Como quem cumpre um destino, continuaremos a avançar. Se temos razão, sigam-nos; se não a temos, emendem-nos para nos rendermos à verdade.
Hipólito Raposo (1888-1953)
A História ensina-nos o caminho. Homens livres que somos, livres de partidos, de clientelas, de absurdas fórmulas, o que há que possa impedir a nossa marcha livre para um destino melhor?
Francisco Rolão Preto (1893-1977)
Hipólito Raposo (1888-1953)
A História ensina-nos o caminho. Homens livres que somos, livres de partidos, de clientelas, de absurdas fórmulas, o que há que possa impedir a nossa marcha livre para um destino melhor?
Francisco Rolão Preto (1893-1977)
Integralismo Lusitano — uma síntese
José Manuel Quintas
Reaportuguesar para restaurar Portugal
A expressão "Integralismo Lusitano" foi usada pela primeira vez por Luís de Almeida Braga (1886-1970) na revista Alma Portuguesa (Gand, 1913) designando um projecto de regeneração de Portugal.
Em 1913, Almeida Braga exprimia-se em termos religiosos e filosófico-estéticos, se bem que com evidente intencionalidade político-cultural, reagindo ao Saudosismo gnóstico de Teixeira de Pascoaes (O Espírito Lusitano ou o Saudosismo, 1912) e ao movimento da "Nova Renascença" (criado pelo grupo de republicanos portuenses da revista A Águia). Na vertente político-religiosa, estes defendiam que o regime republicano abria novas possibilidades de regeneração para Portugal, mas que esta só se concretizaria se fossem quebrados definitivamente os laços com a Igreja Católica; Almeida Braga, interpretando o recém-implantado regime republicano como uma nova etapa no processo de decadência, advogava que a regeneração só seria possível através de um retorno à integralidade do espírito católico que fizera Portugal.
Esta era uma visão partilhada por um grupo de jovens estudantes monárquicos, exilados na sequência da sua participação nas incursões da Galiza comandadas por Paiva Couceiro – entre os quais se contava também Simeão Pinto de Mesquita e Francisco Rolão Preto (1893-1977) —, que contestavam, afinal, no plano religioso e filosófico-estético, uma das expressões culturais da ofensiva anti-clerical republicana.
O projecto integralista lusitano, porém, depressa transbordou para o plano político. Em 1914, na revista Nação Portuguesa, sob a direcção de Alberto de Monsaraz (1889-1959), a expressão "Integralismo Lusitano" designava já um índice de soluções sob o título "monarquia tradicional, orgânica, anti-parlamentar". Tanto quanto promover o renascimento do espírito católico na alma dos portugueses, criar uma nova literatura e uma nova arte despojada do espírito romântico do século anterior, havia agora que trazer de novo à luz do dia os princípios políticos da antiga Monarquia portuguesa. Para os integralistas, não haveria uma verdadeira regeneração portuguesa sem o retomar das suas antigas tradições políticas. A Monarquia do absolutismo Iluminista (introduzida em Portugal pelo Marquês de Pombal no século XVIII), bem como a sucedânea Monarquia da Carta (importada pelos liberais de novecentos), tinham sido estrangeirismos descaracterizadores, responsáveis pela subversão dos princípios democráticos e populares da antiga Monarquia.
Se bem que os integralistas recuperassem o espírito dos Vencidos da Vida ao defenderem o imperativo regeneracionista de um "reaportuguesamento de Portugal", iam agora mais fundo: era necessário recuperar o antigo pensamento político português que, do mesmo passo, reconhecera os foros e liberdades da República (das comunas urbanas, dos concelhos rurais, etc.), estabelecera as regras da sua representação em Cortes e definira o conteúdo dos pactos que os reis, sob pena de deposição, juravam respeitar.
E foi em torno desse princípio orientador - "reaportuguesar Portugal" - que um grupo de jovens monárquicos, que não se reconheciam na Monarquia deposta — como Hipólito Raposo, Luís de Almeida Braga, José Pequito Rebelo —, se reuniu com um grupo de republicanos entretanto convertidos ao ideário monárquico por não se reconhecerem na República recém-implantada — António Sardinha, João do Amaral, Domingos Garcia Pulido, entre outros.
O Integralismo Lusitano como Movimento Político
Em 1914, os integralistas apresentaram um índice de soluções politicas e afirmaram obediência a D. Manuel II. O seu propósito, no entanto, ainda não visava uma intervenção política na direcção da conquista do poder. Antes de mais, havia que lembrar aos próprios monárquicos o que fora a antiga Monarquia portuguesa; era necessário voltar a semear as ideias do pensamento político português, ler de novo autores como Álvaro Pais, Frei António de Beja, Jerónimo Osório, Diogo de Paiva, Frei Manuel dos Anjos, Frei Jacinto de Deus, Sousa de Macedo, Pinto Ribeiro, Velasco de Gouveia…
A primeira reacção dos políticos que defendiam os regimes constitucionais modernos, tanto monárquicos como republicanos, foi a de se fazerem desentendidos, acusando os integralistas de cópia de um movimento político neo-monárquico que, naquela época, fazia furor em Paris — a Action française. Bem diversa foi a reacção do velho "Vencido da Vida” Ramalho Ortigão que, na Carta de um Velho a um Novo (1914), depôs as suas armas perante aquela “nova ala de namorados”, explicando em que consistia a sua “incontestável superioridade”: estes tinham “admiravelmente pressentido a necessidade culminante da reeducação integral do povo português”.
Em 1915, na vaga de crescente activismo monárquico, os integralistas acabaram sendo catapultados a um lugar de destaque entre os manuelistas, apesar do seu programa contrastar vivamente com o modernismo político da maioria. Ao realizarem um ciclo de conferências na Liga Naval de Lisboa, alertando para o perigo de uma absorção pelo Reino de Espanha, o seu violento desfecho — as instalações da Liga Naval foram assaltadas e destruídas, sem que Luís de Almeida Braga tivesse apresentado A Lição dos Factos — acabou por projectá-los para a ribalta política.
O Integralismo Lusitano na "República Nova" e na restauração da Monarquia no Norte e em Monsanto (Lisboa)
Com a entrada de Portugal na Grande Guerra, em Abril de 1916, os integralistas lusitanos decidem anunciar a sua transformação em organização política. No Manifesto subscrito pela Junta Central recém-constituída, reafirmaram obediência a D. Manuel II e a sua confiança na aliança luso-britânica, chamando os restantes monárquicos a cerrar fileiras em torno da Pátria em guerra.
Com a chegada ao poder de Sidónio Pais, os integralistas colaboraram activamente na situação presidencialista que se esboçou. Hipólito Raposo e Martinho Nobre de Melo (então Ministro da Justiça) elaboram uma lei eleitoral permitindo às profissões o acesso a uma representação no Parlamento e no Senado. O propósito Sidonista de acolher uma representação profissional tinha para eles profundo significado político: pôr fim ao monopólio da representação por intermédio de partidos ideológicos (regime parlamentar), era dar um primeiro passo no sentido do restabelecimento da democracia orgânica da antiga Monarquia portuguesa. Mais tarde, poderia vir a representação dos municípios e das regiões. A reacção da partidocracia foi porém drástica, assassinando o presidente Sidónio Pais, e lançando-se no assalto ao poder com o intuito de restabelecer o parlamentarismo. Formaram-se juntas militares contra o retorno das engrenagens corruptas da partidocracia, vindo os integralistas a desempenhar activo papel no desencadear do pronunciamento restauracionista de Janeiro de 1919 (Os combates pela bandeira azul e branca, 1910-1919), no Porto e em Lisboa (Monsanto). A Restauração declarou em vigor a Carta Constitucional, mas isso não impediu que os integralistas manifestassem aceitar a nova ordem; agarravam “a parte prática e positiva" da obra restauradora.
Durante a denominada "Monarquia do Norte", houve destacados monárquicos, como Alfredo Pimenta, que só souberam dos acontecimentos através dos jornais. Os integralistas, directamente envolvidos nas acções político-militares que rodearam os pronunciamentos, retirarão graves conclusões da derrota, procedendo a uma completa reavaliação da sua posição, tanto na questão dinástica como na questão política.
Rei, Municípios e Sindicatos
Na questão dinástica, interpretando o imobilismo de D. Manuel II, tanto no decurso dos acontecimentos, como na sua rejeição de um programa de acção revolucionário, decidem desligar-se da sua obediência, declarando colocar “o interesse nacional acima da Pessoa do Rei”. Estabelecidas negociações com o ramo legitimista da Casa de Bragança vem a obter-se o Acordo de Bronnbach (1920), pelo qual a Junta Central do Integralismo Lusitano e o Partido Legitimista fizeram o reconhecimento conjunto do neto do Rei D. Miguel I, D. Duarte Nuno de Bragança.
Na questão política, desfeita a aliança com os manuelistas, os integralistas resolvem assumir a integralidade do seu ideário. Em 1919, ficara definitivamente enterrada a Monarquia da Carta. A resolução do problema nacional teria doravante que passar por um pacto a estabelecer entre “o Rei, os municípios, e os trabalhadores de todas as classes e profissões organizados corporativamente”. Para os integralistas, havia um equívoco que, mais tarde ou mais cedo, acabaria por ceder: o de se alicerçar um regime nas clientelas partidárias, fossem elas monárquicas ou republicanas. A 1ª República, ao reproduzir o modelo parlamentar da Monarquia deposta, organizando-se por hierarquias de políticos e de caciques, acabaria também por ruir. Era decerto necessário continuar a promover o princípio monárquico, mas era agora imprescindível refazer as corporações, os sindicatos, e organizar uma acção nacional paramilitar com forças voluntárias e audazes. A luta a travar não se podia cingir ao plano estritamente político, deixando de bastar uma simples restauração do trono. Estava aberta a via que virá a desembocar no Movimento Nacional-Sindicalista: Alberto de Monsaraz reedita a Cartilha do Operário e Francisco Rolão Preto é cooptado para a Junta Central do Integralismo Lusitano (1922).
Durante os anos 20 os integralistas vêm a alimentar muitas esperanças e a sofrer não menos contrariedades e decepções. Em 1925, a morte de António Sardinha, quando tinha apenas 37 anos, foi sentida como uma grande perda. A Junta Central ficava sem aquele que, dada a força mística do seu Verbo, e apesar do ascendente de Hipólito Raposo, muitos consideravam ser o líder dos integralistas.
O Integralismo Lusitano no derrube do parlamentarismo da 1ª República
O Integralismo Lusitano, apesar da morte de Sardinha, vem desempenhar papel de relevo nas movimentações político-militares que levaram ao derrube do regime parlamentarista, em 28 de Maio de 1926. O general Gomes da Costa, com a colaboração dos integralistas, apresentou um projecto constitucional prevendo uma representação nacional por intermédio dos municípios e dos sindicatos e corporações (1926-06-14 - O "programa retroactivo" do 28 de Maio). Após o afastamento do general Gomes da Costa da direcção da Ditadura Militar - foi preso e deportado para os Açores em 9 de Julho - a Junta Central do Integralismo Lusitano começou a fazer sentir as suas reservas acerca da evolução da situação política. As prevenções e cautelas que estes faziam sentir junto dos mais jovens não encontraram acolhimento. Muitos persistiram colaborando com a Ditadura, sucedendo-se as dissidências e cisões: em 1927, desvincularam-se José Maria Ribeiro da Silva, Pedro Teotónio Pereira, Manuel Múrias, Rodrigues Cavalheiro, Marcelo Caetano, Pedro de Moura e Sá; em 1928, Manuel Múrias consumou a sua dissidência; em 1929, deu-se a ruptura definitiva de Teotónio Pereira e Marcelo Caetano, dissolvendo o Instituto António Sardinha; em 1930, deu-se a dissidência total e definitiva de João do Amaral (a ruptura iniciou-se em 1927 com a publicação do diário «A Ideia Nacional»)
Em 30 de Julho de 1930, Oliveira Salazar pronuncia um discurso na Sala do Risco, no qual parecia fazer uma tácita aceitação do programa do Integralismo Lusitano, aludindo à descentralização e ao municipalismo, ao sindicalismo e ao corporativismo. Reacendeu-se alguma esperança entre os integralistas, mas de pouca duração. Salazar decide-se pelo recrutamento de uma força política - a União Nacional - juntando apoio civil ao apoio militar de que dispunha na Ditadura, encaminhando a Situação para um regime de partido único, nos moldes do Fascismo, se bem que sob a capa de uma solução constitucional híbrida - Câmara de Partidos e Câmara Corporativa - , no que retomava o figurino constitucional defendido pelo grupo da Seara Nova.
Em Julho de 1932, D. Manuel II morreu sem descendência. A par dos restantes organismos monárquicos, o Integralismo Lusitano dissolveu-se para integrar a Causa constituída em torno de D. Duarte Nuno. Uma profunda diferença, no entanto, vai persistir entre o comportamento dos integralistas lusitanos e o dos restantes monárquicos: enquanto a maioria dos antigos apoiantes de D. Manuel II, cedendo ao convite de Salazar, vai passar a colaborar com o partido único do Estado Novo em formação, a União Nacional, os integralistas decidiram passar ao combate contra essa nova face do modernismo político português — a "Salazarquia" (ver O Integralismo Lusitano perante a Salazarquia).
O Movimento Nacional-Sindicalista reage ao "fascismo catedrático" de Oliveira Salazar
Alberto de Monsaraz e Francisco Rolão Preto, in extremis, ainda tentaram recuperar alguma influencia no curso dos acontecimentos através do Movimento Nacional-Sindicalista. O insucesso foi total. Ao tentarem aliciar as juventudes influenciadas pelos fascismos, recorrendo a métodos similares de organização e de propaganda, acabaram por ser confundidos com os fascistas. E se não deixavam de denunciar os princípios políticos dos fascismos, por jacobinos ou estatistas — “totalitarismos divinizadores do Estado”, foi a expressão usada por Rolão Preto em entrevista à United Press —, a verdade é que a natureza personalista e comunitária do ideário Nacional-Sindicalista acabou por confundir e desiludir mais do que atrair. Tal como acontecera com a "segunda geração" integralista - Marcelo Caetano, Teotónio Pereira, entre outros -, também alguma da juventude atraída para o Movimento Nacional-Sindicalista, que os integralistas pretendiam manter no campo do sindicalismo orgânico e das liberdades, acabou por se transferir para a União Nacional de Salazar que, além do mais, oferecia melhores garantias de realização para ambições profissionais e pessoais.
Os Integralistas na oposição ao Estado Novo
Entre os anos 30 e 50, dissolvido o Integralismo Lusitano enquanto organismo político, e proibido o Movimento Nacional-Sindicalista, os integralistas não deixaram de denunciar o falso monarquismo de Salazar e o estatismo do regime ditatorial do Estado Novo. Entre os restantes monárquicos, porém, a indiferença foi geral, apesar dos sobressaltos: Rui Ulrich, embaixador em Londres, em 1936, foi forçado a demitir-se por ter convidado, para almoçar na Embaixada, D. Duarte Nuno de Bragança; Afonso Lucas foi demitido do Tribunal de Contas, na sequência da publicação de um artigo publicado em A Voz; em 1940, Hipólito Raposo foi preso e desterrado para os Açores, por ter publicado o livro Amar e Servir, onde denunciava a "Salazarquia".
As 3ª e 4ª Gerações do Integralismo Lusitano, porém, vão sendo reunidas e endoutrinadas em torno de revistas como a Gil Vicente (Manuel Alves de Oliveira), jornais como o Aléo (Fernão Pacheco de Castro), editoras como a GAMA (Leão Ramos Ascensão, Centeno Castanho, Fernando Amado), criando-se mesmo, em 1944-45, o Centro Nacional de Cultura.
Em meados dos anos 40, os integralistas espreitam oportunidades de colaboração com o chamado "reviralho": Rolão Preto vem a ressurgir politicamente através do Movimento de Unidade Democrática (MUD); em 1947, Vasco de Carvalho está a conspirar ao lado de Mendes Cabeçadas; dois anos depois, na eleição dos deputados da Assembleia Nacional, é a vez de Pequito Rebelo entrar em concertação com o republicano Cunha Leal, desafiando as candidaturas da União Nacional, respectivamente em Portalegre e Castelo Branco.
Em 1950, os jovens estão já em condições de receber o legado integralista através de uma reactualização doutrinária intitulada "Portugal Restaurado pela Monarquia". Pela mesma altura, surgiram novas publicações, como a revista Cidade Nova, Revista de Cultura, 1949-1961 (José Carlos Amado, Afonso Botelho, Henrique Barrilaro Ruas) ou jornais como O Debate (António Jacinto Ferreira, Mário Saraiva).
O movimento dos chamados "Monárquicos Independentes", reunindo grande parte das novas gerações formadas junto dos Mestres do Integralismo Lusitano, apresenta o seu manifesto em 1957. No ano seguinte, Almeida Braga e Rolão Preto surgem a apoiar a candidatura de Humberto Delgado à presidência da República (Os monárquicos e as eleições de 1958). Terminavam ali os "anos de chumbo do Estado Novo" (expressão de Fernando Rosas), com os integralistas em melhores circunstâncias para atrair os monárquicos desiludidos.
Até ao derrube do regime do Estado Novo, em Abril de 1974, sucedem-se as iniciativas com a crescente responsabilidade das novas gerações integralistas, como a Comissão Eleitoral Monárquica (CEM), o Movimento da Renovação Portuguesa, ou a editora Biblioteca do Pensamento Político, promovida por Mário Saraiva. Em 1970, é ainda por intermédio de Mário Saraiva que o ideário integralista vem a obter significativo acolhimento no seio da Causa Monárquica: o livro Razões Reais, no qual ficou sucintamente exposta a sua doutrina política neo-integralista, vem a obter aprovação e adopção pela Comissão Doutrinária da Causa.
7 de Abril de 2000
2014 - José Manuel Quintas - O Integralismo Lusitano para além das etiquetas (uma síntese, publicada em As Raízes Profundas Não Gelam?...)
Fundadores do Integralismo Lusitano (1914)
Discípulos reconhecidos
Precursores próximos e companheiros
Mestres e Precursores (de algumas ideias-chave)
Referências doutrinárias fundamentais
Conimbricences (entre outros)
José Manuel Quintas
Reaportuguesar para restaurar Portugal
A expressão "Integralismo Lusitano" foi usada pela primeira vez por Luís de Almeida Braga (1886-1970) na revista Alma Portuguesa (Gand, 1913) designando um projecto de regeneração de Portugal.
Em 1913, Almeida Braga exprimia-se em termos religiosos e filosófico-estéticos, se bem que com evidente intencionalidade político-cultural, reagindo ao Saudosismo gnóstico de Teixeira de Pascoaes (O Espírito Lusitano ou o Saudosismo, 1912) e ao movimento da "Nova Renascença" (criado pelo grupo de republicanos portuenses da revista A Águia). Na vertente político-religiosa, estes defendiam que o regime republicano abria novas possibilidades de regeneração para Portugal, mas que esta só se concretizaria se fossem quebrados definitivamente os laços com a Igreja Católica; Almeida Braga, interpretando o recém-implantado regime republicano como uma nova etapa no processo de decadência, advogava que a regeneração só seria possível através de um retorno à integralidade do espírito católico que fizera Portugal.
Esta era uma visão partilhada por um grupo de jovens estudantes monárquicos, exilados na sequência da sua participação nas incursões da Galiza comandadas por Paiva Couceiro – entre os quais se contava também Simeão Pinto de Mesquita e Francisco Rolão Preto (1893-1977) —, que contestavam, afinal, no plano religioso e filosófico-estético, uma das expressões culturais da ofensiva anti-clerical republicana.
O projecto integralista lusitano, porém, depressa transbordou para o plano político. Em 1914, na revista Nação Portuguesa, sob a direcção de Alberto de Monsaraz (1889-1959), a expressão "Integralismo Lusitano" designava já um índice de soluções sob o título "monarquia tradicional, orgânica, anti-parlamentar". Tanto quanto promover o renascimento do espírito católico na alma dos portugueses, criar uma nova literatura e uma nova arte despojada do espírito romântico do século anterior, havia agora que trazer de novo à luz do dia os princípios políticos da antiga Monarquia portuguesa. Para os integralistas, não haveria uma verdadeira regeneração portuguesa sem o retomar das suas antigas tradições políticas. A Monarquia do absolutismo Iluminista (introduzida em Portugal pelo Marquês de Pombal no século XVIII), bem como a sucedânea Monarquia da Carta (importada pelos liberais de novecentos), tinham sido estrangeirismos descaracterizadores, responsáveis pela subversão dos princípios democráticos e populares da antiga Monarquia.
Se bem que os integralistas recuperassem o espírito dos Vencidos da Vida ao defenderem o imperativo regeneracionista de um "reaportuguesamento de Portugal", iam agora mais fundo: era necessário recuperar o antigo pensamento político português que, do mesmo passo, reconhecera os foros e liberdades da República (das comunas urbanas, dos concelhos rurais, etc.), estabelecera as regras da sua representação em Cortes e definira o conteúdo dos pactos que os reis, sob pena de deposição, juravam respeitar.
E foi em torno desse princípio orientador - "reaportuguesar Portugal" - que um grupo de jovens monárquicos, que não se reconheciam na Monarquia deposta — como Hipólito Raposo, Luís de Almeida Braga, José Pequito Rebelo —, se reuniu com um grupo de republicanos entretanto convertidos ao ideário monárquico por não se reconhecerem na República recém-implantada — António Sardinha, João do Amaral, Domingos Garcia Pulido, entre outros.
O Integralismo Lusitano como Movimento Político
Em 1914, os integralistas apresentaram um índice de soluções politicas e afirmaram obediência a D. Manuel II. O seu propósito, no entanto, ainda não visava uma intervenção política na direcção da conquista do poder. Antes de mais, havia que lembrar aos próprios monárquicos o que fora a antiga Monarquia portuguesa; era necessário voltar a semear as ideias do pensamento político português, ler de novo autores como Álvaro Pais, Frei António de Beja, Jerónimo Osório, Diogo de Paiva, Frei Manuel dos Anjos, Frei Jacinto de Deus, Sousa de Macedo, Pinto Ribeiro, Velasco de Gouveia…
A primeira reacção dos políticos que defendiam os regimes constitucionais modernos, tanto monárquicos como republicanos, foi a de se fazerem desentendidos, acusando os integralistas de cópia de um movimento político neo-monárquico que, naquela época, fazia furor em Paris — a Action française. Bem diversa foi a reacção do velho "Vencido da Vida” Ramalho Ortigão que, na Carta de um Velho a um Novo (1914), depôs as suas armas perante aquela “nova ala de namorados”, explicando em que consistia a sua “incontestável superioridade”: estes tinham “admiravelmente pressentido a necessidade culminante da reeducação integral do povo português”.
Em 1915, na vaga de crescente activismo monárquico, os integralistas acabaram sendo catapultados a um lugar de destaque entre os manuelistas, apesar do seu programa contrastar vivamente com o modernismo político da maioria. Ao realizarem um ciclo de conferências na Liga Naval de Lisboa, alertando para o perigo de uma absorção pelo Reino de Espanha, o seu violento desfecho — as instalações da Liga Naval foram assaltadas e destruídas, sem que Luís de Almeida Braga tivesse apresentado A Lição dos Factos — acabou por projectá-los para a ribalta política.
O Integralismo Lusitano na "República Nova" e na restauração da Monarquia no Norte e em Monsanto (Lisboa)
Com a entrada de Portugal na Grande Guerra, em Abril de 1916, os integralistas lusitanos decidem anunciar a sua transformação em organização política. No Manifesto subscrito pela Junta Central recém-constituída, reafirmaram obediência a D. Manuel II e a sua confiança na aliança luso-britânica, chamando os restantes monárquicos a cerrar fileiras em torno da Pátria em guerra.
Com a chegada ao poder de Sidónio Pais, os integralistas colaboraram activamente na situação presidencialista que se esboçou. Hipólito Raposo e Martinho Nobre de Melo (então Ministro da Justiça) elaboram uma lei eleitoral permitindo às profissões o acesso a uma representação no Parlamento e no Senado. O propósito Sidonista de acolher uma representação profissional tinha para eles profundo significado político: pôr fim ao monopólio da representação por intermédio de partidos ideológicos (regime parlamentar), era dar um primeiro passo no sentido do restabelecimento da democracia orgânica da antiga Monarquia portuguesa. Mais tarde, poderia vir a representação dos municípios e das regiões. A reacção da partidocracia foi porém drástica, assassinando o presidente Sidónio Pais, e lançando-se no assalto ao poder com o intuito de restabelecer o parlamentarismo. Formaram-se juntas militares contra o retorno das engrenagens corruptas da partidocracia, vindo os integralistas a desempenhar activo papel no desencadear do pronunciamento restauracionista de Janeiro de 1919 (Os combates pela bandeira azul e branca, 1910-1919), no Porto e em Lisboa (Monsanto). A Restauração declarou em vigor a Carta Constitucional, mas isso não impediu que os integralistas manifestassem aceitar a nova ordem; agarravam “a parte prática e positiva" da obra restauradora.
Durante a denominada "Monarquia do Norte", houve destacados monárquicos, como Alfredo Pimenta, que só souberam dos acontecimentos através dos jornais. Os integralistas, directamente envolvidos nas acções político-militares que rodearam os pronunciamentos, retirarão graves conclusões da derrota, procedendo a uma completa reavaliação da sua posição, tanto na questão dinástica como na questão política.
Rei, Municípios e Sindicatos
Na questão dinástica, interpretando o imobilismo de D. Manuel II, tanto no decurso dos acontecimentos, como na sua rejeição de um programa de acção revolucionário, decidem desligar-se da sua obediência, declarando colocar “o interesse nacional acima da Pessoa do Rei”. Estabelecidas negociações com o ramo legitimista da Casa de Bragança vem a obter-se o Acordo de Bronnbach (1920), pelo qual a Junta Central do Integralismo Lusitano e o Partido Legitimista fizeram o reconhecimento conjunto do neto do Rei D. Miguel I, D. Duarte Nuno de Bragança.
Na questão política, desfeita a aliança com os manuelistas, os integralistas resolvem assumir a integralidade do seu ideário. Em 1919, ficara definitivamente enterrada a Monarquia da Carta. A resolução do problema nacional teria doravante que passar por um pacto a estabelecer entre “o Rei, os municípios, e os trabalhadores de todas as classes e profissões organizados corporativamente”. Para os integralistas, havia um equívoco que, mais tarde ou mais cedo, acabaria por ceder: o de se alicerçar um regime nas clientelas partidárias, fossem elas monárquicas ou republicanas. A 1ª República, ao reproduzir o modelo parlamentar da Monarquia deposta, organizando-se por hierarquias de políticos e de caciques, acabaria também por ruir. Era decerto necessário continuar a promover o princípio monárquico, mas era agora imprescindível refazer as corporações, os sindicatos, e organizar uma acção nacional paramilitar com forças voluntárias e audazes. A luta a travar não se podia cingir ao plano estritamente político, deixando de bastar uma simples restauração do trono. Estava aberta a via que virá a desembocar no Movimento Nacional-Sindicalista: Alberto de Monsaraz reedita a Cartilha do Operário e Francisco Rolão Preto é cooptado para a Junta Central do Integralismo Lusitano (1922).
Durante os anos 20 os integralistas vêm a alimentar muitas esperanças e a sofrer não menos contrariedades e decepções. Em 1925, a morte de António Sardinha, quando tinha apenas 37 anos, foi sentida como uma grande perda. A Junta Central ficava sem aquele que, dada a força mística do seu Verbo, e apesar do ascendente de Hipólito Raposo, muitos consideravam ser o líder dos integralistas.
O Integralismo Lusitano no derrube do parlamentarismo da 1ª República
O Integralismo Lusitano, apesar da morte de Sardinha, vem desempenhar papel de relevo nas movimentações político-militares que levaram ao derrube do regime parlamentarista, em 28 de Maio de 1926. O general Gomes da Costa, com a colaboração dos integralistas, apresentou um projecto constitucional prevendo uma representação nacional por intermédio dos municípios e dos sindicatos e corporações (1926-06-14 - O "programa retroactivo" do 28 de Maio). Após o afastamento do general Gomes da Costa da direcção da Ditadura Militar - foi preso e deportado para os Açores em 9 de Julho - a Junta Central do Integralismo Lusitano começou a fazer sentir as suas reservas acerca da evolução da situação política. As prevenções e cautelas que estes faziam sentir junto dos mais jovens não encontraram acolhimento. Muitos persistiram colaborando com a Ditadura, sucedendo-se as dissidências e cisões: em 1927, desvincularam-se José Maria Ribeiro da Silva, Pedro Teotónio Pereira, Manuel Múrias, Rodrigues Cavalheiro, Marcelo Caetano, Pedro de Moura e Sá; em 1928, Manuel Múrias consumou a sua dissidência; em 1929, deu-se a ruptura definitiva de Teotónio Pereira e Marcelo Caetano, dissolvendo o Instituto António Sardinha; em 1930, deu-se a dissidência total e definitiva de João do Amaral (a ruptura iniciou-se em 1927 com a publicação do diário «A Ideia Nacional»)
Em 30 de Julho de 1930, Oliveira Salazar pronuncia um discurso na Sala do Risco, no qual parecia fazer uma tácita aceitação do programa do Integralismo Lusitano, aludindo à descentralização e ao municipalismo, ao sindicalismo e ao corporativismo. Reacendeu-se alguma esperança entre os integralistas, mas de pouca duração. Salazar decide-se pelo recrutamento de uma força política - a União Nacional - juntando apoio civil ao apoio militar de que dispunha na Ditadura, encaminhando a Situação para um regime de partido único, nos moldes do Fascismo, se bem que sob a capa de uma solução constitucional híbrida - Câmara de Partidos e Câmara Corporativa - , no que retomava o figurino constitucional defendido pelo grupo da Seara Nova.
Em Julho de 1932, D. Manuel II morreu sem descendência. A par dos restantes organismos monárquicos, o Integralismo Lusitano dissolveu-se para integrar a Causa constituída em torno de D. Duarte Nuno. Uma profunda diferença, no entanto, vai persistir entre o comportamento dos integralistas lusitanos e o dos restantes monárquicos: enquanto a maioria dos antigos apoiantes de D. Manuel II, cedendo ao convite de Salazar, vai passar a colaborar com o partido único do Estado Novo em formação, a União Nacional, os integralistas decidiram passar ao combate contra essa nova face do modernismo político português — a "Salazarquia" (ver O Integralismo Lusitano perante a Salazarquia).
O Movimento Nacional-Sindicalista reage ao "fascismo catedrático" de Oliveira Salazar
Alberto de Monsaraz e Francisco Rolão Preto, in extremis, ainda tentaram recuperar alguma influencia no curso dos acontecimentos através do Movimento Nacional-Sindicalista. O insucesso foi total. Ao tentarem aliciar as juventudes influenciadas pelos fascismos, recorrendo a métodos similares de organização e de propaganda, acabaram por ser confundidos com os fascistas. E se não deixavam de denunciar os princípios políticos dos fascismos, por jacobinos ou estatistas — “totalitarismos divinizadores do Estado”, foi a expressão usada por Rolão Preto em entrevista à United Press —, a verdade é que a natureza personalista e comunitária do ideário Nacional-Sindicalista acabou por confundir e desiludir mais do que atrair. Tal como acontecera com a "segunda geração" integralista - Marcelo Caetano, Teotónio Pereira, entre outros -, também alguma da juventude atraída para o Movimento Nacional-Sindicalista, que os integralistas pretendiam manter no campo do sindicalismo orgânico e das liberdades, acabou por se transferir para a União Nacional de Salazar que, além do mais, oferecia melhores garantias de realização para ambições profissionais e pessoais.
Os Integralistas na oposição ao Estado Novo
Entre os anos 30 e 50, dissolvido o Integralismo Lusitano enquanto organismo político, e proibido o Movimento Nacional-Sindicalista, os integralistas não deixaram de denunciar o falso monarquismo de Salazar e o estatismo do regime ditatorial do Estado Novo. Entre os restantes monárquicos, porém, a indiferença foi geral, apesar dos sobressaltos: Rui Ulrich, embaixador em Londres, em 1936, foi forçado a demitir-se por ter convidado, para almoçar na Embaixada, D. Duarte Nuno de Bragança; Afonso Lucas foi demitido do Tribunal de Contas, na sequência da publicação de um artigo publicado em A Voz; em 1940, Hipólito Raposo foi preso e desterrado para os Açores, por ter publicado o livro Amar e Servir, onde denunciava a "Salazarquia".
As 3ª e 4ª Gerações do Integralismo Lusitano, porém, vão sendo reunidas e endoutrinadas em torno de revistas como a Gil Vicente (Manuel Alves de Oliveira), jornais como o Aléo (Fernão Pacheco de Castro), editoras como a GAMA (Leão Ramos Ascensão, Centeno Castanho, Fernando Amado), criando-se mesmo, em 1944-45, o Centro Nacional de Cultura.
Em meados dos anos 40, os integralistas espreitam oportunidades de colaboração com o chamado "reviralho": Rolão Preto vem a ressurgir politicamente através do Movimento de Unidade Democrática (MUD); em 1947, Vasco de Carvalho está a conspirar ao lado de Mendes Cabeçadas; dois anos depois, na eleição dos deputados da Assembleia Nacional, é a vez de Pequito Rebelo entrar em concertação com o republicano Cunha Leal, desafiando as candidaturas da União Nacional, respectivamente em Portalegre e Castelo Branco.
Em 1950, os jovens estão já em condições de receber o legado integralista através de uma reactualização doutrinária intitulada "Portugal Restaurado pela Monarquia". Pela mesma altura, surgiram novas publicações, como a revista Cidade Nova, Revista de Cultura, 1949-1961 (José Carlos Amado, Afonso Botelho, Henrique Barrilaro Ruas) ou jornais como O Debate (António Jacinto Ferreira, Mário Saraiva).
O movimento dos chamados "Monárquicos Independentes", reunindo grande parte das novas gerações formadas junto dos Mestres do Integralismo Lusitano, apresenta o seu manifesto em 1957. No ano seguinte, Almeida Braga e Rolão Preto surgem a apoiar a candidatura de Humberto Delgado à presidência da República (Os monárquicos e as eleições de 1958). Terminavam ali os "anos de chumbo do Estado Novo" (expressão de Fernando Rosas), com os integralistas em melhores circunstâncias para atrair os monárquicos desiludidos.
Até ao derrube do regime do Estado Novo, em Abril de 1974, sucedem-se as iniciativas com a crescente responsabilidade das novas gerações integralistas, como a Comissão Eleitoral Monárquica (CEM), o Movimento da Renovação Portuguesa, ou a editora Biblioteca do Pensamento Político, promovida por Mário Saraiva. Em 1970, é ainda por intermédio de Mário Saraiva que o ideário integralista vem a obter significativo acolhimento no seio da Causa Monárquica: o livro Razões Reais, no qual ficou sucintamente exposta a sua doutrina política neo-integralista, vem a obter aprovação e adopção pela Comissão Doutrinária da Causa.
7 de Abril de 2000
2014 - José Manuel Quintas - O Integralismo Lusitano para além das etiquetas (uma síntese, publicada em As Raízes Profundas Não Gelam?...)
Fundadores do Integralismo Lusitano (1914)
- Hipólito Raposo, 1885-1953
- Luís de Almeida Braga, 1886-1970
- António Sardinha, 1887-1925
- Alberto Monsaraz, 1889-1959
- José Pequito Rebelo, 1893-1983
Discípulos reconhecidos
- Fernando Amado, 1899-1968
- Leão Ramos Ascensão, 1903-1980
- António Jacinto Ferreira, 1906-1995
- Mário Saraiva, 1910-1998
- Afonso Botelho, 1919-1996
- Henrique Barrilaro Ruas, 1921-2003
- Rivera Martins de Carvalho, 1926-1964
- Teresa Martins de Carvalho, 1928-2017
- Centeno Castanho
- Fernão Pacheco de Castro (Coimbra)
- José Carlos Amado
- Manuel Alves de Oliveira (Guimarães)
- Gastão da Cunha Ferreira (Lisboa)
- Nuno Vaz Pinto (Lisboa)
- Frederico Perry Vidal
Precursores próximos e companheiros
- Ramalho Ortigão
- Manuel António Ferreira Deusdado, 1858-1918
- Afonso Lopes Vieira, 1878-1946
- Adriano Xavier Cordeiro, 1880-1919
Mestres e Precursores (de algumas ideias-chave)
- 1858 - Alexandre Herculano, Carta aos Eleitores do Círculo Eleitoral de Sintra
- 1891 - Oliveira Martins - Lei e costumes
- 1887 - 1891 - Oliveira Martins - Os costumes e as leis & Lei e costumes
- 1864 - António Costa Lobo - O Estado e liberdade de associação
- 1925 - António Sardinha, A Herança de Garrett
- 2001 - Oliveira Martins e a Democracia orgânica
Referências doutrinárias fundamentais
- Santo Isidoro de Sevilha
- São Tomás de Aquino
- Francisco Suárez
- João Pinto Ribeiro
- Velasco de Gouveia
Conimbricences (entre outros)
- Jerónimo de Azambuja (?-1563) (Oleaster)
- Francisco Foreiro (1522-1581)
- Pedro de Figueiró (1523-1592)
- Manuel Álvares (1526-1583)
- Pedro da Fonseca (1528-1599)
- Manuel de Góis (1543-1597)
- Sebastião do Couto (1567-1639)
- Serafim de Freitas (1570-1633)
- Baltasar Teles (1596-1675),
1997 - Quintas, José Manuel - O Integralismo Lusitano e a herança dos "Vencidos da Vida" |
1997 - Quintas, José Manuel - Filhos de Ramires - As origens do Integralismo Lusitano |
2002 - Quintas, José Manuel - O Integralismo Lusitano contra a Salazarquia |
DOCUMENTOS DA JUNTA CENTRAL DO INTEGRALISMO LUSITANO, 1916-1933
1916 - 1º Manifesto da JC do Integralismo Lusitano - PERANTE A PARTICIPAÇÃO DE PORTUGAL NA GUERRA.
1917-11 - "Mensagem dirigida pela Junta Central do Integralismo Lusitano ao Senhor Dom Manuel II, em Novembro de 1917", A Questão Dinástica - Documentos para a História, ..., pp. 5-6.
1919-10-20 - "O Integralismo Lusitano e o Senhor Dom Manoel II - Razões de uma atitude - Caminho Novo", A Monarquia, nº 579, 20 de Outubro de 1919 in A Questão Dinástica - Documentos para História..., Lisboa, 1921, pp. 3-6.
1919-12-06 - "O Integralismo Lusitano e o Senhor Dom Manuel II - Relatório da Missão a Londres", A Monarquia, de 4, 5 e 6 de Dezembro de 1919, Questão Dinástica - Documentos para a História..., Lisboa, 1921, pp. 12-38.
1920-1921 - "A última carta política do senhor D. Miguel II, Bronnbach, Agosto de 1920; Lugar-Tenência, Conde de Almada, Lisboa, 1 de Julho de 1921; Uma proclamação de princípios: Sua Alteza Real a Senhora Infanta Dona Maria Aldegundes de Bragança e Bourbon, Duquesa de Guimarães, em nome do Principe Senhor Dom Duarte Nuno de Bragança, estabelece os fundamentos da Monarquia Nova e aponta aos portugueses o caminho da Restauração Nacional, Bayonne, França, 26 de Junho de 1921; A Monarquia, 5 de Julho de 1921, Questão Dinástica - Documentos para a História..., Lisboa, 1921, pp. 51-53.
1920-07 - Salus Populi - O Integralismo e a questão económica (suplemento ao nº 715 de A Monarquia; documento elaborado por José Pequito Rebelo e subscrito pela Junta Central)
1920-09-09 - "Documentos para a Historia: Sua Alteza Real, o Príncipe Senhor Dom Duarte Nuno de Bragança, é declarado herdeiro legitimo do Trono de Portugal", A Monarquia, 9 de Setembro de 1920, Questão Dinástica - Documentos para a História..., Lisboa, 1921, pp. 47-50.
1920-09-02 - Integralismo Lusitano, A Junta Central, Lisboa, 2 de Setembro de 1920 (Reconhece e declara herdeiro do Trono de Portugal, Dom Duarte Nuno de Bragança e, na sua falta, aquela das senhoras Infantas, suas irmãs, a quem de direito pertencer a sucessão), in A Questão Dinástica - Documentos para a História..., Lisboa, 1921, pp. 48-49.
1921 - A Questão Dinástica - Documentos para a História coligidos e mandados publicar pela Junta Central do Integralismo Lusitano, Lisboa, 1921 (pdf)
1926-03-12 - A Junta Central do Integralismo Lusitano regressa à actividade política
1926-06-15 - "Uma nota oficiosa do Integralismo Lusitano", Diário de Lisboa, 15 de Junho de 1926, p. 4 (O Integralismo Lusitano suspende a reivindicação política monárquica).
1930-08-27 - "A Junta Central do Integralismo Lusitano, Lisboa, 27 de Agosto de 1930" in Política, Ano II, nº 14, 31de Agosto de 1930, p. 1 (Em comunicado da Junta Central, o Integralismo Lusitano dispõe-se a colaborar com o chefe do governo da Ditadura, mantendo suspensa a reivindicação política monárquica).
1932-05-28 - "Nota da Junta Central do Integralismo Lusitano, Lisboa, 28 de Maio de 1932" in Integralismo Lusitano - Estudos Portugueses, "Res et Verba", Vol. I, Fasc. III, Junho de 1932, p. 158. (A Junta Central reage muito negativamente ao projecto de Constituição e Hipólito Raposo, no mesmo número da revista, publica os "Reparos à Constituição", pp. 137-142.)
1933-07 - Dissolução da Organização Política do Integralismo Lusitano (htm); "Res et Verba - Integralismo Lusitano" (Dissolução da Organização Política do Integralismo Lusitano), Integralismo Lusitano - Estudos Portugueses, Vol. 1I, Fasc. IV, Julho de 1933, pp. 239-240. (pdf);
1934 - "Res et Verba - Integralismo Lusitano" (anúncio do fim da edição da revista), Integralismo Lusitano - Estudos Portugueses, Vol II, Fasc. XII, pp. 687-688. (pdf)
DOCUMENTOS DO MOVIMENTO NACIONAL-SINDICALISTA (MNS), 1932-1934
1934 - Francisco Rolão Preto - Representação ao Presidente da República em Junho de 1934
1934 - Salazar e a proibição do Nacional-Sindicalismo, Julho-Agosto de 1934
1934 - 24 de Dezembro - O Nacional-Sindicalismo após a Farsa Eleitoral