António Maria de Sousa Sardinha nasceu em Monforte do Alentejo em 9 de Setembro de 1887.
Poeta, historiador e político, destacou-se como ensaísta, polemista e doutrinador, tornando-se um verdadeiro condutor da intelectualidade portuguesa do seu tempo.
Foi pela mão de Eugénio de Castro que Sardinha publicou os seus primeiros poemas, quando tinha apenas 15 anos. Em 1911, formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Tendo sido um destacado republicano municipalista enquanto estudante, após a implantação da República deu-se nele uma profunda desilusão com o novo regime. Convertido ao Catolicismo e à Monarquia, juntou-se a Hipólito Raposo, Alberto de Monsaraz, Luís de Almeida Braga e Pequito Rebelo, para fundar a revista Nação Portuguesa, publicação de filosofia política a partir da qual foi lançado o movimento político-cultural denominado "Integralismo Lusitano" em defesa de uma "monarquia tradicional, orgânica, anti-parlamentar".
António Sardinha cedo se destacou no seio do grupo integralista pela força do seu verbo. A passagem das Letras à Política consumou-se em 1915, ao pronunciar na Liga Naval de Lisboa uma conferência onde alertava para o perigo de uma absorção espanhola.
Durante o breve consulado de Sidónio Pais, António Sardinha foi eleito deputado na lista da minoria monárquica. Em 1919, exilou-se em Espanha após a sua participação na fracassada da tentativa restauracionista de Monsanto e da "Monarquia do Norte".
Ao regressar a Portugal, 27 meses depois, tornou-se director do diário A Monarquia onde veio a desenvolver um intenso combate em defesa da filosofia e sociologia política tomista e, rejeitando a tese da decadência de Spengler, em defesa do universalismo hispânico como a base da sobrevivência da civilização do Ocidente (tese retomada e desenvolvida nos anos 30 por Ramiro de Maeztu, em Defensa de la Hispanidad).
Veio a morrer em Elvas, em 10 de Janeiro de 1925, quando contava apenas 37 anos.
J.M.Q
Obras poéticas / Poemas, entre outras:
Estudos e Ensaios*
Publicações póstumas
(*) Por expressa decisão de António Sardinha, foi inutilizado e retirado de circulação um seu primeiro livro em prosa intitulado O Sentido Nacional duma Existência (1913). Naquela época, com vinte e poucos anos, António Sardinha abandonou o jacobinismo republicano, convertendo-se ao catolicismo e ao ideário monárquico. Esse livro, seria a sua primeira obra em prosa, homenageando um seu conterrâneo - António Tomás Pires. A decisão de inutilizar aquela obra não pode ter sido tomada de animo leve. Ao nascer para uma nova vida espiritual, cívica e política, o Autor quis decerto libertar-se de excrescências que considerou indignas de si.
Bibliografia passiva
OS COMPOSITORES E A POESIA DE ANTÓNIO SARDINHA
I. Francine Benoît (1894-1990) compôs várias peças musicais com poemas de António Sardinha. As três primeiras têm origem no livro A epopeia da planície (1915); a quarta baseia-se num dos poemas em que António Sardinha evoca o seu filho Lopo (morto em 1915 com apenas um ano).
- Deus na planície, Op. 1, n.º 1, para canto e piano (Janeiro de 1916), com versão posterior para canto e orquestra (1925).
- O motivo da planície, Op. 1, n.º 2, para canto e piano (1917). (Aparentemente, Benoît pôs a hipótese de dar a esta composição outro título: «Poente».)
- Sant’Ana, para canto, harpa e piano (1917-1928). [Há notícia de uma gravação desta peça: Londres, Columbia Gramophone, 1930.]
- Queixa, para canto e harpa (1919), com versão posterior para canto e piano (1929). [A composição de Francine Benoît é uma das suas Três canções tristes: para canto e piano (soprano), Lisboa, Valentim de Carvalho, 1919; e foi também publicada no n.º 4 (Maio de 1932) da revista De Música, de estudantes do Conservatório Nacional de Música de Lisboa.]
[Fonte principal: Ana Sofia de Sousa Vieira, Estudio de la actividad musical, compositiva y crítica de Francine Benoît, tese de doutoramento, Universidade de Salamanca, 2011.]
II. José Pais de Almeida e Silva (1899-1968) musicou em 1925, com o título «Dobadoira», o soneto «Melodia simples», do livro Chuva da tarde (1923). A canção foi divulgada por Armando Goes (1906-1967) e por seu sobrinho Luiz Goes (1933-2012), que a incluiu várias vezes nas suas gravações.
[Fonte: Octávio Sérgio, em: http://guitarradecoimbra.blogspot.com/2006_03_05_archive.html]
III. Luís de Freitas Branco (1890-1955) compôs três peças a partir de poemas de António Sardinha, a primeira do livro A epopeia da planície (1915) e as duas últimas de Quando as nascentes despertam… (1921): «O motivo da planície», «Minuete» e «Soneto dos repuxos».
[«O motivo da planície» e «Minuete» são duas das suas Quatro melodias: para canto e piano (partitura publicada em Lisboa, Sasssetti, 1920 e 1937). O disco Luís de Freitas Branco: Integral das canções (2006), de Nuno Vieira de Almeida, Elsa Saque e Nella Maissa, inclui as três composições.]
IV. Ruy Coelho (1889-1986) integrou «Salomé», do livro Chuva da tarde (1923), na sua composição Seis sonetos portugueses: canto e orquestra. Saüdade (1943). [A partitura manuscrita conserva-se na Biblioteca Nacional, em Lisboa, com a cota: EMUS6 54.]
V. Ivo Cruz (1901-1985) incluiu «Soneto de Ávila» nas suas Canções perdidas: para canto e piano. O «Soneto de Ávila» de António Sardinha foi inicialmente publicado na revista Contemporânea, vol. 1, n.º 3 (Julho de 1922), p. 132; e logo depois recolhido no livro Chuva da tarde (1923). [Da partitura de Ivo Cruz há registo de uma edição publicada em Lisboa, Valentim de Carvalho, 1984.]
VI. José de Campos e Sousa (n.1947) musicou e interpretou à guitarra os seguintes poemas de António Sardinha:
- «Soneto da casa», de Quando as nascentes despertam… [José Campos e Sousa gravou esta composição, com o título «Fado Joaninha», no disco Nossa Senhora do Carmo (1988); outro intérprete, José da Câmara, incluiu-a no seu disco de estreia (José da Câmara, 1988).]
- «Invocação», de A epopeia da planície. [Foi incluída na cassete Lusitânia em giesta florida (1997).]
- «Nun’Álvares», de Pequena Casa Lusitana. [Foi incluído no disco (CD) São Nuno de Santa Maria – Por Portugal e basta (2009).]
[M.V.C.]
Poeta, historiador e político, destacou-se como ensaísta, polemista e doutrinador, tornando-se um verdadeiro condutor da intelectualidade portuguesa do seu tempo.
Foi pela mão de Eugénio de Castro que Sardinha publicou os seus primeiros poemas, quando tinha apenas 15 anos. Em 1911, formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Tendo sido um destacado republicano municipalista enquanto estudante, após a implantação da República deu-se nele uma profunda desilusão com o novo regime. Convertido ao Catolicismo e à Monarquia, juntou-se a Hipólito Raposo, Alberto de Monsaraz, Luís de Almeida Braga e Pequito Rebelo, para fundar a revista Nação Portuguesa, publicação de filosofia política a partir da qual foi lançado o movimento político-cultural denominado "Integralismo Lusitano" em defesa de uma "monarquia tradicional, orgânica, anti-parlamentar".
António Sardinha cedo se destacou no seio do grupo integralista pela força do seu verbo. A passagem das Letras à Política consumou-se em 1915, ao pronunciar na Liga Naval de Lisboa uma conferência onde alertava para o perigo de uma absorção espanhola.
Durante o breve consulado de Sidónio Pais, António Sardinha foi eleito deputado na lista da minoria monárquica. Em 1919, exilou-se em Espanha após a sua participação na fracassada da tentativa restauracionista de Monsanto e da "Monarquia do Norte".
Ao regressar a Portugal, 27 meses depois, tornou-se director do diário A Monarquia onde veio a desenvolver um intenso combate em defesa da filosofia e sociologia política tomista e, rejeitando a tese da decadência de Spengler, em defesa do universalismo hispânico como a base da sobrevivência da civilização do Ocidente (tese retomada e desenvolvida nos anos 30 por Ramiro de Maeztu, em Defensa de la Hispanidad).
Veio a morrer em Elvas, em 10 de Janeiro de 1925, quando contava apenas 37 anos.
J.M.Q
Obras poéticas / Poemas, entre outras:
- Cálix de amargura (1904)
- Tronco Reverdecido (1910)
- Epopeia da Planície (1915)
- Poema do Outono, in Terra Nossa (1916)
- Quando as Nascentes Despertam (1921)
- Na Corte da Saudade (Sonetos de Toledo), (1922)
- Chuva da Tarde (1923)
- Era uma Vez um Menino (1926)
- O Roubo da Europa (1931)
- Pequena Casa Lusitana (1937).
Estudos e Ensaios*
- 1915 - O Valor da Raça - Introdução a uma campanha nacional (1915)
- 1915 - O testamento de Garrett
- 1915 - O Território e a Raça - Conferencia realizada na sala nobre da Liga Naval Portuguesa, em 7 de Abril de 1915, in A questão Ibérica, Lisboa, 1916, pp. 10-76.
- 1916 - No jardim da Raça ("O filho de Ramires": Afonso Lopes Vieira, "Carta"; 2004 - Filhos de Ramires)
- 1920 - O espólio de Fradique («O espólio de Fradique», Eça de Queiroz. "In memoriam", organizado por Eloy do Amaral e M. Cardoso Martha, Lisboa, Parceria António Maria Pereira, 1922, pp. 334-375.)
- 1922 - O Pan-hispanismo
- 1923 - Olhando o Caminho (in Ao ritmo da ampulheta, Coimbra, 1925, pp. XI-XXVII)
- 1924 - Ao Princípio era o Verbo, 1924. (2ª ed., 1930)
- 1924 - O Século XVII (1924)
- 1924 - A Aliança Peninsular (1924)
- 1924 - A Teoria das Cortes Gerais (1924)
Publicações póstumas
- 1925 - Ao ritmo da ampulheta - crítica & doutrina (obra póstuma) (Coimbra, Lvmen - Empresa Nacional Editora).
- 1925 - A Teoria das Cortes Gerais - Prefácio à História e Teoria das Cortes Gerais, do 2.° Visconde de Santarém (Lisboa, 1925).
- 1926 - Na Feira dos Mitos - Ideias & Factos. (Lisboa, 1926; 2ª edição, 1942).
- 1927 - Durante a Fogueira - Páginas da Guerra (Lisboa, 1927).
- 1927 - À Sombra dos Pórticos - Novos ensaios (Lisboa, 1927).
- 1929 - Da Hera nas Colunas - Novos Estudos (Coimbra, 1929).
- 1929 - Purgatório das Ideias - Ensaios de crítica (Lisboa, 1929).
- 1930 - La Alianza Peninsular, Madrid (1930); La Alianza Peninsular, Segovia (1939).
- 1931 - De Vita et Moribus - Casos & Almas (Lisboa, 1931).
- 1934 -"A Prol do Comum..." - Doutrina & História (Lisboa, 1934).
- 1937 - Processo dum rei (Porto, 1937)
- 1942 - Glossário dos Tempos (Porto, 1942)
- 1943 - À Lareira de Castela (Vila Nova de Famalicão, 1943).
(*) Por expressa decisão de António Sardinha, foi inutilizado e retirado de circulação um seu primeiro livro em prosa intitulado O Sentido Nacional duma Existência (1913). Naquela época, com vinte e poucos anos, António Sardinha abandonou o jacobinismo republicano, convertendo-se ao catolicismo e ao ideário monárquico. Esse livro, seria a sua primeira obra em prosa, homenageando um seu conterrâneo - António Tomás Pires. A decisão de inutilizar aquela obra não pode ter sido tomada de animo leve. Ao nascer para uma nova vida espiritual, cívica e política, o Autor quis decerto libertar-se de excrescências que considerou indignas de si.
Bibliografia passiva
- 1917 - Mariotte (pseudónimo de Amadeu de Vasconcelos), O Nacionalismo Rácico do Integralismo Lusitano, Lisboa, 1917.
- 1925 - João Franco Monteiro - Morreu esta manhã o escritor nacionalista António Sardinha, Diário de Lisboa, 10 de Janeiro de 1925, p. 4.
- 1926 - João Ameal, "A imortalidade de António Sardinha", Gil Vicente, Guimarães, 2a série, no 1 e 2, 1926, pp. 2-3.
- 1926 - César de Oliveira, "Chuva da Tarde", Gil Vicente, 2a série, nos. 1 e 2, 1926, pp. 14-19.
- 1926 - Tavares Ferreira, "António Sardinha. Renovador de ideias: Reformador das almas", Gil Vicente, 2a série, nos. 1 e 2, 1926, pp. 20-22.
- 1926 - Horácio de Castro Guimarães, "A Lição do Mestre", Gil Vicente, 2a série, nos. 1 e 2, 1926, pp. 11-13.
- 1927 - Juan Berreyto Pérez, Antonio Sardinha y la cuestion peninsular: estudios publicados en Nação Portuguesa, Valencia, 1927.
- 1928 - António Jorge d'Almeida Coutinho e Lemos Ferreira, In Memoriam de António Sardinha - o seu testamento contra-revolucionário, Porto, 1928.
- 1930 - António Jorge d'Almeida Coutinho e Lemos Ferreira, António Sardinha - apostolado contra- revolucionário e rectificador da História de Portugal, Porto, 1930.
- 1930 - Política - Órgão da Junta Escolar de Lisboa do Integralismo Lusitano, nº 10, dedicado a António Sardinha.
- 1930 - Luís Chaves - Problemas étnicos
- 1934 - António Jorge d'Almeida Coutinho, Em redor duma appreciação critica feita pelo Exmo. Senhor Agostinho da Costa Ilharco sobre António Sardinha, Porto, Costa Carregal, 1934.
- 1933 - Manuel Rodrigues Cavalheiro, "Pombal visto por Sardinha", Ocidente, no 6, Outubro de 1933, pp. 450-453.
- 1937 - Manuel Múrias, "António Sardinha", Voz de Portugal, Rio de Janeiro, 12 de Fevereiro de 1937, pp. 1-3.
- 1937 - "António Sardinha" (nota da redacção), Gil Vicente, Janeiro de 1937.
- 1938 - Rui Galvão de Carvalho, "António Sardinha na Pequena Casa Lusitana", Gil Vicente, Janeiro de 1938, pp. 8-18.
- 1940 - Manuel Rodrigues Cavalheiro, "António Sardinha e o «Restaurador»", Ocidente, no 25, Maio de 1940, pp. 335-337.
- 1940 - Conde de Aurora, "No espólio de Sardinha", Brotéria, Vol. XXX, Maio de 1940, pp. 505-520.
- 1940 - S. Saraiva de Carvalho, "A Saudade em António Sardinha", Gil Vicente, Janeiro e Março de 1940.
- 1940 - Luís Chaves, "António Sardinha", Gil Vicente, Janeiro de 1940;
- 1941 - Luís Chaves, "António Sardinha - poeta de inspiração etnográfica", Ocidente, no 33, Janeiro de 1941, pp. 142-144;
- 1942 - Rebelo de Bettencourt, Teófilo Braga, mestre nacionalista. Teófilo Braga e António Sardinha, 1942.
- 1942 - J. Azinhal Abelho, "Elvas - Quinta do Bispo", Gil Vicente, Guimarães, Janeiro de 1942, pp. 8-11.
- 1943 - Luís de Almeida Braga, Posição de António Sardinha, Lisboa, 1943.
- 1943 - José Pequito Rebelo, "Interpretação de um frase de António Sardinha", Aléo, Lisboa, ano 2, nº 2, 2ª série, 1943.
- 1944 - Alfredo Pimenta, A propósito de António Sardinha - carta ao escritor brasileiro Guillherme Auler com quatro cartas de António Sardinha, Lisboa, 1944.
- 1951 - João Ameal, "Em memória de António Sardinha - doutrinador e apóstolo", A Voz, Lisboa, 12 de Janeiro de 1951
- 1951 - Rui Galvão de Carvalho, "António Sardinha trovador das coisas humildes", Gil Vicente, Janeiro-Fevereiro de 1951, pp. 5-17.
- 1951 - Guilherme de Ayala Monteiro, "António Sardinha - o político", Novidades - Letras e Artes, 14 de Janeiro de 1951.
- 1954 - Victor Santos, Caminhos da poesia em António Sardinha - ensaio, Lisboa, Livraria Portugal, 1954.
- 1954 - Manuel Alves de Oliveira, Em lembrança de António Sardinha, 1954.
- 1958 - J. Azinhal Abelho, A comoção rural na vida e obra de António Sardinha, Separata do Boletim da Junta da Província do Alto Alentejo, Évora, 1958.
- 1959 - Carlos Lobo de Oliveira e Manuel Rosado Vasconcelos, Dois Ex-Libris de António Sardinha e Algumas Notas Genealógicas sobre a Família do Poeta, separata do Boletim da Academia Portuguesa de Ex-Libris, 8 e 9, Vila do Conde, 1959.
- 1951 - João Maria Mexia, António Sardinha. Apontamento Breve, 1951.
- 1951 - Meyrelles do Souto, "Algumas poesias inéditas de António Sardinha", A Voz, Lisboa, 13 de Janeiro de 1951.
- 1976 - Mário Saraiva, "A Alma Integralista", O Debate (reproduzido in Às Portas da Cidade, Lisboa, 1976, pp. 199-202).
- 1987 - Mário Saraiva - "Uma frase de António Sardinha", Sob o Nevoeiro, Lisboa, Edições Cultura Monárquica.
- 1994 - António Manuel Couto Viana, António Sardinha (1989), Colegial de Letras e Lembranças, Lisboa, Universitária, 1994, pp. 67-72.
- 2006 - Ana Isabel Simões de Sousa Sardinha Desvignes, António Sardinha (1887-1925): Um intelectual no século, Lisboa, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 2006.
- 2007 - Jorge de Azevedo Correia, Antonio Sardinha (1887-1925) - Um intelectual no século de Ana Desvignes
- 2010 - Maria da Conceição Vaz Serra Pontes Cabrita, "Aliança Peninsular", Revista Militar, nº 2496, Janeiro de 2010.
- 2016 - Susana Rocha Relvas, O Pan-Hispanismo de António Sardinha: génese, receção e influência da sua obra. Iberian Interconnections. ACIS Conference Proceedings. (Eds.) Susana Rocha Relvas, Maria Gómez Bedoya e Rikki Morgan-Tamosunas. Porto: Universidade Católica Editora, pp. 256-269
- 2017 - Susana Rocha Relvas, "Receção do pensamento de António Sardinha nas Revistas Brasileiras: A Ordem, América Brasileiro e Diário de Pernambuco” in Eliane Brites Rosa e Maria Emília Prado (Org.), Atas do XII Colóquio Internacional Tradição e Modernidade no Mundo Ibero-Americano. Rio de Janeiro, Rede Sirius, Porto: 2017, pp. 1-24.
- 2021 - Daniel Santos Sousa, A poesia de António Sardinha, 24 de Janeiro de 2021.
- 2022 - A. Paulo Dias Oliveira, "Hispanismo e Sebastianismo em três textos dos anos 20 de António Sardinha" sebastianismo (1887-1925)", Contemporâneos, nº 23, Jul.- Dez. 2022.
- 2022 - Maria da Conceição Vaz Serra Pontes Cabrita, Textos e contextos: António Sardinha e Eugénio de Castro, correspondência (1905-1924). Elvas, AiaR - Associação de Desenvolvimento pela Cultura, 2022.
OS COMPOSITORES E A POESIA DE ANTÓNIO SARDINHA
I. Francine Benoît (1894-1990) compôs várias peças musicais com poemas de António Sardinha. As três primeiras têm origem no livro A epopeia da planície (1915); a quarta baseia-se num dos poemas em que António Sardinha evoca o seu filho Lopo (morto em 1915 com apenas um ano).
- Deus na planície, Op. 1, n.º 1, para canto e piano (Janeiro de 1916), com versão posterior para canto e orquestra (1925).
- O motivo da planície, Op. 1, n.º 2, para canto e piano (1917). (Aparentemente, Benoît pôs a hipótese de dar a esta composição outro título: «Poente».)
- Sant’Ana, para canto, harpa e piano (1917-1928). [Há notícia de uma gravação desta peça: Londres, Columbia Gramophone, 1930.]
- Queixa, para canto e harpa (1919), com versão posterior para canto e piano (1929). [A composição de Francine Benoît é uma das suas Três canções tristes: para canto e piano (soprano), Lisboa, Valentim de Carvalho, 1919; e foi também publicada no n.º 4 (Maio de 1932) da revista De Música, de estudantes do Conservatório Nacional de Música de Lisboa.]
[Fonte principal: Ana Sofia de Sousa Vieira, Estudio de la actividad musical, compositiva y crítica de Francine Benoît, tese de doutoramento, Universidade de Salamanca, 2011.]
II. José Pais de Almeida e Silva (1899-1968) musicou em 1925, com o título «Dobadoira», o soneto «Melodia simples», do livro Chuva da tarde (1923). A canção foi divulgada por Armando Goes (1906-1967) e por seu sobrinho Luiz Goes (1933-2012), que a incluiu várias vezes nas suas gravações.
[Fonte: Octávio Sérgio, em: http://guitarradecoimbra.blogspot.com/2006_03_05_archive.html]
III. Luís de Freitas Branco (1890-1955) compôs três peças a partir de poemas de António Sardinha, a primeira do livro A epopeia da planície (1915) e as duas últimas de Quando as nascentes despertam… (1921): «O motivo da planície», «Minuete» e «Soneto dos repuxos».
[«O motivo da planície» e «Minuete» são duas das suas Quatro melodias: para canto e piano (partitura publicada em Lisboa, Sasssetti, 1920 e 1937). O disco Luís de Freitas Branco: Integral das canções (2006), de Nuno Vieira de Almeida, Elsa Saque e Nella Maissa, inclui as três composições.]
IV. Ruy Coelho (1889-1986) integrou «Salomé», do livro Chuva da tarde (1923), na sua composição Seis sonetos portugueses: canto e orquestra. Saüdade (1943). [A partitura manuscrita conserva-se na Biblioteca Nacional, em Lisboa, com a cota: EMUS6 54.]
V. Ivo Cruz (1901-1985) incluiu «Soneto de Ávila» nas suas Canções perdidas: para canto e piano. O «Soneto de Ávila» de António Sardinha foi inicialmente publicado na revista Contemporânea, vol. 1, n.º 3 (Julho de 1922), p. 132; e logo depois recolhido no livro Chuva da tarde (1923). [Da partitura de Ivo Cruz há registo de uma edição publicada em Lisboa, Valentim de Carvalho, 1984.]
VI. José de Campos e Sousa (n.1947) musicou e interpretou à guitarra os seguintes poemas de António Sardinha:
- «Soneto da casa», de Quando as nascentes despertam… [José Campos e Sousa gravou esta composição, com o título «Fado Joaninha», no disco Nossa Senhora do Carmo (1988); outro intérprete, José da Câmara, incluiu-a no seu disco de estreia (José da Câmara, 1988).]
- «Invocação», de A epopeia da planície. [Foi incluída na cassete Lusitânia em giesta florida (1997).]
- «Nun’Álvares», de Pequena Casa Lusitana. [Foi incluído no disco (CD) São Nuno de Santa Maria – Por Portugal e basta (2009).]
[M.V.C.]
os_compositores_e_a_poesia_de_antÓnio_sardinha.pdf |
Antologia
Audio
António Sardinha e o Integralismo Lusitano - José Manuel Quintas e Fernando Rosas, debatem a figura de António Sardinha e o projeto do "Integralismo Lusitano", desde a República até ao Estado Novo. Arquivos RTP.
António Sardinha, José Manuel Quintas, Fernando Rosas, António de Oliveira Salazar, Francisco Rolão Preto, Francisco Veloso, Lino Neto, Igreja Católica, Dom João de Almeida, António Gomes da Costa, António Óscar Fragoso Carmona, Alfredo Augusto Pimenta, José Hipólito Raposo, Dom Manuel II, Dom Duarte Nuno de Bragança, Adolf Hitler, Benito Mussolini, Luís Cabral de Moncada, Oswald Spengler.
A evolução do Integralismo Lusitano; leitura do poema "Letreiro", de António Sardinha, por Luís Caetano.
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/antonio-sardinha-e-o-integralismo-lusitano/
António Sardinha e o Integralismo Lusitano - José Manuel Quintas e Fernando Rosas, debatem a figura de António Sardinha e o projeto do "Integralismo Lusitano", desde a República até ao Estado Novo. Arquivos RTP.
António Sardinha, José Manuel Quintas, Fernando Rosas, António de Oliveira Salazar, Francisco Rolão Preto, Francisco Veloso, Lino Neto, Igreja Católica, Dom João de Almeida, António Gomes da Costa, António Óscar Fragoso Carmona, Alfredo Augusto Pimenta, José Hipólito Raposo, Dom Manuel II, Dom Duarte Nuno de Bragança, Adolf Hitler, Benito Mussolini, Luís Cabral de Moncada, Oswald Spengler.
A evolução do Integralismo Lusitano; leitura do poema "Letreiro", de António Sardinha, por Luís Caetano.
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/antonio-sardinha-e-o-integralismo-lusitano/