António Maria de Sousa Sardinha nasceu em Monforte do Alentejo em 9 de Setembro de 1887.
Poeta, historiador e político, destacou-se como ensaísta, polemista e doutrinador, tornando-se um verdadeiro condutor da intelectualidade portuguesa do seu tempo.
Foi pela mão de Eugénio de Castro que Sardinha publicou os seus primeiros poemas, quando tinha apenas 15 anos. Em 1911, formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Tendo sido um destacado republicano municipalista enquanto estudante, após a implantação da República deu-se nele uma profunda desilusão com o novo regime. Convertido ao Catolicismo e à Monarquia, juntou-se a Hipólito Raposo, Alberto de Monsaraz, Luís de Almeida Braga e Pequito Rebelo, para fundar a revista Nação Portuguesa, publicação de filosofia política a partir da qual foi lançado o movimento político-cultural denominado "Integralismo Lusitano" em defesa de uma "monarquia tradicional, orgânica, anti-parlamentar".
António Sardinha cedo se destacou no seio do grupo integralista pela força do seu verbo. A passagem das Letras à Política consumou-se em 1915, ao pronunciar na Liga Naval de Lisboa uma conferência onde alertava para o perigo de uma absorção espanhola.
Durante o breve consulado de Sidónio Pais, António Sardinha foi eleito deputado na lista da minoria monárquica. Em 1919, exilou-se em Espanha após a sua participação na fracassada da tentativa restauracionista de Monsanto e da "Monarquia do Norte".
Ao regressar a Portugal, 27 meses depois, tornou-se director do diário A Monarquia onde veio a desenvolver um intenso combate em defesa da filosofia e sociologia política tomista e, rejeitando a tese da decadência de Spengler, em defesa do universalismo hispânico como a base da sobrevivência da civilização do Ocidente (tese retomada e desenvolvida nos anos 30 por Ramiro de Maeztu, em Defensa de la Hispanidad).
Veio a morrer em Elvas, em 10 de Janeiro de 1925, quando contava apenas 37 anos.
Obras poéticas, entre outras:
- Tronco Reverdecido (1910)
- Epopeia da Planície (1915)
- Quando as Nascentes Despertam (1921)
- Na Corte da Saudade (Sonetos de Toledo), (1922)
- Chuva da Tarde (1923)
- Era uma Vez um Menino (1926)
- O Roubo da Europa (1931)
- Pequena Casa Lusitana (1937).
Estudos e Ensaios, entre outros:
- O Valor da Raça - Introdução a uma campanha nacional (1915)
- O espólio de Fradique (1920) («O espólio de Fradique», Eça de Queiroz. "In memoriam", organizado por Eloy do Amaral e M. Cardoso Martha, Lisboa, Parceria António Maria Pereira, 1922, pp. 334-375.)
- Ao Princípio Era o Verbo (1924)
- A Aliança Peninsular (1924); La Alianza Peninsular, Madrid (1930); La Alianza Peninsular, Segovia (1939).
- A Teoria das Cortes Gerais (1924)
- Ao Ritmo da Ampulheta (1925)
Bibliografia passiva
- 1994 - António Manuel Couto Viana, "António Sardinha" (1989), Colegial de Letras e Lembranças, Lisboa, Universitária, 1994, pp. 67-72.
- 2006 - Ana Isabel Simões de Sousa Sardinha Desvignes, António Sardinha (1887-1925): Um intelectual no século, Lisboa, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 2006.
- 2010 - Maria da Conceição Pontes Cabrita, "Aliança Peninsular", Revista Militar, Nº 2496, Janeiro de 2010.
Antologia