estado cesarista, nós outros pretendemos encontrar na tradição cristianíssima do Povo Português a fórmula que permita harmonizar a soberania indiscutível do Interesse Nacional com a nossa moral de homens livres, de vivos seres espirituais. Os cesarismos italiano e germânico são mais mecânicos, mais cruéis, mais materialistas. A bandeira nacional-sindicalista é rubra, como todos os estandartes revolucionários; mas sobre o vermelho da Revolução estampa-se e ergue-se, em fundo branco, a Cruz de Cristo, orientadora dos nossos destinos colectivos. Esta sobreposição de símbolos define clara e nitidamente os contornos espirituais do Nacional-Sindicalismo Português" (Revolução, nº 258, 10 de Janeiro de 1933).
Para Rolão Preto, eram inamovíveis os fundamentos do ideário político integralista, de raiz personalista e comunitária. Rolão Preto chama aliás a atenção para a sobreposição dos símbolos, na qual se vincaram os contornos espirituais do movimento nacional-sindicalista português, muito distante das estatolatrias pagãs do Fascismo e do Nazismo: "sobre o vermelho da Revolução estampa-se e ergue-se, em fundo branco, a Cruz de Cristo, orientadora dos nossos destinos colectivos.". E, se não pugnou pela restauração da Monarquia nas páginas do jornal A Revolução, no livro intitulado Para além do comunismo, em 1932, o "apelo ao Chefe" era claramente identificado com o Rei - o "Chefe histórico" e "dinástico".
Em 16 de Junho de 1933, no teatro São Carlos, Rolão Preto pronunciou um discurso muito crítico do Estado Novo em formação. Visando o chefe do Governo, Oliveira Salazar, disse Rolão Preto: "pesam sobre nós as velhas teorias financeiras, os absurdos conceitos económicos, em nome dos quais o homem é escravo da plutocracia, da usura, do Estado." Poucos dias depois, em 24 de Julho, o jornal Revolução anuncia a sua suspensão forçada. Saíram apenas mais três números, o último em 23 de Setembro.
A contra ofensiva de Salazar vai então prosseguir no seio do próprio Nacional-Sindicalismo, manifestando-se no seu Congresso de Novembro através de José Cabral, aí apoiado por um minoria que incluía Eusébio Tamagnini, José Carlos Moreira, Amaral Pyrrait, Abílio Pinto de Lemos, Castro Fernandes. Pretendiam dissolver o MNS para integrar a União Nacional de Salazar. Essa minoria foi derrotada no Congresso, mas ficou aberta a fractura, exposta por Manuel Múrias no início de Março de 1934, ao publicar A Revolução Nacional em ruptura com o MNS.
Os nacional-sindicalistas vão responder com demonstrações de apoio popular e capacidade de mobilização. Por ocasião do 28 de Maio de 1934, na Praça Carlos Alberto, no Porto, reúnem uma coluna de 300 nacional-sindicalistas uniformizados. Em Braga, centro das comemorações, desfilam cerca de 3000 nacional-sindicalistas uniformizados. Sucedem-se os assaltos às suas instalações em Lisboa, Porto e Bragança.
Em 20 de Junho, Rolão Preto envia uma representação ao Presidente da República, pedindo-lhe "pronta intervenção" no sentido de garantir condições de liberdade de organização e movimento ao Nacional-Sindicalismo. Salazar tinha mostrado "a sua discordância do Estado fascista e totalitário", pelo que Rolão Preto não deixou de interrogar: "Se, porém, não é entre nós o Estado fascista que serve de modelo, se a mística e o entusiasmo parecem perturbar o "Estado Novo", se a concepção do Estado Totalitário é atacada e repelida (fê-lo ainda no último discurso do Chefe do actual Governo, em Maio passado) em nome de que razão se tentaria impôr ao País esse "partido" que do Estado Fascista e Totalitário é o atributo essencial?"
Em 10 de Julho, Rolão Preto e Alberto de Monsaraz são detidos e expulsos para Espanha. Em 29 de Julho, através de uma nota oficiosa do governo, assinada por Oliveira Salazar, o Nacional Sindicalismo é proibido, sendo os seus filiados convidados a aderir à União Nacional e os seus estudantes à Acção Escolar de Vanguarda (AEV, precursora da Mocidade Portuguesa). A nota oficiosa de Salazar terminava com ameaças, mas deixava igualmente tombar alguma ironia: o chefe de um Governo que forçava o estabelecimento de um regime de partido único em Portugal, imitando o bolchevismo e os fascismos, dizia que o NS se "inspirava em certos modelos estrangeiros". Salazar não ficou sem resposta. Apesar do desterro de Rolão Preto e de Alberto Monsaraz, e da censura à imprensa, a Junta de Acção Nacional Sindicalista emitiu um comunicado desfazendo "os erros e as insídias" da nota oficiosa do Governo, reafirmando "as características do Nacionalismo Português, tradicionalmente incompatível com a divinização do Estado e cioso das prerrogativas e liberdades essenciais da personalidade humana." (Junta de Acção Nacional Sindicalista, Lisboa, Agosto de 1934).
Sob a presidência de Eusébio Tamagnini, reuniu dias depois o directório do MNS aprovando uma moção de adesão à União Nacional. Estava consumada a desagregação do MNS. Rolão Preto e Alberto Monsaraz, que tinham conseguido mobilizar muitos jovens das Academias, são então abandonados por dirigentes como José Cabral, Dutra Faria, Ramiro Valadão, Pires de Lima. Fiéis ao ideário das liberdades preconizado pelos integralistas, permaneceriam Garcia Domingues, António Pedro, Alçada Padez e António Lepierre Tinoco.
Em 6 de Novembro de 1934, o Decreto-lei 24:631 anunciou por fim a eleição para a Assembleia Nacional em colégio eleitoral único, de lista completa. Sem margem para dúvida, é explicitado o seguinte conceito totalitário: "a Nação é um todo orgânico superior e diferente dos indivíduos que a compõem em determinado ponto da sua evolução, uma unidade moral política e económica, formando um todo uno com o Estado e com ele integrado." Dois anos antes, ao definir a doutrina totalitária do Fascismo, o conceito de um todo uno da Nação integrado no Estado foi igualmente expresso por Benito Mussolini: "o estado fascista, síntese e unidade de todo valor, interpreta, desenvolve e fortalece toda a vida do povo./ Nem indivíduos fora do Estado, nem grupos (partidos políticos, associações, sindicatos, classes)."
Seguiu-se o acto eleitoral, denunciado como farsa pelos Nacional-Sindicalistas.
Em Espanha, Rolão Preto veio a residir durante cerca de um mês (Novembro) em casa de José António Primo de Rivera, com quem colaborou na redacção dos "27 pontos" programáticos da Falange. Em Fevereiro do ano seguinte, reentrou em Portugal com o intuito de reorganizar e relançar a organização do Nacional-Sindicalismo. À chegada, num banquete de intelectuais nacionalistas, Rolão Preto pronuncia um importante discurso, apontando para uma quarta-via revolucionária - para além do Liberalismo, do Comunismo e do Fascismo. Viaja pelo país, restabelecendo contactos e divulgando as Instruções para a reorganização do N. S., bem como novas Directrizes mas, em Setembro, o Governo deu-o como implicado num frustrado movimento revolucionário contra o regime (o chamado "golpe Mendes Norton"). De novo forçado a sair para Espanha, Rolão Preto acompanhou durante algum tempo o desenrolar da Guerra Civil ao lado dos nacionalistas da Falange. O seu livro Revolução Espanhola (Aspectos, Homens, Ideias), dá conta dessa experiência.
Em 1936, publicou o libro Justiça! expondo o seu credo personalista e comunitário com expressa referência ao personalismo cristão de Emmanuel Mounier (Révolution personnaliste et communautaire, 1935). Rolão Preto voltou a elaborar em torno de uma quarta-via doutrinária e política, para além dos sucessivos e nefastos rebentos da Revolução - Liberalismo, Comunismo e Fascismo - visando especialmente o Estado Novo, aí apresentado como um “estatismo totalitário”. O livro foi proibido pelo governo de Oliveira Salazar.
Nos anos seguintes, a sombra do seu exemplo de resistência ao Estado Novo, e o seu forte carisma pessoal, não deixaram de martirizar Salazar, ao ponto de o ter procurado neutralizar politicamente através de aliciamento para vários cargos importantes no seio do regime, como o de Administrador da SACOR ou o de Embaixador de Portugal junto da Santa Sé. Rolão Preto tudo recusou.
Após a segunda Grande Guerra, Rolão Preto veio a retomar intervenção política através do apoio ao Movimento de Unidade Democrática (MUD). Tomou parte no comité de candidatura à presidência da República do Almirante Quintão Meireles e, nas eleições de 1958, com Almeida Braga e Vieira de Almeida, integrou também a candidatura do General Humberto Delgado, assumindo a chefia dos Serviços de Imprensa, escrevendo vários discursos da Candidatura e parte do respectivo Programa Político (José Manuel Quintas, Os monárquicos e as eleições de 58).
Em estreita relação com Mário Saraiva, Barrilaro Ruas, entre outros, veio a ter directa intervenção na constituição da Editora «Biblioteca do Pensamento Político», nos movimentos da «Renovação Portuguesa», «Convergência Monárquica», bem como nas «Comissões Eleitorais Monárquicas», em cujas listas se apresentou como candidato a deputado à Assembleia Nacional, em 1969.
Em 23 de Maio de 1974, por iniciativa da «Convergência Monárquica», foi fundado o «Partido Popular Monárquico» (P.P.M.), no qual Rolão Preto assumiu a Presidência do Directório e do Congresso.
Francisco Rolão Preto morreu em 19 de Dezembro de 1977. Em 10 de Fevereiro de 1994, foi condecorado, a título póstumo, pelo Presidente da República, Mário Soares, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, pelo seu patriotismo e "entranhado amor pela liberdade".
Obras e textos mais importantes:
1920 - A Monarquia é a Restauração da Inteligência, Lisboa.
1932 - Para além do comunismo, Coimbra.
1933 - Orgânica do Movimento Nacional Sindicalista, Lisboa.
1933 - Salazar e a sua época: Comentário às Entrevistas do Actual Chefe do Governo com o Jornalista António Ferro, Lisboa.
1935 - Palavras do Dr. Rolão Preto pronunciadas no banquete dos intelectuais nacionalistas, União Nacional, Leiria, 3 de Março de 1935, pp. 1-3, 6.
1936 - Justiça!, Lisboa.
1939 - O Fascismo, Guimarães.
1940 - Para além da Revolução... A Revolução - Entrevistas
1942 - Em Frente! Discurso pronunciado pelo Dr. Rolão Preto no banquete dos intelectuais nacionalistas, Castelo Branco.
1942 - Para além da Guerra, Lisboa, Edições Gama.
1945 - A Traição Burguesa, Lisboa, Pro Domo, 1945.
1949 - "A experiência Salazar [...] o sonho do 28 de Maio foi totalmente posto de parte" [Entrevista ao Diário de Lisboa, Janeiro de 1949]
1963 - Inquietação, Lisboa, 1963.
1971 - Carta a um republicano, Lisboa.
"Sim! É verdade que Você sempre foi republicano, e republicano dos tempos em que esse era o outro nome de "Homem Livre": Mas que, passado tanto tempo e depois de vividas tantas experiências, Você estranhe o nosso apelo ao Rei e possa perguntar "Para quê a Monarquia?" - eis o que não compreendo, eis o que me espanta. Pois, para que é que Vocês lutaram, sofreram, fizeram com mil sacrifícios a República? Foi para "isto" que aí está? Não, de certo" (pp. 4-5)
1972 - Carta aberta ao Doutor Marcello Caetano, Lisboa.
José Manuel Quintas
18.12.2023
Dada a profissão do pai, Francisco teve uma infância errante, de comarca em comarca. Era ainda um estudante no "Colégio Liceu Figueirense" (Figueira da Foz), fundado em 1905 pelo professor Mendes Pinheiro, quando se foi juntar na Galiza às tropas que, comandadas por Paiva Couceiro, desencadearam as incursões monárquicas de 1911-12. Por essa altura, o professor Mendes Pinheiro também saiu para o exílio e, levando consigo professores e alunos, reabriu o Liceu em Huy, na Bélgica. E foi na Bélgica que o jovem Francisco, ainda estudante liceal, veio a ser o secretário da revista Alma Portuguesa, onde Luís de Almeida Braga (1886-1970) cunhou a expressão "Integralismo Lusitano". Frequentou depois a Universidade de Lovaina, onde foi aluno do cardeal Mercier (arcebispo de Malines). Após o início da Grande Guerra, seguiu para Toulouse onde se vem a licenciar em Direito. Antes de retornar a Portugal, de passagem por Paris, ainda terá privado com destacadas personalidades do nacionalismo francês da época, como Maurice Barrès (republicano) ou Charles Maurras, Léon Daudet, Jacques Bainville (monárquicos).
Em finais de 1917, Rolão Preto estava em Portugal, assumindo responsabilidades no jornal A Monarquia - diário integralista da tarde. Após o assassínio de Sidónio Pais, em Dezembro de 1918, quando os partidos da «República Velha» se preparavam para a retomada do poder, Rolão Preto levou a ordem de Aires de Ornelas ("Go on!") pela Serra da Estrela e Beira Baixa, a levantar o Exército pela restauração da Monarquia (veio a ser proclamada no Norte e em Monsanto - Lisboa - em 1919; ver Os combates pela bandeira azul e branca, 1910-1919).
Em 1920, durante a prisão de Hipólito Raposo em S. Julião da Barra, Rolão Preto vem a assumir a direcção do jornal A Monarquia e da organização do Integralismo Lusitano. Cooptado para a sua Junta Central, em 1922, veio depois a desempenhar destacado papel na preparação e execução da revolta militar de 28 de Maio de 1926. Estreito colaborador do general Gomes da Costa, Rolão Preto escreveu o Manifesto em 12 pontos afixado nas paredes de Braga, no qual se formulavam as bases programáticas do movimento militar, sendo depois o director efectivo do órgão do general Gomes da Costa - Revolução Nacional. A direcção aparente era a de Armando Pinto Correia, ajudante do general, mas era Rolão Preto o director efectivo, assinando com os pseudónimos de "Plures" e "Pluribus".
A máxima notoriedade de Rolão Preto, porém, viria a dar-se na sequência do lançamento do «Movimento Nacional-Sindicalista» (MNS), em Fevereiro de 1932, através do qual foi desafiada a instauração do Estado Novo de Oliveira Salazar.
Sob a direcção dos integralistas Rolão Preto e Alberto Monsaraz, o MNS agitou o país político. Através do jornal A Revolução, Rolão Preto imprimiu ao MNS uma liderança que mobilizou grande número de jovens das academias. Para a sua notoriedade e sucesso de adesões muito contribuiu a adopção de métodos milicianos de organização e propaganda, então em voga em organizações políticas que aspiravam a mobilizar as massas contra governos conservadores. Tais métodos foram adoptados por organizações políticas dos mais diversos quadrantes ideológicos - comunistas, fascistas, "centristas" (como os republicanos alemães ou o britânico Social Credit Party), e mesmo por anarquistas, como a Federación Anarquista Ibérica (FAI) espanhola. A coreografia do MNS incluiu a saudação "à romana", a adopção de uma "camisa azul" (a cor das camisas dos operários portugueses) e uma braçadeira com a Cruz de Cristo.
Teria Rolão Preto abandonado a doutrina municipalista e sindicalista do Integralismo Lusitano? Teria o Nacional-Sindicalismo representado uma deriva modernista, estatista e autoritária, fascista, no seu percurso político tradicionalista?
Sem dúvida que Rolão Preto se situou no campo das "revoluções nacionalistas", saudando os triunfos iniciais dos fascistas em Itália, dos nacional-socialistas na Alemanha, e inclusive a viragem nacionalista do bolchevismo após a morte de Lenine. Em Setembro de 1924, a "reacção nacionalista", notava surpreendido Rolão Preto, estava a revelar-se também no sovietismo, "que tem defendido os interesses exteriores da Rússia com tanto denodo e boa vontade como o imperialismo de Pedro o Grande". Questionava-se então: "Para onde vamos na verdade? Para a direita, para a esquerda, velhas palavras sem sentido, mitos depostos pela onda incessante de vida nova que se ergue no horizonte da nova era. Não! Ninguém pode determinar a trajectória do tempo que corre cheio de inesperados saltos no abismo e cheio de largos vôos no céu azul da nossa esperança."
Os princípios do Nacional-Sindicalismo desmentem porém qualquer concessão aos estatismos modernos - socialista, comunista ou fascista. Os estatismos do século XX foram, sem exceção, filhos da filosofia iluminista do século XVIII, base das doutrinas da Revolução (1789), de que Mussolini retirou aqueles elementos que, nas suas próprias palavras, ainda tinham "valor de vida". O Fascismo foi bem mais do que um método de organização, uma técnica de assalto ao poder ou uma coreografia - foi uma doutrina e uma prática política que Benito Mussolini veio a definir como um estatismo totalitário - "para o fascista, tudo está no estado, e nada humano ou espiritual existe, muito menos tem valor, fora do estado. Nesse sentido, o fascismo é totalitário, e o estado fascista, síntese e unidade de todo valor, interpreta, desenvolve e fortalece toda a vida do povo." (Benito Mussolini et alii, "Fascismo", Enciclopédia Italiana, 1932).
O Sindicalismo defendido por Rolão Preto situou-se nos antípodas doutrinários e políticos do Fascismo. Rolão Preto vibrava com o altear dos nacionalismos, onde quer que se manifestasse, mas não sem deixar de vincar a distinta matriz doutrinária e programática do nacional-sindicalismo português. - "Existe alguma diferença entre o Nacional-Sindicalismo e o fascismo ou o hitlerismo? - foi a pergunta que lhe foi colocada pela agência United Press, em Janeiro de 1933. Eis a resposta: "São evidentemente movimentos similares, filhos da mesma inquieta hora contemporânea, das mesmas angustias sociais, das mesmas necessidades colectivas." E acrescenta: "O fascismo, o hitlerismo são totalitários divinizadores do Estado cesarista, nós outros pretendemos encontrar na tradição cristianíssima do Povo Português a fórmula que permita harmonizar a soberania indiscutível do Interesse Nacional com a nossa moral de homens livres, de vivos seres espirituais. Os cesarismos italiano e germânico são mais mecânicos, mais cruéis, mais materialistas. A bandeira nacional-sindicalista é rubra, como todos os estandartes revolucionários; mas sobre o vermelho da Revolução estampa-se e ergue-se, em fundo branco, a Cruz de Cristo, orientadora dos nossos destinos colectivos. Esta sobreposição de símbolos define clara e nitidamente os contornos espirituais do Nacional-Sindicalismo Português" (Revolução, nº 258, 10 de Janeiro de 1933).
Para Rolão Preto, eram inamovíveis os fundamentos do ideário político integralista, de raiz personalista e comunitária. Rolão Preto chama aliás a atenção para a sobreposição dos símbolos, na qual se vincaram os contornos espirituais do movimento nacional-sindicalista português, muito distante das estatolatrias pagãs do Fascismo e do Nazismo: "sobre o vermelho da Revolução estampa-se e ergue-se, em fundo branco, a Cruz de Cristo, orientadora dos nossos destinos colectivos.". E, se não pugnou pela restauração da Monarquia nas páginas do jornal A Revolução, no livro intitulado Para além do comunismo, em 1932, o "apelo ao Chefe" era claramente identificado com o Rei - o "Chefe histórico" e "dinástico".
Em 16 de Junho de 1933, no teatro São Carlos, Rolão Preto pronunciou um discurso muito crítico do Estado Novo em formação. Visando o chefe do Governo, Oliveira Salazar, disse Rolão Preto: "pesam sobre nós as velhas teorias financeiras, os absurdos conceitos económicos, em nome dos quais o homem é escravo da plutocracia, da usura, do Estado." Poucos dias depois, em 24 de Julho, o jornal Revolução anuncia a sua suspensão forçada. Saíram apenas mais três números, o último em 23 de Setembro.
A contra ofensiva de Salazar vai então prosseguir no seio do próprio Nacional-Sindicalismo, manifestando-se no seu Congresso de Novembro através de José Cabral, aí apoiado por um minoria que incluía Eusébio Tamagnini, José Carlos Moreira, Amaral Pyrrait, Abílio Pinto de Lemos, Castro Fernandes. Pretendiam dissolver o MNS para integrar a União Nacional de Salazar. Essa minoria foi derrotada no Congresso, mas ficou aberta a fractura, exposta por Manuel Múrias no início de Março de 1934, ao publicar A Revolução Nacional em ruptura com o MNS.
Os nacional-sindicalistas vão responder com demonstrações de apoio popular e capacidade de mobilização. Por ocasião do 28 de Maio de 1934, na Praça Carlos Alberto, no Porto, reúnem uma coluna de 300 nacional-sindicalistas uniformizados. Em Braga, centro das comemorações, desfilam cerca de 3000 nacional-sindicalistas uniformizados. Sucedem-se os assaltos às suas instalações em Lisboa, Porto e Bragança.
Em 20 de Junho, Rolão Preto envia uma representação ao Presidente da República, pedindo-lhe "pronta intervenção" no sentido de garantir condições de liberdade de organização e movimento ao Nacional-Sindicalismo. Salazar tinha mostrado "a sua discordância do Estado fascista e totalitário", pelo que Rolão Preto não deixou de interrogar: "Se, porém, não é entre nós o Estado fascista que serve de modelo, se a mística e o entusiasmo parecem perturbar o "Estado Novo", se a concepção do Estado Totalitário é atacada e repelida (fê-lo ainda no último discurso do Chefe do actual Governo, em Maio passado) em nome de que razão se tentaria impôr ao País esse "partido" que do Estado Fascista e Totalitário é o atributo essencial?"
Em 10 de Julho, Rolão Preto e Alberto de Monsaraz são detidos e expulsos para Espanha. Em 29 de Julho, através de uma nota oficiosa do governo, assinada por Oliveira Salazar, o Nacional Sindicalismo é proibido, sendo os seus filiados convidados a aderir à União Nacional e os seus estudantes à Acção Escolar de Vanguarda (AEV, precursora da Mocidade Portuguesa). A nota oficiosa de Salazar terminava com ameaças, mas deixava igualmente tombar alguma ironia: o chefe de um Governo que forçava o estabelecimento de um regime de partido único em Portugal, imitando o bolchevismo e os fascismos, dizia que o NS se "inspirava em certos modelos estrangeiros". Salazar não ficou sem resposta. Apesar do desterro de Rolão Preto e de Alberto Monsaraz, e da censura à imprensa, a Junta de Acção Nacional Sindicalista emitiu um comunicado desfazendo "os erros e as insídias" da nota oficiosa do Governo, reafirmando "as características do Nacionalismo Português, tradicionalmente incompatível com a divinização do Estado e cioso das prerrogativas e liberdades essenciais da personalidade humana." (Junta de Acção Nacional Sindicalista, Lisboa, Agosto de 1934).
Sob a presidência de Eusébio Tamagnini, reuniu dias depois o directório do MNS aprovando uma moção de adesão à União Nacional. Estava consumada a desagregação do MNS. Rolão Preto e Alberto Monsaraz, que tinham conseguido mobilizar muitos jovens das Academias, são então abandonados por dirigentes como José Cabral, Dutra Faria, Ramiro Valadão, Pires de Lima. Fiéis ao ideário das liberdades preconizado pelos integralistas, permaneceriam Garcia Domingues, António Pedro, Alçada Padez e António Lepierre Tinoco.
Em 6 de Novembro de 1934, o Decreto-lei 24:631 anunciou por fim a eleição para a Assembleia Nacional em colégio eleitoral único, de lista completa. Sem margem para dúvida, é explicitado o seguinte conceito totalitário: "a Nação é um todo orgânico superior e diferente dos indivíduos que a compõem em determinado ponto da sua evolução, uma unidade moral política e económica, formando um todo uno com o Estado e com ele integrado." Dois anos antes, ao definir a doutrina totalitária do Fascismo, o conceito de um todo uno da Nação integrado no Estado foi igualmente expresso por Benito Mussolini: "o estado fascista, síntese e unidade de todo valor, interpreta, desenvolve e fortalece toda a vida do povo./ Nem indivíduos fora do Estado, nem grupos (partidos políticos, associações, sindicatos, classes)."
Seguiu-se o acto eleitoral, denunciado como farsa pelos Nacional-Sindicalistas.
Em Espanha, Rolão Preto veio a residir durante cerca de um mês (Novembro) em casa de José António Primo de Rivera, com quem colaborou na redacção dos "27 pontos" programáticos da Falange. Em Fevereiro do ano seguinte, reentrou em Portugal com o intuito de reorganizar e relançar a organização do Nacional-Sindicalismo. À chegada, num banquete de intelectuais nacionalistas, Rolão Preto pronuncia um importante discurso, apontando para uma quarta-via revolucionária - para além do Liberalismo, do Comunismo e do Fascismo. Viaja pelo país, restabelecendo contactos e divulgando as Instruções para a reorganização do N. S., bem como novas Directrizes mas, em Setembro, o Governo deu-o como implicado num frustrado movimento revolucionário contra o regime (o chamado "golpe Mendes Norton"). De novo forçado a sair para Espanha, Rolão Preto acompanhou durante algum tempo o desenrolar da Guerra Civil ao lado dos nacionalistas da Falange. O seu livro Revolução Espanhola (Aspectos, Homens, Ideias), dá conta dessa experiência.
Em 1936, publicou o libro Justiça! expondo o seu credo personalista e comunitário com expressa referência ao personalismo cristão de Emmanuel Mounier (Révolution personnaliste et communautaire, 1935). Rolão Preto voltou a elaborar em torno de uma quarta-via doutrinária e política, para além dos sucessivos e nefastos rebentos da Revolução - Liberalismo, Comunismo e Fascismo - visando especialmente o Estado Novo, aí apresentado como um “estatismo totalitário”. O livro foi proibido pelo governo de Oliveira Salazar.
Nos anos seguintes, a sombra do seu exemplo de resistência ao Estado Novo, e o seu forte carisma pessoal, não deixaram de martirizar Salazar, ao ponto de o ter procurado neutralizar politicamente através de aliciamento para vários cargos importantes no seio do regime, como o de Administrador da SACOR ou o de Embaixador de Portugal junto da Santa Sé. Rolão Preto tudo recusou.
Após a segunda Grande Guerra, Rolão Preto veio a retomar intervenção política através do apoio ao Movimento de Unidade Democrática (MUD). Tomou parte no comité de candidatura à presidência da República do Almirante Quintão Meireles e, nas eleições de 1958, com Almeida Braga e Vieira de Almeida, integrou também a candidatura do General Humberto Delgado, assumindo a chefia dos Serviços de Imprensa, escrevendo vários discursos da Candidatura e parte do respectivo Programa Político (José Manuel Quintas, Os monárquicos e as eleições de 58).
Em estreita relação com Mário Saraiva, Barrilaro Ruas, entre outros, veio a ter directa intervenção na constituição da Editora «Biblioteca do Pensamento Político», nos movimentos da «Renovação Portuguesa», «Convergência Monárquica», bem como nas «Comissões Eleitorais Monárquicas», em cujas listas se apresentou como candidato a deputado à Assembleia Nacional, em 1969.
Em 23 de Maio de 1974, por iniciativa da «Convergência Monárquica», foi fundado o «Partido Popular Monárquico» (P.P.M.), no qual Rolão Preto assumiu a Presidência do Directório e do Congresso.
Francisco Rolão Preto morreu em 19 de Dezembro de 1977. Em 10 de Fevereiro de 1994, foi condecorado, a título póstumo, pelo Presidente da República, Mário Soares, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, pelo seu patriotismo e "entranhado amor pela liberdade".
Obras e textos mais importantes:
1920 - A Monarquia é a Restauração da Inteligência, Lisboa.
1932 - Para além do comunismo, Coimbra.
1933 - Orgânica do Movimento Nacional Sindicalista, Lisboa.
1933 - Salazar e a sua época: Comentário às Entrevistas do Actual Chefe do Governo com o Jornalista António Ferro, Lisboa.
1935 - Palavras do Dr. Rolão Preto pronunciadas no banquete dos intelectuais nacionalistas, União Nacional, Leiria, 3 de Março de 1935, pp. 1-3, 6.
1936 - Justiça!, Lisboa.
1939 - O Fascismo, Guimarães.
1940 - Para além da Revolução... A Revolução - Entrevistas
1942 - Em Frente! Discurso pronunciado pelo Dr. Rolão Preto no banquete dos intelectuais nacionalistas, Castelo Branco.
1942 - Para além da Guerra, Lisboa, Edições Gama.
1945 - A Traição Burguesa, Lisboa, Pro Domo, 1945.
1949 - "A experiência Salazar [...] o sonho do 28 de Maio foi totalmente posto de parte" [Entrevista ao Diário de Lisboa, Janeiro de 1949]
1963 - Inquietação, Lisboa, 1963.
1971 - Carta a um republicano, Lisboa.
"Sim! É verdade que Você sempre foi republicano, e republicano dos tempos em que esse era o outro nome de "Homem Livre": Mas que, passado tanto tempo e depois de vividas tantas experiências, Você estranhe o nosso apelo ao Rei e possa perguntar "Para quê a Monarquia?" - eis o que não compreendo, eis o que me espanta. Pois, para que é que Vocês lutaram, sofreram, fizeram com mil sacrifícios a República? Foi para "isto" que aí está? Não, de certo" (pp. 4-5)
1972 - Carta aberta ao Doutor Marcello Caetano, Lisboa.
José Manuel Quintas
18.12.2023
Para uma bibliografia de Francisco de Barcelos Rolão Preto
1910
Echos do collegio: publicação mensal dos alumnos do Collegio Lyceu Figueirense, propr. e dir. José Luiz Mendes Pinheiro, red. princ. Rollão Preto, Figueira da Foz, mensal, c. 1910.
1915
Redempção (ensaio psychologico) (in Rolão Preto, Obras completas, Volume I, Lisboa, Edições Colibri, 2015, pp.1-39)
1918
"Serenamente", A Monarquia, 13 de Março de 1918, p. 1.
"Sindicalismo e monarquia", A Monarquia, 6 de Agosto de 1918, p. 1.
1919
"Alma Nova", A Monarquia, 26 de Setembro de 1919.
"Para onde vais, Democracia?, A Monarquia, 10 de Outubro de 1919, p. 1.
"Fiume - Cosa fatta capo ha", A Monarquia, 12 de Novembro de 1919.
"A Revolução", A Monarquia, 25 de Novembro de 1919, p. 1.
"A Vaga Nacionalista", A Monarquia, 9 de Dezembro de 1919, p. 1.
1920
"Política de amadores - de crise em crise", A Monarquia, 9 de Janeiro de 1920.
"A republica encravada", A Monarquia, 23 de Janeiro de 1920.
"A derrocada. Greves e Revolução", A Monarquia, 5 de Março de 1920.
"A Revolução Nacional", A Monarquia, 22 de Julho de 1920.
A monarquia é a restauração da inteligência, Lisboa, 1920. (Tip. Soares & Guedes.)
Balizas: manual do sindicalismo organico, Lisboa, UP, c. 1920. Outra edição: Lisboa, UP, 3.ª ed., c. 1932.
1925
"A Política Social da Monarquia Orgânica (Apontamentos da conferência realizada no Palácio Murça a convite da A.R.P.)", Acção Realista, II (25-26), nº 10 e 11, 15 de Novembro de 1925, pp. 233-240.
1932
Para além do comunismo, Coimbra, Junta Escolar de Coimbra do Integralismo Lusitano, 1932.
1933
Salazar e a sua época. Comentário às entrevistas do actual chefe do governo com o jornalista António Ferro, Lisboa, 1933. (Tip. Imp. Moderna.)
Orgânica do Movimento Nacional-Sindicalista, Lisboa, 28 de Maio de 1933.
1932-1933
Revolução. Diário Nacional-Sindicalista da Tarde. Rolão Preto é o director desde o n.º 66 (28.05.1932) ao n.º 418 (23.09.1933, data em que o jornal foi suspenso).
1935
Palavras do Dr. Rolão Preto pronunciadas no banquete dos intelectuais nacionalistas, União Nacional, Leiria, 3 de Março de 1935, pp. 1-3, 6.
1936
Justiça! Lisboa, 1936. (Tip. Leiriense, Leiria.)
Carta de Rolão Preto ao País, Agosto de 1936.
1937
Revolução espanhola: aspectos: homens: ideias, Lisboa, 1937. (Tip. Impr. Portugal-Brasil.)
O discurso de Fermin Yzurdiaga, Porto, 1937. (Tip. Emp. Guedes.)
1939
O fascismo: artigos ressuscitados de uma antiga polémica, Guimarães, 1939. Sep. da revista Gil Vicente, v. 15. (Vila Nova de Famalicão, Tip. Minerva.)
1940
Para além da revolução... A revolução: - entrevistas com Rolão Preto, por José Plácido Machado Barbosa, Porto, 1940. (Tip. Aliança.)
1942
Para além da guerra, Porto, Ed. Gama, 1942.
Em Frente!, Discurso pronunciado pelo Dr. Rolão Preto no banquete dos intelectuais Nacionalistas, Castelo Branco, 1942.
1945
A traição burguesa, Lisboa, Pro Domo, 1945.
1946
“A Mensagem Política de Afonso Lopes Vieira”, Diário de Lisboa, ano 26º, nº 8404, Lisboa, 20 de Abril de 1946, p. 13.
1949
"A experiência Salazar virtualmente já terminou - proclama o dr. Rolão Preto que considera a actual orgânica incapaz de resolver os problemas do País / O momento político - O dr. Rolão Preto proclama a falência política, económica e social do regime", Diário de Lisboa, 15 de Janeiro de 1949, pp. 1, 4. [1949 - Francisco Rolão Preto: "o sonho do 28 de Maio foi totalmente posto de parte"]
1953
Tudo pelo homem, nada contra o Homem, palestra proferida ao microfone do Rádio Clube Português em 31 de Outubro de 1953, Lisboa, Inquérito, 1953.
1963
Inquietação, Lisboa, Specil, 1963. (A Alma)
1971
Carta a um republicano, Lisboa, 1971. (Tip. União Gráfica.)
1972
Carta Aberta ao Doutor Marcello Caetano, Lisboa, 1972.
2015
Obras completas, org. pref. e introd. José Melo Alexandrino, fixação do texto e notas Joaquim E. Oliveira, 2 volumes, Lisboa, Colibri, 2015.
[M.V.C. & J.M.Q.]
1910
Echos do collegio: publicação mensal dos alumnos do Collegio Lyceu Figueirense, propr. e dir. José Luiz Mendes Pinheiro, red. princ. Rollão Preto, Figueira da Foz, mensal, c. 1910.
1915
Redempção (ensaio psychologico) (in Rolão Preto, Obras completas, Volume I, Lisboa, Edições Colibri, 2015, pp.1-39)
1918
"Serenamente", A Monarquia, 13 de Março de 1918, p. 1.
"Sindicalismo e monarquia", A Monarquia, 6 de Agosto de 1918, p. 1.
1919
"Alma Nova", A Monarquia, 26 de Setembro de 1919.
"Para onde vais, Democracia?, A Monarquia, 10 de Outubro de 1919, p. 1.
"Fiume - Cosa fatta capo ha", A Monarquia, 12 de Novembro de 1919.
"A Revolução", A Monarquia, 25 de Novembro de 1919, p. 1.
"A Vaga Nacionalista", A Monarquia, 9 de Dezembro de 1919, p. 1.
1920
"Política de amadores - de crise em crise", A Monarquia, 9 de Janeiro de 1920.
"A republica encravada", A Monarquia, 23 de Janeiro de 1920.
"A derrocada. Greves e Revolução", A Monarquia, 5 de Março de 1920.
"A Revolução Nacional", A Monarquia, 22 de Julho de 1920.
A monarquia é a restauração da inteligência, Lisboa, 1920. (Tip. Soares & Guedes.)
Balizas: manual do sindicalismo organico, Lisboa, UP, c. 1920. Outra edição: Lisboa, UP, 3.ª ed., c. 1932.
1925
"A Política Social da Monarquia Orgânica (Apontamentos da conferência realizada no Palácio Murça a convite da A.R.P.)", Acção Realista, II (25-26), nº 10 e 11, 15 de Novembro de 1925, pp. 233-240.
1932
Para além do comunismo, Coimbra, Junta Escolar de Coimbra do Integralismo Lusitano, 1932.
1933
Salazar e a sua época. Comentário às entrevistas do actual chefe do governo com o jornalista António Ferro, Lisboa, 1933. (Tip. Imp. Moderna.)
Orgânica do Movimento Nacional-Sindicalista, Lisboa, 28 de Maio de 1933.
1932-1933
Revolução. Diário Nacional-Sindicalista da Tarde. Rolão Preto é o director desde o n.º 66 (28.05.1932) ao n.º 418 (23.09.1933, data em que o jornal foi suspenso).
1935
Palavras do Dr. Rolão Preto pronunciadas no banquete dos intelectuais nacionalistas, União Nacional, Leiria, 3 de Março de 1935, pp. 1-3, 6.
1936
Justiça! Lisboa, 1936. (Tip. Leiriense, Leiria.)
Carta de Rolão Preto ao País, Agosto de 1936.
1937
Revolução espanhola: aspectos: homens: ideias, Lisboa, 1937. (Tip. Impr. Portugal-Brasil.)
O discurso de Fermin Yzurdiaga, Porto, 1937. (Tip. Emp. Guedes.)
1939
O fascismo: artigos ressuscitados de uma antiga polémica, Guimarães, 1939. Sep. da revista Gil Vicente, v. 15. (Vila Nova de Famalicão, Tip. Minerva.)
1940
Para além da revolução... A revolução: - entrevistas com Rolão Preto, por José Plácido Machado Barbosa, Porto, 1940. (Tip. Aliança.)
1942
Para além da guerra, Porto, Ed. Gama, 1942.
Em Frente!, Discurso pronunciado pelo Dr. Rolão Preto no banquete dos intelectuais Nacionalistas, Castelo Branco, 1942.
1945
A traição burguesa, Lisboa, Pro Domo, 1945.
1946
“A Mensagem Política de Afonso Lopes Vieira”, Diário de Lisboa, ano 26º, nº 8404, Lisboa, 20 de Abril de 1946, p. 13.
1949
"A experiência Salazar virtualmente já terminou - proclama o dr. Rolão Preto que considera a actual orgânica incapaz de resolver os problemas do País / O momento político - O dr. Rolão Preto proclama a falência política, económica e social do regime", Diário de Lisboa, 15 de Janeiro de 1949, pp. 1, 4. [1949 - Francisco Rolão Preto: "o sonho do 28 de Maio foi totalmente posto de parte"]
1953
Tudo pelo homem, nada contra o Homem, palestra proferida ao microfone do Rádio Clube Português em 31 de Outubro de 1953, Lisboa, Inquérito, 1953.
1963
Inquietação, Lisboa, Specil, 1963. (A Alma)
1971
Carta a um republicano, Lisboa, 1971. (Tip. União Gráfica.)
1972
Carta Aberta ao Doutor Marcello Caetano, Lisboa, 1972.
2015
Obras completas, org. pref. e introd. José Melo Alexandrino, fixação do texto e notas Joaquim E. Oliveira, 2 volumes, Lisboa, Colibri, 2015.
[M.V.C. & J.M.Q.]
Referências / bibliografia
Audio
1959 - Entrevista a Francisco Rolão Preto, político, jornalista, escritor e um dos fundadores do Integralismo Lusitano e líder do Movimento Nacional-Sindicalista, Arquivo RTP, 13 de Janeiro de 1959 - Entrevista a Francisco Rolão Preto
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1975 - Rolão Preto: "Tudo pelo Homem nada contra o Homem", Arquivo RTP, 1975.
- 1933 - Rolão Preto face ao Fascismo e ao Hitlerismo
- 1933 - Os Banquetes do Nacional-Sindicalismo em Lisboa e no Porto
- 1933 - Francisco Rolão Preto - Salazar e a sua época
- 1933-06-13 - Orgânica do Movimento Nacional-Sindicalista
- 1933-07-25 - Princípios do Nacional-Sindicalismo
- 1934-07-29 - Salazar e a proibição do Nacional-Sindicalismo
- 1934-06-20 - Francisco Rolão Preto - Representação ao Presidente da República em Junho de 1934
- 1934-07-14 - Carta de Rolão Preto e Alberto Monsaraz
- 1933-34 - Francisco Rolão Preto - El Movimiento Nacional-Sindicalista Portugués
- 1934 - Francisco Rolão Preto - Representação ao Presidente da República em Junho de 1934
- 1934-11 - O Nacional-Sindicalismo em período eleitoral desafia o Governo a fazer eleições livres
- 1935-03-03 - Palavras do Dr. Rolão Preto pronunciadas no banquete dos intelectuais nacionalistas
- 1935 - Nacional-Sindicalismo - Directrizes
- 1936 - Francisco Rolão Preto - Justiça!
- 1940 - Francisco Rolão Preto - Para além da Revolução... A Revolução
- 1945 - Francisco Rolão Preto - "Tudo pelo Homem, nada contra o Homem"
- 1949 - Francisco Rolão Preto: "o sonho do 28 de Maio foi totalmente posto de parte [por Salazar]"
- 1953 - Francisco Rolão Preto - Tudo pelo Homem nada contra o Homem
- 1975-01-24 - Francisco Rolão Preto - Tudo pelo Homem nada contra o Homem
- 1975-07 - Francisco Rolão Preto - Entrevista - "Não, não e não".
- 1977 - Franco Nogueira - Um perfil distorcido de Rolão Preto
- 1995 - Mário Saraiva - No Centenário de Rolão Preto
- 2001 - "Estado Novo" e Fascismo versus Nacional-Sindicalismo, em debate
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1959 - Entrevista a Francisco Rolão Preto, político, jornalista, escritor e um dos fundadores do Integralismo Lusitano e líder do Movimento Nacional-Sindicalista, Arquivo RTP, 13 de Janeiro de 1959 - Entrevista a Francisco Rolão Preto
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1975 - Rolão Preto: "Tudo pelo Homem nada contra o Homem", Arquivo RTP, 1975.