José Adriano Pequito Rebelo foi membro fundador do Integralismo Lusitano e destacada figura científica e política no movimento agrário.
Com grande fortuna pessoal, financiou diversas publicações monárquicas integralistas como a revista Nação Portuguesa ou o jornal A Monarquia.
Durante a 1ª Grande Guerra, combateu na Flandres como oficial miliciano de Artilharia.
Em 1919, veio a ficar gravemente ferido na revolta monárquica de Monsanto.
Durante a guerra civil de Espanha, ofereceu-se como voluntário nas forças nacionalistas, vindo a disponibilizar o seu avião particular para múltiplas missões políticas e diplomáticas.
Teve importante papel no combate que os integralistas lusitanos desenvolveram contra a «Salazarquia» e na desvinculação dos monárquicos ao «Estado Novo». Em 1949, chefiou uma lista agrária independente nas eleições para a Assembleia Nacional, suscitando forte polémica com a candidatura da União Nacional e com Norton de Matos e o Partido Comunista (ver O Meu Testemunho). No ano seguinte, foi um dos subscritores da actualização doutrinária do Integralismo Lusitano intitulada «Portugal Restaurado pela Monarquia».
Durante as guerras de África (1961-74), colocou-se ao serviço das forças militares portuguesas em Angola, integrando, com o seu avião particular, as "Formações Aéreas de Voluntários" (FAV's). Não deixou, por isso, de se manter como membro destacado nas movimentações monárquicas de oposição ao Estado Novo, acompanhando e incentivando acções visando o seu derrube ou a divulgação dos princípios do Integralismo Lusitano, como o lançamento da Editora Biblioteca do Pensamento Político, a constituição do movimento da Renovação Portuguesa. Em 1969, embora não fosse candidato a deputado, transformou a sua casa de Lisboa em sede de campanha da Comissão Eleitoral Monárquica (CEM).
Em 1975, foi expropriado dos bens fundiários que detinha no Alentejo. Durante o chamado "PREC" (Processo Revolucionário em Curso), veio a estar na primeira linha do combate contra o que designou "a sovietização dos campos e da política portuguesa".
Veio a ser empossado no cargo de conselheiro do Duque de Bragança, em 1 de Dezembro de 1978, cargo que manteve até à sua morte.
Obras, entre outras: Pela Deducção à Monarquia, 1922; Meditações de Fátima, 1942; O Aspecto Espiritual da Aliança Inglesa - Ensaios de Crítica Histórica, 1945; As Eleições de Portalegre, 1949; Em Louvor e Defesa da Terra, 1949; O Meu Testemunho, 1949; Um Documento Revelador, 1974, Boas e Más Reformas Agrárias, 6 vols., 1975; A Invasão Soviética do Alentejo, 1979.
PARA UMA BIBLIOGRAFIA DE
José Adriano Pequito Rebelo
1908
Elogio académico de Sua Alteza Real D. Luiz Filippe: declamado na sessão solemne de Physica, no dia 4 de Junho de 1908, Lisboa, Annuario Commercial, 1908.
1916
A Questão Ibérica - Aspectos Económicos.
1917-1919
Novos métodos de cultura: o método integral, Lisboa, Tip. A Editora, 1917.
O método integral: solução do problema cerealifero, Lisboa, Typographia “A Editora”, 1918.
Novos métodos de cultura: método integral, Lisboa, Ferin, 1919. Outra edição: O método integral, Porto, 1942. (Tip. Impr. Portuguesa.)
1921
Cartilha do lavrador: integralismo lusitano, Lisboa, 1921. (Imprensa da Livraria Ferin.)
Pela deducção à monarchia: da Nação Portugueza de 1914, Lisboa, 1921. (Tip. Ferin.) Outra edição: Pela dedução à monarquia: 1914-1944, 2.ª ed., Lisboa, Gama, 1945.
1922
"Teoria do Imposto", Nação Portuguesa, 2ª Série, nº 1, Julho de 1922, pp. 13-16.
1926
As falsas ideias claras em economia agrária, Lisboa, Nação Portuguesa, 1926; 2ª edição, Lisboa, Tipografia Portuguesa, 1946.
O Valor Agrícola do Tagassasto.
A terra portuguesa - Esboço de uma doutrina agrária.
1929
A terra portuguesa, Lisboa, 1929. (Tip. Ottosgráfica.)
1931
O desastre das reformas agrárias, Coimbra, 1931. (Tip. Of. Coimbra Editora.)
Duas economias: economia materialista (socialismo e capitalismo) e economia nacionalista cristã, Coimbra, Coimbra Editora, 1931. (Estudos políticos, económicos e sociais. 1.ª parte: Definição filosófica.)
1932
Um esquema de política económica, Lisboa, 1932. (Tip. Inglesa.)
1934
La conférence de Londres et la crise mondiale, Lisboa, 1934. (Tip. Of. Fernandes.)
1937
Anti-Marx: conferências, Lisboa, Secretariado da Propaganda Nacional, 1937.
Uma previsão dos acontecimentos de Espanha, Lisboa, 1937. (Tip. Minergráfica.)
1939
Espanha e Portugal: unidade e dualidade peninsular, Lisboa, 1939. (Tip. Ottosgráfica.) Ediçao em Espanha: “Unidad y dualismo peninsular”, estudio de José Pequito Rebello, in La aliança penisular, por António Sardinha, trad. y pról. del Marqués de Quintanar, pról. de la primera ed. de Ramiro Maeztu, Segovia, El Adelantado, 1939.
1940
A idea de Portugal forte: “Si vis pacem, para bellum”, Lisboa, 1940.
1940-1942
Foros em ouro: subsídios para a revogação do decreto no 30.131, Lisboa, 1940. (Tip. Minergráfica.)
Foros e desaforos: o Decreto no 30.131 em face da Constituição e do art. 8o do Código Civil, alegações do Dr. José Adriano Pequito Rebelo na acção de consignação em depósito que lhe move a Sociedade Inglesa Henry Bucknall & Sons, Ltd., Lisboa, 1941.
Foros, desaforos e... desaforados: o decreto no 30.131 em face da constituição e do art. 8o do código civil, memorial [de] José Adriano Pequito Rebelo ao Tribunal da Relação de Lisboa na acção de consignação em depósito contra ele requerida pela socidade inglesa Henry Bucknall & Sons, Lisboa, 1942.
1942
Meditações de Fátima, Lisboa, Gama, 1942. Outra ediçao: Meditações de Fátima, Lisboa, 1944. (Tip. Of. Gráfica.)
A obra de Pequito Rebêllo, Lisboa, Gama, 1942.
1945
O aspecto espiritual da aliança inglesa: artigos publicados no jornal “Novidades” durante os anos de 1943 e 1944, Lisboa, Gama, 1945.
1949
O meu testemunho: publicado no Diário de Lisboa, em 9 de Fevereiro de 1949, Lisboa, 1949. (Tip. Gráfica Santelmo.)
Em louvor e defesa da terra, Lisboa, 1949. (Tip. Gráf. Santelmo.)
1950
Representação à Presidência do Conselho e à Assembleia Nacional , Lisboa, 1950. (Tip. Gráf. Santelmo.)
As eleições de Portalegre: documentos, Lisboa, 1950. (Tip. Gráf. Santelmo.)
1952
Uma questão de honorários: minuta de revista... Lisboa, 1952. (Tip. Portuguesa.)
1953
Os nomes do Além-Tejo: extracto do livro em preparação “O Além-Tejo e a sua alma”, Estremoz, Tip. Brados do Alentejo, 1953. (Sep. de “Brados do Alentejo”.)
1958
Os deveres dos proprietários agrícolas, Coimbra, 1958. (Sep. “Pela Terra!”, 5.)
1959
A enfiteuse e o novo código civil, Lisboa, 1959. (Sep. “A Voz da Lavoura”.)
Agricultura e técnica, Lisboa, 1959. (Sep. “A Voz da Lavoura”.)
1961
Tradição e Ultramar, Lisboa, 1961.
1962
"Integralismo - 1962", O Debate, 585, 2 de Junho de 1962, pp. 1-11.
Portugal e a India, Lisboa, 1962.
1963
Petição inicial do Dr José Adriano Pequito Rebelo na acção ordinária em que são rés a Câmara Municipal do Gavião e a Junta de Freguesia da Comenda. José Adriano Pequito Rebelo, António Sampaio Soares, Nisa, 1963.
Contestação do Dr. José Adriano Pequito Rebello à oposição deduzida no proceso do embrago de obra nova pela Câmara Municipal de Gavião, José Adriano Pequito Rebelo, António Sampaio Soares, Nisa, 1963.
1965
Em demanda do segredo africano. O mistério do sangue na floresta, Coimbra, 1965. (Sep. O Instituto.)
1966
Fomento e povoamento estratégicos: solução do problema de Angola?, Lisboa, Ense et Aratro, 1966.
1975
Boas e más reformas agrárias, Gavião, 1975. Outra edição (?): Boas e más reformas agrárias, Porto, 1975.
Um documento revelador, Porto, 1975.
1976
Boas e más reformas agrárias: o decreto-lei 406-A-75: subsídios para a sua revogação, 2.ª ed., Porto, 1976.
1977
O problema da Constituição, Porto, 1977. (Tip. Of. Gráf. da Casa Nun’Álvares.)
1978
A soberania soviética em Portugal, Porto, 1978. (Tip. Oficinas Gráficas da Casa Nun’Álvares.)
1979
As falsas ideias claras em economia agrária, 3.ª ed., Gavião, 1979. (Distr. Editorial Resistência.)
1982
O abominável latifúndio: lenda negra desmentida por seus próprios sequazes, Gavião, 1982.
[M.V.C.]