Integralismo Lusitano E NACIONAL-SINDICALISMO
- Uma Síntese
José Manuel Quintas
O Integralismo Lusitano foi um movimento de ideias criado no início do século XX, com a intenção de regenerar Portugal através de um retorno aos valores e às tradições democráticas da monarquia portuguesa. Inspirado no catolicismo social, propôs a restauração da Monarquia em bases descentralizadas, sindicalistas e municipalistas. Os integralistas estiveram sempre na linha da frente dos combates aos sucessivos regimes oligárquicos e repressivos do século XX; primeiro, contra a partidocracia da 1ª República; e, depois, contra o regime de partido único da 2ª República ou “Estado Novo”. Os integralistas reagiram contra os totalitarismos do século XX - comunismo e fascismo - apontando para uma nova era fundada na democracia orgânica. Na 3ª República, a prioridade passou a estar na libertação dos municípios do partidismo e, no plano da representação parlamentar, no acrescentar ao pluralismo político-ideológico representações do pluralismo social.
Reaportuguesar Portugal
A expressão "Integralismo Lusitano" foi usada pela primeira vez por Luís de Almeida Braga (1886-1970) na revista Alma Portuguesa (Gand, 1913) designando um projecto de regeneração de Portugal.
Em 1913, Almeida Braga exprimia-se em termos religiosos e filosófico-estéticos, se bem que com evidente intencionalidade político-cultural, reagindo ao Saudosismo gnóstico de Teixeira de Pascoaes (O Espírito Lusitano ou o Saudosismo, 1912) e ao movimento da "Nova Renascença" (criado pelo grupo de republicanos portuenses da revista A Águia). Na vertente político-religiosa, estes defendiam que o regime republicano abria novas possibilidades de regeneração para Portugal, mas que esta só se concretizaria se fossem quebrados definitivamente os laços com a Igreja Católica; Almeida Braga, interpretando o recém-implantado regime republicano como uma nova etapa no processo de decadência, advogava que a regeneração só seria possível através de um retorno à integralidade do espírito católico que fizera Portugal.
Esta era uma visão partilhada por um grupo de jovens estudantes monárquicos, exilados na sequência da sua participação nas incursões da Galiza comandadas por Paiva Couceiro – entre os quais se contava também Simeão Pinto de Mesquita e Francisco Rolão Preto (1893-1977) —, que contestavam, afinal, no plano religioso e filosófico-estético, uma das expressões culturais da ofensiva anti-religiosa e anti-clerical republicana.
O projecto integralista lusitano, porém, depressa transbordou para o plano político. Em 1914, na revista Nação Portuguesa, sob a direcção de Alberto de Monsaraz (1889-1959), a expressão "Integralismo Lusitano" designava já um índice de soluções sob o título "monarquia tradicional, orgânica, anti-parlamentar". Tanto quanto promover o renascimento do espírito católico na alma dos portugueses, criar uma nova literatura e uma nova arte despojada do espírito romântico do século anterior, havia agora que trazer de novo à luz do dia os princípios políticos da antiga Monarquia portuguesa. Para os integralistas, não haveria uma verdadeira regeneração portuguesa sem retomar as suas antigas tradições políticas. A monarquia absolutista do despotismo iluminado do Marquês de Pombal, assente na teoria protestante do "direito divino dos reis", bem como a sucedânea monarquia da Carta, importada pelos liberais no século XIX, tinham sido estrangeirismos descaracterizadores, responsáveis pela subversão dos princípios democráticos da antiga monarquia.
Os integralistas recuperavam o espírito dos Vencidos da Vida ao defenderem o "reaportuguesamento de Portugal", mas sublinhavam agora também um propósito político: era necessário recuperar o antigo pensamento político português que, do mesmo passo, reconhecera os foros e liberdades da república (das comunas urbanas, dos concelhos rurais, etc.), estabelecera as regras da sua representação em Cortes e definira o conteúdo dos pactos que os reis, sob pena de deposição, juravam respeitar.
E foi em torno desse princípio orientador - "reaportuguesar Portugal" - que um grupo de jovens monárquicos, que não se reconheciam na monarquia deposta — como Hipólito Raposo (1885-1953), Luís de Almeida Braga, José Pequito Rebelo (1893-1983) —, se reuniu com um grupo de republicanos entretanto convertidos ao ideário monárquico por não se reconhecerem na república recém-implantada — António Sardinha (1887-1925), João do Amaral, Domingos Garcia Pulido, entre outros.
O Integralismo Lusitano como movimento político
Em 1914, os integralistas apresentaram um índice de soluções políticas e afirmaram obediência a D. Manuel II. O seu propósito, no entanto, não visava uma intervenção política na direcção da conquista do poder. Antes de mais, havia que lembrar aos próprios monárquicos o que fora a antiga monarquia portuguesa; era necessário voltar a semear as ideias do pensamento político português, ler de novo autores como Álvaro Pais, Frei António de Beja, Jerónimo Osório, Diogo de Paiva, Frei Manuel dos Anjos, Frei Jacinto de Deus, Sousa de Macedo, João Pinto Ribeiro, Vaz de Gouveia.
A primeira reacção dos políticos que defendiam os regimes constitucionais da Europa continental, tanto monárquicos como republicanos, foi a de se fazerem desentendidos, acusando-os de serem absolutistas ou de copiarem um movimento político neo-monárquico que, naquela época, fazia furor em Paris — a Action française. Os integralistas demarcaram-se da mais
recente "farmacopeia gaulesa", desfizeram embustes e afirmaram as origens portuguesas do seu pensamento político. O velho "Vencido da Vida” Ramalho Ortigão, na Carta de um Velho a um Novo (1914), veio depôr as suas armas perante aquela “nova ala de namorados”, explicando em que consistia a sua “incontestável superioridade”: estes tinham “admiravelmente pressentido a necessidade culminante da reeducação integral do povo português”.
Em 1915, na vaga de crescente activismo monárquico, os integralistas acabaram sendo catapultados para um lugar de destaque. Ao realizaram um ciclo de conferências na Liga Naval sobre a Questão Ibérica, alertando para o perigo de uma absorção pelo Reino de Espanha, as instalações foram assaltadas e destruídas, sem que Luís de Almeida Braga tivesse apresentado A Lição dos Factos. Apesar da maioria dos monárquicos continuar a conceber a política como uma luta de partidos pelo acesso a lugares e a negócios no Estado, a violência dos republicanos acabou dando projecção e notoriedade aos jovens integralistas.
O Integralismo Lusitano na "República Nova" e na restauração da Monarquia no Norte e em Monsanto (Lisboa)
Em Abril de 1916, com a entrada de Portugal na Grande Guerra, os integralistas decidem anunciar a sua transformação em organização política. No Manifesto subscrito pela Junta Central do Integralismo Lusitano, então constituída, reafirmam obediência a D. Manuel II e confiança na Aliança Luso-britânica, chamando os restantes monárquicos a cerrar fileiras em torno da Pátria em guerra.
Com a chegada ao poder de Sidónio Pais, os integralistas colaboraram activamente na situação presidencialista que se esboçou. Hipólito Raposo e Martinho Nobre de Melo (então Ministro da Justiça), entre outras iniciativas legislativas, elaboraram uma lei eleitoral em que se adoptava o Sufrágio Universal e se introduziam princípios de representação regional e profissional no Senado. Aquele propósito tinha um profundo significado político: pôr fim ao monopólio da representação por intermédio de partidos ideológicos, era dar um primeiro passo no sentido do restabelecimento da democracia orgânica da antiga monarquia portuguesa. A "primeira necessidade de vida pública", nas palavras de António Sardinha [in "A teoria da Nobreza"], consistia no "regresso desafogado e sincero aos velhos quadros concelhios e corporativos. O organismo [nacional] não se fortifica senão reanimando-lhe as suas células constitucionais." A reacção da partidocracia foi porém drástica, assassinando o presidente Sidónio Pais.
Morto Sidónio Pais, a partidocracia procurou retomar as rédeas do poder e reinstalar o seu parlamentarismo. Em resposta, formaram-se Juntas Militares contra o retorno das engrenagens corruptas da partidocracia. E foi nesse contexto que os integralistas ajudaram a transformar o anti-parlamentarismo das Juntas Militares em pronunciamentos pela restauração da Monarquia. Em Janeiro de 1919, as Juntas Militares do Norte pronunciaram-se pela Restauração e, no Porto, sob o comando de Paiva Couceiro, foi reposta em vigor a Carta Constitucional e estabelecida uma Junta Governativa. O restabelecimento da Carta não impediu que os integralistas aceitassem a nova ordem - agarravam “a parte prática e positiva" da obra restauradora.
O rei D. Manuel II terá dado o seu "go on" a Aires de Ornelas, mas não respondeu à chamada dos restauradores, ficando no seu exílio britânico. Os republicanos reorganizaram-se e responderam militarmente, primeiro em Lisboa e, por fim, no Porto, contando nas fronteiras com a colaboração das autoridades espanholas. Durante as operações da restauração, houve destacados monárquicos, como Alfredo Pimenta, que só souberam dos acontecimentos através dos jornais. Os integralistas, directamente envolvidos nas acções político-militares que levaram aos pronunciamentos (Os combates pela bandeira azul e branca, 1910-1919), retirarão graves conclusões da derrota, procedendo a uma completa reavaliação da sua posição, tanto na questão dinástica como na questão política.
Rei, Municípios e Sindicatos
Na questão dinástica, interpretando o imobilismo de D. Manuel II, tanto no decurso dos acontecimentos, como na sua posterior rejeição de um programa de acção revolucionário, decidem desligar-se da sua obediência, declarando colocar “o interesse nacional acima da Pessoa do Rei”. Estabelecidas negociações com o ramo legitimista da Casa de Bragança vem a obter-se o Acordo de Bronnbach (1920), pelo qual a Junta Central do Integralismo Lusitano e o Partido Legitimista fizeram o reconhecimento conjunto do neto do Rei D. Miguel I, D. Duarte Nuno de Bragança.
Na questão política, desfeita a aliança com os manuelistas, resolvem assumir integralmente o seu ideário. Em 1919, ficara definitivamente enterrada a monarquia da Carta. A resolução do problema nacional teria doravante que passar por um pacto a estabelecer entre “o Rei, os municípios, e os trabalhadores de todas as classes e profissões organizados corporativamente”. Para os integralistas, havia um equívoco que, mais tarde ou mais cedo, acabaria por ceder: o de se alicerçar um regime em clientelas partidárias, fossem monárquicas ou republicanas. A 1ª República, ao reproduzir o modelo parlamentar da monarquia deposta, organizando-se por hierarquias de políticos e de caciques, acabaria também por ruir. Era decerto necessário continuar a promover o princípio monárquico, mas era agora imprescindível refazer os municípios, os sindicatos e as corporações, organizando uma acção nacional paramilitar com forças voluntárias e audazes. Estava aberta uma via que virá a culminar no Movimento Nacional-Sindicalista: Alberto de Monsaraz reedita a Cartilha do Operário e Francisco Rolão Preto é cooptado para a Junta Central do Integralismo Lusitano (1922).
Durante os anos de 1920, os integralistas vêm a alimentar muitas esperanças e a sofrer não menos contrariedades e decepções. Em 1925, a morte de António Sardinha, quando tinha apenas 37 anos, foi sentida como uma grande perda. A Junta Central ficava sem aquele que, dada a força mística do seu Verbo, e apesar do ascendente de Hipólito Raposo, muitos consideravam ser o líder dos integralistas.
O Integralismo Lusitano no derrube do parlamentarismo da 1ª República
O regime da 1ª República continuou na sua "balbúrdia sanguinolenta", mas o descalabro financeiro e a corrupção eram de tal ordem que o chefe do governo, António Maria da Silva, chegou a proclamar que o "país estava a saque". Apesar da morte de António Sardinha, os integralistas vêm a desempenhar papel de relevo nas movimentações político-militares que levaram à revolta militar de 28 de Maio de 1926. Em 14 de Junho, o general Gomes da Costa apresentou um projecto constitucional, em cuja redação colaboraram os integralistas Afonso Lucas, Pequito Rebelo e Hipólito Raposo, prevendo-se uma representação nacional por delegação directa dos municípios, dos sindicatos e das corporações (O "programa retroactivo" do 28 de Maio). Após o afastamento do general Gomes da Costa da direcção da Ditadura Militar - em 9 de Julho, foi preso e deportado para os Açores - a Junta Central do Integralismo Lusitano ficou desapontada e apreensiva: a Ditadura Militar ficou sob o comando do general Óscar Carmona, que apenas aderira ao movimento do 28 de Maio quando se tornou claro que, no Porto e em Braga, tanto o general Peres como o general Sousa Dias não tinham conseguido travar a eclosão da revolta.
As prevenções e cautelas que os integralistas manifestaram a respeito dos chefes militares que prenderam e deportaram o general Gomes da Costa, não foram acolhidas por vários jovens que, insistindo em colaborar com a Ditadura, se foram afastando das orientações da Junta Central: em 1927, desvincularam-se José Maria Ribeiro da Silva, Pedro Teotónio Pereira, Manuel Múrias, Rodrigues Cavalheiro, Marcelo Caetano, Pedro de Moura e Sá; em 1928, Manuel Múrias consumou a sua dissidência; em 1929, deu-se a ruptura definitiva de Teotónio Pereira e Marcelo Caetano, dissolvendo o Instituto António Sardinha; em 1930, deu-se a dissidência definitiva de João do Amaral (a ruptura iniciou-se em 1927 com a publicação do diário «A Ideia Nacional»).
A formação de uma Quarta-Via contra o "fascismo catedrático" de Oliveira Salazar
Em 30 de Julho de 1930, Oliveira Salazar pronuncia um discurso fazendo uma tácita aceitação do programa do Integralismo Lusitano, declarando o propósito de "abandonar uma ficção - o partido -, para aproveitar uma realidade - a associação". Salazar defendia ali uma representação da Nação no Estado por intermédio das freguesias, municípios e corporações, reacendendo-se a esperança entre os integralistas. Em fins de Março de 1932, porém, ao apresentar o projecto de Constituição, o governo acolheu o modelo das duas Câmaras proposto pelo grupo da Seara Nova - Câmara de Partidos (legislativa) e Câmara Corporativa (consultiva), quebrando-se a promessa de abandono das ficções partidárias. O Estado Novo iria afinal reabilitar o velho sistema oligárquico de representação por intermédio de partidos político-ideológicos. É então que Alberto de Monsaraz e Francisco Rolão Preto lançam o Movimento Nacional-Sindicalista. Para manter vivo o projecto de uma ampla representação nacional, de base municipal e sindical, os integralistas propõem-se criar uma organização de massas capaz de disputar eleições partidárias.
Em Agosto de 1932, são publicados os Estatutos da União Nacional e, em Novembro, tomam posse as respectivas Comissão Central e Junta Consultiva, na qual surgem dois destacados dissidentes do Integralismo Lusitano: João do Amaral e Marcelo Caetano. D. Manuel II morrera em Julho. A par dos restantes organismos monárquicos, o Integralismo Lusitano irá dissolver-se no ano seguinte para integrar a Causa constituída em torno de D. Duarte Nuno de Bragança. Uma diferença vai persistir entre os integralistas lusitanos e os restantes monárquicos: enquanto a maioria dos antigos apoiantes de D. Manuel II, cedendo ao convite de Salazar, vai passar a colaborar com a União Nacional, os integralistas decidiram passar ao combate à Salazarquia, expressão cunhada por Hipólito Raposo em Dezembro (ver O Integralismo Lusitano perante a Salazarquia).
No início de 1933, ao comentar uma série de entrevistas de Oliveira Salazar a António Ferro, em Salazar e a sua época, Rolão Preto posicionava-se para disputar as eleições do ano seguinte. Na Europa daquela época, muitas forças políticas tinham vindo a adotar métodos milicianos de organização e propaganda - comunistas, fascistas, centristas, inclusive anarquistas. O exemplo mais recente de assinaláveis triunfos eleitorais, era o do partido nazi de Hitler, que se tornava chanceler da Alemanha em Janeiro.
Os nacional-sindicalistas, que tinham decidido adoptar também métodos milicianos de organização e de propaganda, começam a obter imediatamente grande adesão e mobilização popular, em especial entre os jovens. É nesse contexto que um jornalista da United Press perguntou a Rolão Preto: "- Existe alguma diferença entre o Nacional-Sindicalismo e o fascismo ou o hitlerismo?” Eis o essencial da sua resposta: "O fascismo, o hitlerismo são totalitários divinizadores do Estado cesarista, nós outros pretendemos encontrar na tradição cristianíssima do Povo Português a fórmula que permita harmonizar a soberania indiscutível do Interesse Nacional com a nossa moral de homens livres, de vivos seres espirituais” (Revolução, nº 258, 10 de Janeiro de 1933).
Para os mais atentos, não constituía uma surpresa a demarcação de Rolão Preto face aos totalitarismos do século XX. O Nacional-Sindicalismo inscrevera a Cruz de Cristo na sua bandeira e tinha como dirigentes máximos dois membros da Junta Central do Integralismo Lusitano. Em 1931, o papa Pio XI condenara já o Fascismo como uma "estatolatria pagã"; e o próprio Benito Mussolini, de origem jacobina, definira, em 1932, a doutrina do Fascismo como um Estatismo totalitário, considerando-a como um aperfeiçoamento da doutrina democrática da Revolução Francesa (1789): uma "democracia organizada, centralizada e autoritária". O essencial do programa político dos integralistas - descentralizador, municipalista e sindicalista - era acolhido no nacional-sindicalismo, posicionando-se nos antípodas dos centralismos oligárquicos saídos da Revolução Francesa (1789), tanto o das versões de pluralismo partidário do demo-liberalismo, como nas versões de partido único do comunismo e dos fascismos.
O Movimento Nacional-Sindicalista realiza então grandes eventos típicos da época mas, pelos números envolvidos, nunca antes vistos em Portugal: em Fevereiro, no Parque Eduardo VII, em Lisboa, um banquete reúne cerca de 730 simpatizantes, com a presença de muitos militares e estudantes; em Maio, no Porto, um banquete reune mais de 1200 convivas; em Braga, nas celebrações do 28 de Maio, de onde o general Gomes da Costa lançara o seu brado de revolta contra a partidocracia, uma manifestação consegue reunir perto de 3000 nacional-sindicalistas uniformizados.
Em Julho, realiza-se uma conferência do capitão Correia de Campos, nacional-sindicalista, no Teatro São Carlos. Rolão Preto está entre a assistência e é aclamado, pronunciando um discurso muito aplaudido. No livro Para além da Revolução... a revolução (1940, pp. 126-127), Plácido Barbosa, reproduz palavras significativas: "pesam sobre nós as velhas teorias financeiras, os absurdos conceitos económicos, em nome dos quais o homem é escravo da Plutocracia, da Usura e do Estado. / A economia moderna tem de assentar sobre a Justiça, isto é sobre o Trabalho. / Todas as autoridades devem ser protegidas e reforçadas pela comunidade nacional. Assim o homem será livre dentro da solidariedade. A liberdade é essencial à marcha do mundo. / Por isso nós estamos para além do Comunismo, que é a escravidão do homem em proveito do indivíduo; para além do Fascismo que é a escravidão do homem em proveito do Império. / Nós, ao contrário, queremos o indivíduo no quadro da família, em proveito do homem, o indivíduo no quadro do sindicato em proveito e reforço do homem; o indivíduo no quadro da nação em proveito e garantia do homem. / Cada um desses quadros é um circulo de liberdade que protege o homem contra a vontade arbitrária de tiranos".
Abateu-se quase imediata repressão sobre o movimento, sendo o jornal Revolução suspenso pelo novo Ministro do Interior, capitão Gomes Pereira, que substituiu Albino dos Reis.
No início de 1934, o governo criou os "camisas verdes" da Acção Escolar de Vanguarda, mas sem conseguir obter uma mobilização comparável à dos "camisas azuis", sob a liderança dinâmica e carismática de Rolão Preto. Perante a mobilização popular obtida pelo nacional-sindicalismo, e a menos de seis meses da eleição dos deputados para a Assembleia Nacional, o governo de Salazar optou por não correr riscos. Em Julho, Rolão Preto e Alberto de Monsaraz foram presos e desterrados para Espanha.
O nacional-sindicalismo, entretanto infiltrado por João Ameal e Manuel Múrias, entre outros, acabou sendo proibido e desmantelado [Salazar e a proibição do Nacional-Sindicalismo, 29 de Julho de 1934]. Para alguns jovens, a natureza personalista e comunitária do ideário nacional-sindicalista, as suas mal disfarçadas "peias monárquicas", ou mesmo as suas "mansidões católicas", terão decerto desiludido mais do que atraído. Tal como acontecera com a "segunda geração" integralista - Marcelo Caetano, Teotónio Pereira, entre outros -, parte da juventude inicialmente mobilizada no Nacional-Sindicalismo, que os integralistas pretendiam manter no campo do sindicalismo orgânico e das liberdades, acabou por se transferir para o partido do governo - a União Nacional - que, além do mais, oferecia melhores garantias de realização para ambições profissionais e pessoais.
Seguiu-se um acto eleitoral, denunciado como uma farsa pelos nacional-sindicalistas, em colégio eleitoral único, de lista completa, baseando-se num conceito de Estado totalitário decalcado do fascismo [Decreto-lei 24:631, de 6 de Novembro de 1934], garantindo à União Nacional o pleno dos deputados na Assembleia Nacional.
Após as eleições, Rolão Preto foi autorizado a voltar a Portugal. Procurando relançar o nacional-sindicalismo, percorreu o território do continente estabelecendo ligações, lançou novas directrizes e nomeou novos dirigentes. Num banquete de intelectuais nacionalistas, voltou a demarcar-se dos totalitarismos - do comunismo e do fascismo - mas a eclosão da Guerra Civil de Espanha (1936-1939) leva-lo-á, em Dezembro de 1936, a decretar "tréguas políticas" [Carta de Rolão Preto à Junta de Acção Nacional-Sindicalista]. O combate dos integralistas aos totalitarismos - incluindo neste a variante do Estado Novo - tinha no entanto aberto uma quarta-via política e doutrinária destinada a perdurar.
Os Integralistas na oposição ao Estado Novo
Apesar da trégua política provocada pela Guerra Civil de Espanha (1936-1939), os integralistas continuaram a denunciar a tirania e o falso monarquismo de Salazar. Entre os restantes monárquicos, porém, a indiferença foi geral, apesar dos sobressaltos: Rui Ulrich, embaixador em Londres, em 1936, foi forçado a demitir-se por ter convidado, para almoçar na Embaixada, D. Duarte Nuno de Bragança; Afonso Lucas foi demitido do Tribunal de Contas, na sequência da publicação de um artigo publicado em A Voz; em 1940, Hipólito Raposo foi preso e desterrado para os Açores, por ter publicado o livro Amar e Servir (1940) onde denunciava a "Salazarquia".
As 3ª e 4ª Gerações do Integralismo Lusitano, porém, vão sendo reunidas e endoutrinadas em torno de revistas como a Gil Vicente (Manuel Alves de Oliveira), jornais como o Aléo (Fernão Pacheco de Castro), editoras como a GAMA (Grupo de Acção Monárquica Autónoma, autónoma da Causa Monárquica, bem entendido, com Leão Ramos Ascensão, Centeno Castanho, Fernando Amado), criando-se mesmo, em 1944-45, o Centro Nacional de Cultura.
Em meados dos anos 40, os integralistas espreitam oportunidades de colaboração com o chamado "reviralho": Rolão Preto vem a ressurgir politicamente através do Movimento de Unidade Democrática (MUD); em 1947, Vasco de Carvalho está a conspirar ao lado de Mendes Cabeçadas; dois anos depois, na eleição dos deputados da Assembleia Nacional, é a vez de Pequito Rebelo entrar em concertação com o republicano Cunha Leal, desafiando as candidaturas da União Nacional, respectivamente em Portalegre e Castelo Branco.
Em 1950, os jovens estão já em condições de receber o legado integralista através de uma reactualização doutrinária intitulada "Portugal Restaurado pela Monarquia". Pela mesma altura, surgiram novas publicações, como a revista Cidade Nova, Revista de Cultura, 1949-1961 (José Carlos Amado, Afonso Botelho, Henrique Barrilaro Ruas) ou jornais como O Debate (António Jacinto Ferreira, Mário Saraiva).
O movimento dos chamados "Monárquicos Independentes", reunindo grande parte das novas gerações formadas junto dos Mestres do Integralismo Lusitano, apresenta o seu manifesto em 1957, assinado, entre outros, por Francisco de Sousa Tavares, Henrique Barrilaro Ruas, Gonçalo Ribeiro Telles, João Camossa, Fernão Pacheco de Castro, Jorge Portugal da Silveira, Eduardo d'Orey, José Rebelo Raposo, Francisco de Vasconcelos e Sousa, Jorge Portugal da Silveira. Ali se denuncia a ditadura, em defesa de uma "verdadeira constitucionalidade em Portugal".
No ano seguinte, Almeida Braga e Rolão Preto surgem a apoiar a candidatura do general Humberto Delgado à presidência da República (Os monárquicos e as eleições de 1958). Terminavam ali os "anos de chumbo do Estado Novo" (expressão de Fernando Rosas), com os integralistas em melhores circunstâncias para atrair os monárquicos desiludidos. Luís de Almeida Braga publicou então um forte libelo contra o estatismo ditatorial do Estado Novo. Tanto na subsequente "revolta da Sé", em 1959, como nas eleições de 1961, em torno de António Jacinto Ferreira, no jornal O Debate, os jovens monárquicos oposicionistas, eram na sua maioria provenientes do Integralismo Lusitano. Até ao derrube do regime do Estado Novo, em Abril de 1974, sucedem-se as iniciativas com a crescente responsabilidade das novas gerações integralistas, como a Comissão Eleitoral Monárquica (CEM), em 1969, com Barrilaro Ruas, Fernando Sylvan, Luísa Vilhena; o Movimento da Renovação Portuguesa, com Barrilaro Ruas, Mário Saraiva, Magalhães e Silva e Jacinto Ferreira; ou a editora Biblioteca do Pensamento Político, promovida por Mário Saraiva.
Nas eleições de 1969, houve monárquicos como Gonçalo Ribeiro Telles, Francisco Sousa Tavares e Sophia de Mello Breyner, juntando-se a Mário Soares e a Salgado Zenha nas listas da CEUD. No rescaldo das eleições, em Abril de 1970, Ribeiro Telles conseguiu obter um acordo entre várias correntes monárquicas da Oposição formando-se a Convergência Monárquica, integrando personalidades provenientes da CEM (de Barrilaro Ruas), o Movimento Monárquico Popular (MMP), ou a Liga Popular Monárquica (LPM). A Convergência respeitava a independência das organizações e correntes integrantes. Nesse ano de 1970, a tese neo-integralista dos poderes da Instituição Real, por intermédio de Mário Saraiva, vem a obter significativo acolhimento no seio da Causa Monárquica: o livro Razões Reais foi aprovado e adoptado pela Comissão Doutrinária da Causa.
Em 1973, a Convergência Monárquica organizou uma lista de monárquicos oposicionistas para concorrer às eleições. A lista não foi aceite, tendo o governo dado instruções de rejeição aos governadores civis. Foram as últimas eleições realizadas no regime de partido único do Estado Novo.
Logo após o 25 de Abril, em 23 de Maio de 1974, foi fundado o Partido Popular Monárquico, que chamou Francisco Rolão Preto para a sua presidência. Os defensores do ideário municipalista - personalista e comunitário - proveniente do Integralismo preparavam-se, porém, para resistir ao ideologismo e ao poder das oligarquias da partidocracia, das "esquerdas" e das "direitas" - em Janeiro de 1975, a Biblioteca do Pensamento Político, lançava a segunda edição da Teoria das Cortes Gerais de António Sardinha.
O ideário integralista foi revigorado por intermédio dos escritos e intervenções públicas de personalidades como, entre outros, Jacinto Ferreira (Poder Local e Corpos Intermédios) Mário Saraiva (Outra Democracia - Uma Alternativa Nacional), Henrique Barrilaro Ruas e Teresa Martins de Carvalho.
Na derradeira obra de Mário Saraiva - Ideário, Lisboa, Universitária Editora, 2000 - publicada pouco depois da sua morte, merece destaque, em jeito de síntese da atitude integralista das novas gerações: “O que não há dúvida é que o “Estado Velho” que substituiu o “Estado Novo” não serve à sociedade política, nem aos interesses da comunidade nacional.
Mudança é a palavra de ordem.”
Na entrada do século XXI, em 10 de Junho de 2002, foi publicado o documento O Integralismo Lusitano, hoje, identificando pontos essenciais da sua doutrina.
Através do espaço unica semper avis (2000-2012) e agora através de Estudos Portugueses (www.estudosportugueses.com) tem vindo a ser reunido e publicado acervo documental do Integralismo, visando romper a cortina de silêncio acerca do seu autêntico ideário e legado.
Em Setembro de 2024, recolheu-se e publicou-se num só volume a Obra Poética fundamental de António Sardinha, contribuindo para que seja recordado e conhecido numa justa dimensão, quando se aproximava o centenário do seu falecimento prematuro.
13 de Fevereiro de 2025
J. M. Q.
[Nota: nos últimos 50 anos, o PPM sofreu profundas transformações e nada tem a ver com os integralistas ou com o ideário integralista, cujos herdeiros estão hoje filiados nas Reais Associações, mantendo viva a chama da Causa Real em torno da Casa Real Portuguesa, chefiada por S. A. R. o Duque de Bragança, Senhor Dom Duarte].
Fundadores do Integralismo Lusitano (1914)
Discípulos reconhecidos
Precursores próximos e companheiros
Com o propósito de servir o projecto de reaportuguesamento de Portugal - restaurar no domínio do espírito a fisionomia perdida de Portugal - no combate em defesa da civilização que os portugueses ajudaram a criar, os Integralistas entendiam que havia todo um trabalho de investigação e edição a realizar, seguindo as pisadas de ilustres estudiosos que os antecederam. A lista dos mestres mais próximos de referência dos integralistas, identificando as suas áreas de investigação, serviria para arrumar em séries de coleções as separatas a publicar (in Nação Portuguesa, 3ª Série, nº 1, 1924, p. XXXII):
Referências doutrinárias fundamentais
Conimbricences (entre outros)
Precursores de algumas ideias-chave
A expressão "Integralismo Lusitano" foi usada pela primeira vez por Luís de Almeida Braga (1886-1970) na revista Alma Portuguesa (Gand, 1913) designando um projecto de regeneração de Portugal.
Em 1913, Almeida Braga exprimia-se em termos religiosos e filosófico-estéticos, se bem que com evidente intencionalidade político-cultural, reagindo ao Saudosismo gnóstico de Teixeira de Pascoaes (O Espírito Lusitano ou o Saudosismo, 1912) e ao movimento da "Nova Renascença" (criado pelo grupo de republicanos portuenses da revista A Águia). Na vertente político-religiosa, estes defendiam que o regime republicano abria novas possibilidades de regeneração para Portugal, mas que esta só se concretizaria se fossem quebrados definitivamente os laços com a Igreja Católica; Almeida Braga, interpretando o recém-implantado regime republicano como uma nova etapa no processo de decadência, advogava que a regeneração só seria possível através de um retorno à integralidade do espírito católico que fizera Portugal.
Esta era uma visão partilhada por um grupo de jovens estudantes monárquicos, exilados na sequência da sua participação nas incursões da Galiza comandadas por Paiva Couceiro – entre os quais se contava também Simeão Pinto de Mesquita e Francisco Rolão Preto (1893-1977) —, que contestavam, afinal, no plano religioso e filosófico-estético, uma das expressões culturais da ofensiva anti-religiosa e anti-clerical republicana.
O projecto integralista lusitano, porém, depressa transbordou para o plano político. Em 1914, na revista Nação Portuguesa, sob a direcção de Alberto de Monsaraz (1889-1959), a expressão "Integralismo Lusitano" designava já um índice de soluções sob o título "monarquia tradicional, orgânica, anti-parlamentar". Tanto quanto promover o renascimento do espírito católico na alma dos portugueses, criar uma nova literatura e uma nova arte despojada do espírito romântico do século anterior, havia agora que trazer de novo à luz do dia os princípios políticos da antiga Monarquia portuguesa. Para os integralistas, não haveria uma verdadeira regeneração portuguesa sem retomar as suas antigas tradições políticas. A monarquia absolutista do despotismo iluminado do Marquês de Pombal, assente na teoria protestante do "direito divino dos reis", bem como a sucedânea monarquia da Carta, importada pelos liberais no século XIX, tinham sido estrangeirismos descaracterizadores, responsáveis pela subversão dos princípios democráticos da antiga monarquia.
Os integralistas recuperavam o espírito dos Vencidos da Vida ao defenderem o "reaportuguesamento de Portugal", mas sublinhavam agora também um propósito político: era necessário recuperar o antigo pensamento político português que, do mesmo passo, reconhecera os foros e liberdades da república (das comunas urbanas, dos concelhos rurais, etc.), estabelecera as regras da sua representação em Cortes e definira o conteúdo dos pactos que os reis, sob pena de deposição, juravam respeitar.
E foi em torno desse princípio orientador - "reaportuguesar Portugal" - que um grupo de jovens monárquicos, que não se reconheciam na monarquia deposta — como Hipólito Raposo (1885-1953), Luís de Almeida Braga, José Pequito Rebelo (1893-1983) —, se reuniu com um grupo de republicanos entretanto convertidos ao ideário monárquico por não se reconhecerem na república recém-implantada — António Sardinha (1887-1925), João do Amaral, Domingos Garcia Pulido, entre outros.
O Integralismo Lusitano como movimento político
Em 1914, os integralistas apresentaram um índice de soluções políticas e afirmaram obediência a D. Manuel II. O seu propósito, no entanto, não visava uma intervenção política na direcção da conquista do poder. Antes de mais, havia que lembrar aos próprios monárquicos o que fora a antiga monarquia portuguesa; era necessário voltar a semear as ideias do pensamento político português, ler de novo autores como Álvaro Pais, Frei António de Beja, Jerónimo Osório, Diogo de Paiva, Frei Manuel dos Anjos, Frei Jacinto de Deus, Sousa de Macedo, João Pinto Ribeiro, Vaz de Gouveia.
A primeira reacção dos políticos que defendiam os regimes constitucionais da Europa continental, tanto monárquicos como republicanos, foi a de se fazerem desentendidos, acusando-os de serem absolutistas ou de copiarem um movimento político neo-monárquico que, naquela época, fazia furor em Paris — a Action française. Os integralistas demarcaram-se da mais
recente "farmacopeia gaulesa", desfizeram embustes e afirmaram as origens portuguesas do seu pensamento político. O velho "Vencido da Vida” Ramalho Ortigão, na Carta de um Velho a um Novo (1914), veio depôr as suas armas perante aquela “nova ala de namorados”, explicando em que consistia a sua “incontestável superioridade”: estes tinham “admiravelmente pressentido a necessidade culminante da reeducação integral do povo português”.
Em 1915, na vaga de crescente activismo monárquico, os integralistas acabaram sendo catapultados para um lugar de destaque. Ao realizaram um ciclo de conferências na Liga Naval sobre a Questão Ibérica, alertando para o perigo de uma absorção pelo Reino de Espanha, as instalações foram assaltadas e destruídas, sem que Luís de Almeida Braga tivesse apresentado A Lição dos Factos. Apesar da maioria dos monárquicos continuar a conceber a política como uma luta de partidos pelo acesso a lugares e a negócios no Estado, a violência dos republicanos acabou dando projecção e notoriedade aos jovens integralistas.
O Integralismo Lusitano na "República Nova" e na restauração da Monarquia no Norte e em Monsanto (Lisboa)
Em Abril de 1916, com a entrada de Portugal na Grande Guerra, os integralistas decidem anunciar a sua transformação em organização política. No Manifesto subscrito pela Junta Central do Integralismo Lusitano, então constituída, reafirmam obediência a D. Manuel II e confiança na Aliança Luso-britânica, chamando os restantes monárquicos a cerrar fileiras em torno da Pátria em guerra.
Com a chegada ao poder de Sidónio Pais, os integralistas colaboraram activamente na situação presidencialista que se esboçou. Hipólito Raposo e Martinho Nobre de Melo (então Ministro da Justiça), entre outras iniciativas legislativas, elaboraram uma lei eleitoral em que se adoptava o Sufrágio Universal e se introduziam princípios de representação regional e profissional no Senado. Aquele propósito tinha um profundo significado político: pôr fim ao monopólio da representação por intermédio de partidos ideológicos, era dar um primeiro passo no sentido do restabelecimento da democracia orgânica da antiga monarquia portuguesa. A "primeira necessidade de vida pública", nas palavras de António Sardinha [in "A teoria da Nobreza"], consistia no "regresso desafogado e sincero aos velhos quadros concelhios e corporativos. O organismo [nacional] não se fortifica senão reanimando-lhe as suas células constitucionais." A reacção da partidocracia foi porém drástica, assassinando o presidente Sidónio Pais.
Morto Sidónio Pais, a partidocracia procurou retomar as rédeas do poder e reinstalar o seu parlamentarismo. Em resposta, formaram-se Juntas Militares contra o retorno das engrenagens corruptas da partidocracia. E foi nesse contexto que os integralistas ajudaram a transformar o anti-parlamentarismo das Juntas Militares em pronunciamentos pela restauração da Monarquia. Em Janeiro de 1919, as Juntas Militares do Norte pronunciaram-se pela Restauração e, no Porto, sob o comando de Paiva Couceiro, foi reposta em vigor a Carta Constitucional e estabelecida uma Junta Governativa. O restabelecimento da Carta não impediu que os integralistas aceitassem a nova ordem - agarravam “a parte prática e positiva" da obra restauradora.
O rei D. Manuel II terá dado o seu "go on" a Aires de Ornelas, mas não respondeu à chamada dos restauradores, ficando no seu exílio britânico. Os republicanos reorganizaram-se e responderam militarmente, primeiro em Lisboa e, por fim, no Porto, contando nas fronteiras com a colaboração das autoridades espanholas. Durante as operações da restauração, houve destacados monárquicos, como Alfredo Pimenta, que só souberam dos acontecimentos através dos jornais. Os integralistas, directamente envolvidos nas acções político-militares que levaram aos pronunciamentos (Os combates pela bandeira azul e branca, 1910-1919), retirarão graves conclusões da derrota, procedendo a uma completa reavaliação da sua posição, tanto na questão dinástica como na questão política.
Rei, Municípios e Sindicatos
Na questão dinástica, interpretando o imobilismo de D. Manuel II, tanto no decurso dos acontecimentos, como na sua posterior rejeição de um programa de acção revolucionário, decidem desligar-se da sua obediência, declarando colocar “o interesse nacional acima da Pessoa do Rei”. Estabelecidas negociações com o ramo legitimista da Casa de Bragança vem a obter-se o Acordo de Bronnbach (1920), pelo qual a Junta Central do Integralismo Lusitano e o Partido Legitimista fizeram o reconhecimento conjunto do neto do Rei D. Miguel I, D. Duarte Nuno de Bragança.
Na questão política, desfeita a aliança com os manuelistas, resolvem assumir integralmente o seu ideário. Em 1919, ficara definitivamente enterrada a monarquia da Carta. A resolução do problema nacional teria doravante que passar por um pacto a estabelecer entre “o Rei, os municípios, e os trabalhadores de todas as classes e profissões organizados corporativamente”. Para os integralistas, havia um equívoco que, mais tarde ou mais cedo, acabaria por ceder: o de se alicerçar um regime em clientelas partidárias, fossem monárquicas ou republicanas. A 1ª República, ao reproduzir o modelo parlamentar da monarquia deposta, organizando-se por hierarquias de políticos e de caciques, acabaria também por ruir. Era decerto necessário continuar a promover o princípio monárquico, mas era agora imprescindível refazer os municípios, os sindicatos e as corporações, organizando uma acção nacional paramilitar com forças voluntárias e audazes. Estava aberta uma via que virá a culminar no Movimento Nacional-Sindicalista: Alberto de Monsaraz reedita a Cartilha do Operário e Francisco Rolão Preto é cooptado para a Junta Central do Integralismo Lusitano (1922).
Durante os anos de 1920, os integralistas vêm a alimentar muitas esperanças e a sofrer não menos contrariedades e decepções. Em 1925, a morte de António Sardinha, quando tinha apenas 37 anos, foi sentida como uma grande perda. A Junta Central ficava sem aquele que, dada a força mística do seu Verbo, e apesar do ascendente de Hipólito Raposo, muitos consideravam ser o líder dos integralistas.
O Integralismo Lusitano no derrube do parlamentarismo da 1ª República
O regime da 1ª República continuou na sua "balbúrdia sanguinolenta", mas o descalabro financeiro e a corrupção eram de tal ordem que o chefe do governo, António Maria da Silva, chegou a proclamar que o "país estava a saque". Apesar da morte de António Sardinha, os integralistas vêm a desempenhar papel de relevo nas movimentações político-militares que levaram à revolta militar de 28 de Maio de 1926. Em 14 de Junho, o general Gomes da Costa apresentou um projecto constitucional, em cuja redação colaboraram os integralistas Afonso Lucas, Pequito Rebelo e Hipólito Raposo, prevendo-se uma representação nacional por delegação directa dos municípios, dos sindicatos e das corporações (O "programa retroactivo" do 28 de Maio). Após o afastamento do general Gomes da Costa da direcção da Ditadura Militar - em 9 de Julho, foi preso e deportado para os Açores - a Junta Central do Integralismo Lusitano ficou desapontada e apreensiva: a Ditadura Militar ficou sob o comando do general Óscar Carmona, que apenas aderira ao movimento do 28 de Maio quando se tornou claro que, no Porto e em Braga, tanto o general Peres como o general Sousa Dias não tinham conseguido travar a eclosão da revolta.
As prevenções e cautelas que os integralistas manifestaram a respeito dos chefes militares que prenderam e deportaram o general Gomes da Costa, não foram acolhidas por vários jovens que, insistindo em colaborar com a Ditadura, se foram afastando das orientações da Junta Central: em 1927, desvincularam-se José Maria Ribeiro da Silva, Pedro Teotónio Pereira, Manuel Múrias, Rodrigues Cavalheiro, Marcelo Caetano, Pedro de Moura e Sá; em 1928, Manuel Múrias consumou a sua dissidência; em 1929, deu-se a ruptura definitiva de Teotónio Pereira e Marcelo Caetano, dissolvendo o Instituto António Sardinha; em 1930, deu-se a dissidência definitiva de João do Amaral (a ruptura iniciou-se em 1927 com a publicação do diário «A Ideia Nacional»).
A formação de uma Quarta-Via contra o "fascismo catedrático" de Oliveira Salazar
Em 30 de Julho de 1930, Oliveira Salazar pronuncia um discurso fazendo uma tácita aceitação do programa do Integralismo Lusitano, declarando o propósito de "abandonar uma ficção - o partido -, para aproveitar uma realidade - a associação". Salazar defendia ali uma representação da Nação no Estado por intermédio das freguesias, municípios e corporações, reacendendo-se a esperança entre os integralistas. Em fins de Março de 1932, porém, ao apresentar o projecto de Constituição, o governo acolheu o modelo das duas Câmaras proposto pelo grupo da Seara Nova - Câmara de Partidos (legislativa) e Câmara Corporativa (consultiva), quebrando-se a promessa de abandono das ficções partidárias. O Estado Novo iria afinal reabilitar o velho sistema oligárquico de representação por intermédio de partidos político-ideológicos. É então que Alberto de Monsaraz e Francisco Rolão Preto lançam o Movimento Nacional-Sindicalista. Para manter vivo o projecto de uma ampla representação nacional, de base municipal e sindical, os integralistas propõem-se criar uma organização de massas capaz de disputar eleições partidárias.
Em Agosto de 1932, são publicados os Estatutos da União Nacional e, em Novembro, tomam posse as respectivas Comissão Central e Junta Consultiva, na qual surgem dois destacados dissidentes do Integralismo Lusitano: João do Amaral e Marcelo Caetano. D. Manuel II morrera em Julho. A par dos restantes organismos monárquicos, o Integralismo Lusitano irá dissolver-se no ano seguinte para integrar a Causa constituída em torno de D. Duarte Nuno de Bragança. Uma diferença vai persistir entre os integralistas lusitanos e os restantes monárquicos: enquanto a maioria dos antigos apoiantes de D. Manuel II, cedendo ao convite de Salazar, vai passar a colaborar com a União Nacional, os integralistas decidiram passar ao combate à Salazarquia, expressão cunhada por Hipólito Raposo em Dezembro (ver O Integralismo Lusitano perante a Salazarquia).
No início de 1933, ao comentar uma série de entrevistas de Oliveira Salazar a António Ferro, em Salazar e a sua época, Rolão Preto posicionava-se para disputar as eleições do ano seguinte. Na Europa daquela época, muitas forças políticas tinham vindo a adotar métodos milicianos de organização e propaganda - comunistas, fascistas, centristas, inclusive anarquistas. O exemplo mais recente de assinaláveis triunfos eleitorais, era o do partido nazi de Hitler, que se tornava chanceler da Alemanha em Janeiro.
Os nacional-sindicalistas, que tinham decidido adoptar também métodos milicianos de organização e de propaganda, começam a obter imediatamente grande adesão e mobilização popular, em especial entre os jovens. É nesse contexto que um jornalista da United Press perguntou a Rolão Preto: "- Existe alguma diferença entre o Nacional-Sindicalismo e o fascismo ou o hitlerismo?” Eis o essencial da sua resposta: "O fascismo, o hitlerismo são totalitários divinizadores do Estado cesarista, nós outros pretendemos encontrar na tradição cristianíssima do Povo Português a fórmula que permita harmonizar a soberania indiscutível do Interesse Nacional com a nossa moral de homens livres, de vivos seres espirituais” (Revolução, nº 258, 10 de Janeiro de 1933).
Para os mais atentos, não constituía uma surpresa a demarcação de Rolão Preto face aos totalitarismos do século XX. O Nacional-Sindicalismo inscrevera a Cruz de Cristo na sua bandeira e tinha como dirigentes máximos dois membros da Junta Central do Integralismo Lusitano. Em 1931, o papa Pio XI condenara já o Fascismo como uma "estatolatria pagã"; e o próprio Benito Mussolini, de origem jacobina, definira, em 1932, a doutrina do Fascismo como um Estatismo totalitário, considerando-a como um aperfeiçoamento da doutrina democrática da Revolução Francesa (1789): uma "democracia organizada, centralizada e autoritária". O essencial do programa político dos integralistas - descentralizador, municipalista e sindicalista - era acolhido no nacional-sindicalismo, posicionando-se nos antípodas dos centralismos oligárquicos saídos da Revolução Francesa (1789), tanto o das versões de pluralismo partidário do demo-liberalismo, como nas versões de partido único do comunismo e dos fascismos.
O Movimento Nacional-Sindicalista realiza então grandes eventos típicos da época mas, pelos números envolvidos, nunca antes vistos em Portugal: em Fevereiro, no Parque Eduardo VII, em Lisboa, um banquete reúne cerca de 730 simpatizantes, com a presença de muitos militares e estudantes; em Maio, no Porto, um banquete reune mais de 1200 convivas; em Braga, nas celebrações do 28 de Maio, de onde o general Gomes da Costa lançara o seu brado de revolta contra a partidocracia, uma manifestação consegue reunir perto de 3000 nacional-sindicalistas uniformizados.
Em Julho, realiza-se uma conferência do capitão Correia de Campos, nacional-sindicalista, no Teatro São Carlos. Rolão Preto está entre a assistência e é aclamado, pronunciando um discurso muito aplaudido. No livro Para além da Revolução... a revolução (1940, pp. 126-127), Plácido Barbosa, reproduz palavras significativas: "pesam sobre nós as velhas teorias financeiras, os absurdos conceitos económicos, em nome dos quais o homem é escravo da Plutocracia, da Usura e do Estado. / A economia moderna tem de assentar sobre a Justiça, isto é sobre o Trabalho. / Todas as autoridades devem ser protegidas e reforçadas pela comunidade nacional. Assim o homem será livre dentro da solidariedade. A liberdade é essencial à marcha do mundo. / Por isso nós estamos para além do Comunismo, que é a escravidão do homem em proveito do indivíduo; para além do Fascismo que é a escravidão do homem em proveito do Império. / Nós, ao contrário, queremos o indivíduo no quadro da família, em proveito do homem, o indivíduo no quadro do sindicato em proveito e reforço do homem; o indivíduo no quadro da nação em proveito e garantia do homem. / Cada um desses quadros é um circulo de liberdade que protege o homem contra a vontade arbitrária de tiranos".
Abateu-se quase imediata repressão sobre o movimento, sendo o jornal Revolução suspenso pelo novo Ministro do Interior, capitão Gomes Pereira, que substituiu Albino dos Reis.
No início de 1934, o governo criou os "camisas verdes" da Acção Escolar de Vanguarda, mas sem conseguir obter uma mobilização comparável à dos "camisas azuis", sob a liderança dinâmica e carismática de Rolão Preto. Perante a mobilização popular obtida pelo nacional-sindicalismo, e a menos de seis meses da eleição dos deputados para a Assembleia Nacional, o governo de Salazar optou por não correr riscos. Em Julho, Rolão Preto e Alberto de Monsaraz foram presos e desterrados para Espanha.
O nacional-sindicalismo, entretanto infiltrado por João Ameal e Manuel Múrias, entre outros, acabou sendo proibido e desmantelado [Salazar e a proibição do Nacional-Sindicalismo, 29 de Julho de 1934]. Para alguns jovens, a natureza personalista e comunitária do ideário nacional-sindicalista, as suas mal disfarçadas "peias monárquicas", ou mesmo as suas "mansidões católicas", terão decerto desiludido mais do que atraído. Tal como acontecera com a "segunda geração" integralista - Marcelo Caetano, Teotónio Pereira, entre outros -, parte da juventude inicialmente mobilizada no Nacional-Sindicalismo, que os integralistas pretendiam manter no campo do sindicalismo orgânico e das liberdades, acabou por se transferir para o partido do governo - a União Nacional - que, além do mais, oferecia melhores garantias de realização para ambições profissionais e pessoais.
Seguiu-se um acto eleitoral, denunciado como uma farsa pelos nacional-sindicalistas, em colégio eleitoral único, de lista completa, baseando-se num conceito de Estado totalitário decalcado do fascismo [Decreto-lei 24:631, de 6 de Novembro de 1934], garantindo à União Nacional o pleno dos deputados na Assembleia Nacional.
Após as eleições, Rolão Preto foi autorizado a voltar a Portugal. Procurando relançar o nacional-sindicalismo, percorreu o território do continente estabelecendo ligações, lançou novas directrizes e nomeou novos dirigentes. Num banquete de intelectuais nacionalistas, voltou a demarcar-se dos totalitarismos - do comunismo e do fascismo - mas a eclosão da Guerra Civil de Espanha (1936-1939) leva-lo-á, em Dezembro de 1936, a decretar "tréguas políticas" [Carta de Rolão Preto à Junta de Acção Nacional-Sindicalista]. O combate dos integralistas aos totalitarismos - incluindo neste a variante do Estado Novo - tinha no entanto aberto uma quarta-via política e doutrinária destinada a perdurar.
Os Integralistas na oposição ao Estado Novo
Apesar da trégua política provocada pela Guerra Civil de Espanha (1936-1939), os integralistas continuaram a denunciar a tirania e o falso monarquismo de Salazar. Entre os restantes monárquicos, porém, a indiferença foi geral, apesar dos sobressaltos: Rui Ulrich, embaixador em Londres, em 1936, foi forçado a demitir-se por ter convidado, para almoçar na Embaixada, D. Duarte Nuno de Bragança; Afonso Lucas foi demitido do Tribunal de Contas, na sequência da publicação de um artigo publicado em A Voz; em 1940, Hipólito Raposo foi preso e desterrado para os Açores, por ter publicado o livro Amar e Servir (1940) onde denunciava a "Salazarquia".
As 3ª e 4ª Gerações do Integralismo Lusitano, porém, vão sendo reunidas e endoutrinadas em torno de revistas como a Gil Vicente (Manuel Alves de Oliveira), jornais como o Aléo (Fernão Pacheco de Castro), editoras como a GAMA (Grupo de Acção Monárquica Autónoma, autónoma da Causa Monárquica, bem entendido, com Leão Ramos Ascensão, Centeno Castanho, Fernando Amado), criando-se mesmo, em 1944-45, o Centro Nacional de Cultura.
Em meados dos anos 40, os integralistas espreitam oportunidades de colaboração com o chamado "reviralho": Rolão Preto vem a ressurgir politicamente através do Movimento de Unidade Democrática (MUD); em 1947, Vasco de Carvalho está a conspirar ao lado de Mendes Cabeçadas; dois anos depois, na eleição dos deputados da Assembleia Nacional, é a vez de Pequito Rebelo entrar em concertação com o republicano Cunha Leal, desafiando as candidaturas da União Nacional, respectivamente em Portalegre e Castelo Branco.
Em 1950, os jovens estão já em condições de receber o legado integralista através de uma reactualização doutrinária intitulada "Portugal Restaurado pela Monarquia". Pela mesma altura, surgiram novas publicações, como a revista Cidade Nova, Revista de Cultura, 1949-1961 (José Carlos Amado, Afonso Botelho, Henrique Barrilaro Ruas) ou jornais como O Debate (António Jacinto Ferreira, Mário Saraiva).
O movimento dos chamados "Monárquicos Independentes", reunindo grande parte das novas gerações formadas junto dos Mestres do Integralismo Lusitano, apresenta o seu manifesto em 1957, assinado, entre outros, por Francisco de Sousa Tavares, Henrique Barrilaro Ruas, Gonçalo Ribeiro Telles, João Camossa, Fernão Pacheco de Castro, Jorge Portugal da Silveira, Eduardo d'Orey, José Rebelo Raposo, Francisco de Vasconcelos e Sousa, Jorge Portugal da Silveira. Ali se denuncia a ditadura, em defesa de uma "verdadeira constitucionalidade em Portugal".
No ano seguinte, Almeida Braga e Rolão Preto surgem a apoiar a candidatura do general Humberto Delgado à presidência da República (Os monárquicos e as eleições de 1958). Terminavam ali os "anos de chumbo do Estado Novo" (expressão de Fernando Rosas), com os integralistas em melhores circunstâncias para atrair os monárquicos desiludidos. Luís de Almeida Braga publicou então um forte libelo contra o estatismo ditatorial do Estado Novo. Tanto na subsequente "revolta da Sé", em 1959, como nas eleições de 1961, em torno de António Jacinto Ferreira, no jornal O Debate, os jovens monárquicos oposicionistas, eram na sua maioria provenientes do Integralismo Lusitano. Até ao derrube do regime do Estado Novo, em Abril de 1974, sucedem-se as iniciativas com a crescente responsabilidade das novas gerações integralistas, como a Comissão Eleitoral Monárquica (CEM), em 1969, com Barrilaro Ruas, Fernando Sylvan, Luísa Vilhena; o Movimento da Renovação Portuguesa, com Barrilaro Ruas, Mário Saraiva, Magalhães e Silva e Jacinto Ferreira; ou a editora Biblioteca do Pensamento Político, promovida por Mário Saraiva.
Nas eleições de 1969, houve monárquicos como Gonçalo Ribeiro Telles, Francisco Sousa Tavares e Sophia de Mello Breyner, juntando-se a Mário Soares e a Salgado Zenha nas listas da CEUD. No rescaldo das eleições, em Abril de 1970, Ribeiro Telles conseguiu obter um acordo entre várias correntes monárquicas da Oposição formando-se a Convergência Monárquica, integrando personalidades provenientes da CEM (de Barrilaro Ruas), o Movimento Monárquico Popular (MMP), ou a Liga Popular Monárquica (LPM). A Convergência respeitava a independência das organizações e correntes integrantes. Nesse ano de 1970, a tese neo-integralista dos poderes da Instituição Real, por intermédio de Mário Saraiva, vem a obter significativo acolhimento no seio da Causa Monárquica: o livro Razões Reais foi aprovado e adoptado pela Comissão Doutrinária da Causa.
Em 1973, a Convergência Monárquica organizou uma lista de monárquicos oposicionistas para concorrer às eleições. A lista não foi aceite, tendo o governo dado instruções de rejeição aos governadores civis. Foram as últimas eleições realizadas no regime de partido único do Estado Novo.
Logo após o 25 de Abril, em 23 de Maio de 1974, foi fundado o Partido Popular Monárquico, que chamou Francisco Rolão Preto para a sua presidência. Os defensores do ideário municipalista - personalista e comunitário - proveniente do Integralismo preparavam-se, porém, para resistir ao ideologismo e ao poder das oligarquias da partidocracia, das "esquerdas" e das "direitas" - em Janeiro de 1975, a Biblioteca do Pensamento Político, lançava a segunda edição da Teoria das Cortes Gerais de António Sardinha.
O ideário integralista foi revigorado por intermédio dos escritos e intervenções públicas de personalidades como, entre outros, Jacinto Ferreira (Poder Local e Corpos Intermédios) Mário Saraiva (Outra Democracia - Uma Alternativa Nacional), Henrique Barrilaro Ruas e Teresa Martins de Carvalho.
Na derradeira obra de Mário Saraiva - Ideário, Lisboa, Universitária Editora, 2000 - publicada pouco depois da sua morte, merece destaque, em jeito de síntese da atitude integralista das novas gerações: “O que não há dúvida é que o “Estado Velho” que substituiu o “Estado Novo” não serve à sociedade política, nem aos interesses da comunidade nacional.
Mudança é a palavra de ordem.”
Na entrada do século XXI, em 10 de Junho de 2002, foi publicado o documento O Integralismo Lusitano, hoje, identificando pontos essenciais da sua doutrina.
Através do espaço unica semper avis (2000-2012) e agora através de Estudos Portugueses (www.estudosportugueses.com) tem vindo a ser reunido e publicado acervo documental do Integralismo, visando romper a cortina de silêncio acerca do seu autêntico ideário e legado.
Em Setembro de 2024, recolheu-se e publicou-se num só volume a Obra Poética fundamental de António Sardinha, contribuindo para que seja recordado e conhecido numa justa dimensão, quando se aproximava o centenário do seu falecimento prematuro.
13 de Fevereiro de 2025
J. M. Q.
[Nota: nos últimos 50 anos, o PPM sofreu profundas transformações e nada tem a ver com os integralistas ou com o ideário integralista, cujos herdeiros estão hoje filiados nas Reais Associações, mantendo viva a chama da Causa Real em torno da Casa Real Portuguesa, chefiada por S. A. R. o Duque de Bragança, Senhor Dom Duarte].
Fundadores do Integralismo Lusitano (1914)
- Hipólito Raposo, 1885-1953
- Luís de Almeida Braga, 1886-1970
- António Sardinha, 1887-1925
- Alberto Monsaraz, 1889-1959
- José Pequito Rebelo, 1893-1983
Discípulos reconhecidos
- Francisco Rolão Preto, 1893-1977
- Fernando Amado, 1899-1968
- Leão Ramos Ascensão, 1903-1980
- António Jacinto Ferreira, 1906-1995
- Mário Saraiva, 1910-1998
- Afonso Botelho, 1919-1996
- Henrique Barrilaro Ruas, 1921-2003
- Rivera Martins de Carvalho, 1926-1964
- Teresa Martins de Carvalho, 1928-2017
- Centeno Castanho
- Fernão Pacheco de Castro (Coimbra)
- José Carlos Amado
- Manuel Alves de Oliveira (Guimarães)
- Gastão da Cunha Ferreira (Lisboa)
- Nuno Vaz Pinto (Lisboa)
- Frederico Perry Vidal
Precursores próximos e companheiros
- Ramalho Ortigão
- Manuel António Ferreira Deusdado, 1858-1918
- Afonso Lopes Vieira, 1878-1946
- Adriano Xavier Cordeiro, 1880-1919
Com o propósito de servir o projecto de reaportuguesamento de Portugal - restaurar no domínio do espírito a fisionomia perdida de Portugal - no combate em defesa da civilização que os portugueses ajudaram a criar, os Integralistas entendiam que havia todo um trabalho de investigação e edição a realizar, seguindo as pisadas de ilustres estudiosos que os antecederam. A lista dos mestres mais próximos de referência dos integralistas, identificando as suas áreas de investigação, serviria para arrumar em séries de coleções as separatas a publicar (in Nação Portuguesa, 3ª Série, nº 1, 1924, p. XXXII):
- Alberto Sampaio, 1841-1908 (Estudos históricos)
- J. P. de Oliveira Martins, 1845-1894 (Estudos políticos e económicos)
- Ferreira Deusdado, 1858-1918 (Filosofia e história da Filosofia)
- Moniz Barreto, 1863-1896 (Crítica das ideias e das letras)
- Martins Sarmento, 1833-1899 (Estudos antropológicos e arqueológicos)
- Nery Delgado, 1835-1908 (Estudos científicos)
- Rocha Peixoto, 1866-1909 (Estudos etnográficos)
Referências doutrinárias fundamentais
- Santo Isidoro de Sevilha
- São Tomás de Aquino
- Francisco Suárez
- João Pinto Ribeiro
- Velasco de Gouveia
Conimbricences (entre outros)
- Jerónimo de Azambuja (?-1563) (Oleaster)
- Francisco Foreiro (1522-1581)
- Pedro de Figueiró (1523-1592)
- Manuel Álvares (1526-1583)
- Pedro da Fonseca (1528-1599)
- Manuel de Góis (1543-1597)
- Sebastião do Couto (1567-1639)
- Serafim de Freitas (1570-1633)
- Baltasar Teles (1596-1675).
Precursores de algumas ideias-chave
- Alexandre Herculano - 1858 - Alexandre Herculano, Carta aos Eleitores do Círculo Eleitoral de Sintra
- Oliveira Martins - 1887 - 1891 - Oliveira Martins - Lei e costumes
- António Costa Lobo - 1864 - António Costa Lobo - O Estado e liberdade de associação
- Oliveira Martins - 1878 - As Eleições
- Almeida Garrett - 1925 - António Sardinha, A Herança de Garrett
DOCUMENTOS DA JUNTA CENTRAL DO INTEGRALISMO LUSITANO, 1916-1933
1916 - 1º Manifesto da JC do Integralismo Lusitano, Abril de 1916 - PERANTE A PARTICIPAÇÃO DE PORTUGAL NA GUERRA.
1916 - Estatuto do Integralismo Lusitano, 13 de Novembro de 1916 (Lisboa, Tipografia de A Monarquia, 1917). Assinado por Adriano Xavier Cordeiro, 1880-1919, António Sardinha, 1887-1925, Alberto de Monsaraz, 1889-1959, Hipólito Raposo, 1885-1953, João do Amaral, 1893-1981, Luís de Almeida Braga, 1886-1970, Rui Enes Ulrich, 1883-1966, José Pequito Rebelo, 1893-1983.
1917-11 - "Mensagem dirigida pela Junta Central do Integralismo Lusitano ao Senhor Dom Manuel II, em Novembro de 1917", A Questão Dinástica - Documentos para a História, ..., pp. 5-6.
1919-10-20 - "O Integralismo Lusitano e o Senhor Dom Manoel II - Razões de uma atitude - Caminho Novo", A Monarquia, nº 579, 20 de Outubro de 1919 in A Questão Dinástica - Documentos para História..., Lisboa, 1921, pp. 3-6.
1919-12-06 - "O Integralismo Lusitano e o Senhor Dom Manuel II - Relatório da Missão a Londres", A Monarquia, de 4, 5 e 6 de Dezembro de 1919, Questão Dinástica - Documentos para a História..., Lisboa, 1921, pp. 12-38.
1920-1921 - "A última carta política do senhor D. Miguel II, Bronnbach, Agosto de 1920; Lugar-Tenência, Conde de Almada, Lisboa, 1 de Julho de 1921; Uma proclamação de princípios: Sua Alteza Real a Senhora Infanta Dona Maria Aldegundes de Bragança e Bourbon, Duquesa de Guimarães, em nome do Principe Senhor Dom Duarte Nuno de Bragança, estabelece os fundamentos da Monarquia Nova e aponta aos portugueses o caminho da Restauração Nacional, Bayonne, França, 26 de Junho de 1921; A Monarquia, 5 de Julho de 1921, Questão Dinástica - Documentos para a História..., Lisboa, 1921, pp. 51-53.
1920-07 - Salus Populi - O Integralismo e a questão económica (suplemento ao nº 715 de A Monarquia; documento elaborado por José Pequito Rebelo e subscrito pela Junta Central)
1920-09-09 - "Documentos para a Historia: Sua Alteza Real, o Príncipe Senhor Dom Duarte Nuno de Bragança, é declarado herdeiro legitimo do Trono de Portugal", A Monarquia, 9 de Setembro de 1920, Questão Dinástica - Documentos para a História..., Lisboa, 1921, pp. 47-50.
1920-09-02 - Integralismo Lusitano, A Junta Central, Lisboa, 2 de Setembro de 1920 (Reconhece e declara herdeiro do Trono de Portugal, Dom Duarte Nuno de Bragança e, na sua falta, aquela das senhoras Infantas, suas irmãs, a quem de direito pertencer a sucessão), in A Questão Dinástica - Documentos para a História..., Lisboa, 1921, pp. 48-49.
1921 - A Questão Dinástica - Documentos para a História coligidos e mandados publicar pela Junta Central do Integralismo Lusitano, Lisboa, 1921 (pdf)
1926-03-12 - A Junta Central do Integralismo Lusitano regressa à actividade política
1926-06-15 - "Uma nota oficiosa do Integralismo Lusitano", Diário de Lisboa, 15 de Junho de 1926, p. 4 (Ao ser apresentado o "programa retroactivo" do 28 de Maio - o projecto Constitucional pelo general Gomes da Costa - o Integralismo Lusitano suspende a reivindicação política monárquica).
1930-08-27 - "A Junta Central do Integralismo Lusitano, Lisboa, 27 de Agosto de 1930" in Política, Ano II, nº 14, 31de Agosto de 1930, p. 1 (Em comunicado da Junta Central, o Integralismo Lusitano dispõe-se a colaborar com o chefe do governo da Ditadura, mantendo suspensa a reivindicação política monárquica).
1932-05-28 - "Nota da Junta Central do Integralismo Lusitano, Lisboa, 28 de Maio de 1932" in Integralismo Lusitano - Estudos Portugueses, "Res et Verba", Vol. I, Fasc. III, Junho de 1932, p. 158. (A Junta Central reage muito negativamente ao projecto de Constituição e Hipólito Raposo, no mesmo número da revista, publica os "Reparos à Constituição", pp. 137-142.)
1933-07 - Dissolução da Organização Política do Integralismo Lusitano (htm); "Res et Verba - Integralismo Lusitano" (Dissolução da Organização Política do Integralismo Lusitano), Integralismo Lusitano - Estudos Portugueses, Vol. 1I, Fasc. IV, Julho de 1933, pp. 239-240. (pdf);
1934 - "Res et Verba - Integralismo Lusitano" (anúncio do fim da edição da revista), Integralismo Lusitano - Estudos Portugueses, Vol II, Fasc. XII, pp. 687-688. (pdf)
1916 - Estatuto do Integralismo Lusitano, 13 de Novembro de 1916 (Lisboa, Tipografia de A Monarquia, 1917). Assinado por Adriano Xavier Cordeiro, 1880-1919, António Sardinha, 1887-1925, Alberto de Monsaraz, 1889-1959, Hipólito Raposo, 1885-1953, João do Amaral, 1893-1981, Luís de Almeida Braga, 1886-1970, Rui Enes Ulrich, 1883-1966, José Pequito Rebelo, 1893-1983.
1917-11 - "Mensagem dirigida pela Junta Central do Integralismo Lusitano ao Senhor Dom Manuel II, em Novembro de 1917", A Questão Dinástica - Documentos para a História, ..., pp. 5-6.
1919-10-20 - "O Integralismo Lusitano e o Senhor Dom Manoel II - Razões de uma atitude - Caminho Novo", A Monarquia, nº 579, 20 de Outubro de 1919 in A Questão Dinástica - Documentos para História..., Lisboa, 1921, pp. 3-6.
1919-12-06 - "O Integralismo Lusitano e o Senhor Dom Manuel II - Relatório da Missão a Londres", A Monarquia, de 4, 5 e 6 de Dezembro de 1919, Questão Dinástica - Documentos para a História..., Lisboa, 1921, pp. 12-38.
1920-1921 - "A última carta política do senhor D. Miguel II, Bronnbach, Agosto de 1920; Lugar-Tenência, Conde de Almada, Lisboa, 1 de Julho de 1921; Uma proclamação de princípios: Sua Alteza Real a Senhora Infanta Dona Maria Aldegundes de Bragança e Bourbon, Duquesa de Guimarães, em nome do Principe Senhor Dom Duarte Nuno de Bragança, estabelece os fundamentos da Monarquia Nova e aponta aos portugueses o caminho da Restauração Nacional, Bayonne, França, 26 de Junho de 1921; A Monarquia, 5 de Julho de 1921, Questão Dinástica - Documentos para a História..., Lisboa, 1921, pp. 51-53.
1920-07 - Salus Populi - O Integralismo e a questão económica (suplemento ao nº 715 de A Monarquia; documento elaborado por José Pequito Rebelo e subscrito pela Junta Central)
1920-09-09 - "Documentos para a Historia: Sua Alteza Real, o Príncipe Senhor Dom Duarte Nuno de Bragança, é declarado herdeiro legitimo do Trono de Portugal", A Monarquia, 9 de Setembro de 1920, Questão Dinástica - Documentos para a História..., Lisboa, 1921, pp. 47-50.
1920-09-02 - Integralismo Lusitano, A Junta Central, Lisboa, 2 de Setembro de 1920 (Reconhece e declara herdeiro do Trono de Portugal, Dom Duarte Nuno de Bragança e, na sua falta, aquela das senhoras Infantas, suas irmãs, a quem de direito pertencer a sucessão), in A Questão Dinástica - Documentos para a História..., Lisboa, 1921, pp. 48-49.
1921 - A Questão Dinástica - Documentos para a História coligidos e mandados publicar pela Junta Central do Integralismo Lusitano, Lisboa, 1921 (pdf)
1926-03-12 - A Junta Central do Integralismo Lusitano regressa à actividade política
1926-06-15 - "Uma nota oficiosa do Integralismo Lusitano", Diário de Lisboa, 15 de Junho de 1926, p. 4 (Ao ser apresentado o "programa retroactivo" do 28 de Maio - o projecto Constitucional pelo general Gomes da Costa - o Integralismo Lusitano suspende a reivindicação política monárquica).
1930-08-27 - "A Junta Central do Integralismo Lusitano, Lisboa, 27 de Agosto de 1930" in Política, Ano II, nº 14, 31de Agosto de 1930, p. 1 (Em comunicado da Junta Central, o Integralismo Lusitano dispõe-se a colaborar com o chefe do governo da Ditadura, mantendo suspensa a reivindicação política monárquica).
1932-05-28 - "Nota da Junta Central do Integralismo Lusitano, Lisboa, 28 de Maio de 1932" in Integralismo Lusitano - Estudos Portugueses, "Res et Verba", Vol. I, Fasc. III, Junho de 1932, p. 158. (A Junta Central reage muito negativamente ao projecto de Constituição e Hipólito Raposo, no mesmo número da revista, publica os "Reparos à Constituição", pp. 137-142.)
1933-07 - Dissolução da Organização Política do Integralismo Lusitano (htm); "Res et Verba - Integralismo Lusitano" (Dissolução da Organização Política do Integralismo Lusitano), Integralismo Lusitano - Estudos Portugueses, Vol. 1I, Fasc. IV, Julho de 1933, pp. 239-240. (pdf);
1934 - "Res et Verba - Integralismo Lusitano" (anúncio do fim da edição da revista), Integralismo Lusitano - Estudos Portugueses, Vol II, Fasc. XII, pp. 687-688. (pdf)
DOCUMENTOS DO MOVIMENTO NACIONAL-SINDICALISTA (MNS), 1932-1937
1933-06-13 - Orgânica do Movimento Nacional-Sindicalista
1933-07-25 - Princípios do Nacional-Sindicalismo - "a Assembleia Nacional será assim unicamente constituída pelos representantes dos Municípios, das Províncias e das Corporações Morais e Económicas"
1934 - Francisco Rolão Preto - Representação ao Presidente da República em Junho de 1934 - Se (...) não é entre nós o Estado fascista que serve de modelo (...) em nome de que razão se tentaria impôr ao País esse "partido" [UNIÃO NACIONAL] que do Estado Fascista e Totalitário é o atributo essencial?
1934 - Salazar e a proibição do Nacional-Sindicalismo, Julho-Agosto de 1934
1934 - 24 de Dezembro - O Nacional-Sindicalismo após a Farsa Eleitoral -
1933-07-25 - Princípios do Nacional-Sindicalismo - "a Assembleia Nacional será assim unicamente constituída pelos representantes dos Municípios, das Províncias e das Corporações Morais e Económicas"
1934 - Francisco Rolão Preto - Representação ao Presidente da República em Junho de 1934 - Se (...) não é entre nós o Estado fascista que serve de modelo (...) em nome de que razão se tentaria impôr ao País esse "partido" [UNIÃO NACIONAL] que do Estado Fascista e Totalitário é o atributo essencial?
1934 - Salazar e a proibição do Nacional-Sindicalismo, Julho-Agosto de 1934
1934 - 24 de Dezembro - O Nacional-Sindicalismo após a Farsa Eleitoral -
1935-03-03 - Palavras do Dr. Rolão Preto pronunciadas no banquete dos intelectuais nacionalistas - PARA ALÉM DO LIBERALISMO, DO COMUNISMO E DO FASCISMO
1936-08 - Carta de Rolão Preto ao País - PARA ALÉM DO FASCISMO, DO COMUNISMO E DE TODAS AS TIRANIAS...
1936-12-01 - Carta de Rolão Preto à Junta de Acção Nacional-Sindicalista - "intendo determinar a imediata suspensão de todos os trabalhos de propaganda e de toda actividade partidária nacional-sindicalista."
PORTUGAL RESTAURADO PELA MONARQUIA (1950)
Instituto António Sardinha, 1925-1930
(dissolvido pelos dissidentes da 2ª geração)
(dissolvido pelos dissidentes da 2ª geração)
INSTITUTO ANTÓNIO SARDINHA, 1961-1964
(dissolvido após a morte trágica do seu principal impulsionador, Fernando Rivera Martins de Carvalho)
Relacionado
- 1997 - José Manuel Quintas, O Integralismo Lusitano e a herança de "Os Vencidos da Vida", Sintra, Academia da Força Aérea, 1997.
- 1998 - Idem. "Os Monárquicos" in Iva Delgado, Carlos Pacheco e Telmo Faria (coordenadores), Humberto Delgado - as eleições de 58, Lisboa, Vega, 1998, pp. 137-173.
- 2002 - Idem. "O Integralismo Lusitano face à Institucionalização do Estado Novo: contra a Salazarquia, in História, Ano XXIV (III série), n.º 44, Abril de 2002.
- 2004 - Idem. Filhos de Ramires - As origens do Integralismo Lusitano, Lisboa, Nova Ática, 2004.
- 2014 - Idem. O Integralismo Lusitano para além das etiquetas (síntese publicada em As Raízes Profundas Não Gelam?...)
- 2024 - Idem. A QUARTA-VIA - Para além do Liberalismo, do Comunismo e do Fascismo
- 2024 - Idem. Os Banquetes do Nacional-Sindicalismo em Lisboa e no Porto.
- 2024 - Carlos Bobone. A Herança de António Sardinha (1887-1925)