1934 - O Nacional Sindicalismo Após a Farsa Eleitoral
NACIONAL-SINDICALISMO
DEPOIS DA IMPUDENTE FARSA ELEITORAL, A JUNTA DE ACÇÃO N. S. CONVIDA MAIS UMA VEZ OS PORTUGUESES A ORGANIZAREM-SE SOB A BANDEIRA DA REVOLUÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES
Está consumada a Farsa! Informações rigorosas, fornecidas pelos Secretariados N. S. de todo o País - a nossa organização fiscalizou, quanto lhe foi possível a ficção eleitoral do dia 16 - atestam que não excedeu os 25% a parte do eleitorado que se manifestou a favor da estranha lista governamental. De nada valeu, pois a esmagadora propaganda que alagou de cartazes, manifestos e grotescos palradores todas as cidades e povoados de Portugal. O actual Governo já tem, a estas horas, a prova certa de como foram inúteis os milhares de contos gastos em papelada e verborreia para impor a sua fantasmagoria eleitoral aos cidadãos portugueses. Razão tinha ele para não aceitar o desafio que esta Junta lhe lançara no seu manifesto de Novembro passado, ao chama-lo intimamente para o campo das eleições livres, único campo de resto, onde a dignidade do Governo e o próprio prestígio da Ditadura, não cobriam o risco de se cobrirem de vergonha e de ridículo. Protegido, antes, pela mais rigorosa censura prévia à imprensa, pela proibição absoluta de qualquer propaganda que não fosse a da União Nacional e pela exclusão escandalosa das prestigiadas candidaturas do nosso Chefe Dr. Rolão Preto e do Dr. Alberto de Monsaraz, nosso antigo Secretário-Geral, além de outros portugueses Ilustres, para o que se forjou, ad odium, um artigo especial da Lei Eleitoral - o Governo mostrou-se consciente da sua impopularidade e confessou o evidente temor que o aflige, de ser julgado, livre e lealmente, pela Nação. O resultado da manifestação eleitoral do dia 16 não o deve ter, portanto, surpreendido. Também, em nada, valha a verdade alterou o seu desejo de manter uma tirania a todos os títulos execrável.
A Farsa das eleições, eleições a que ninguém o obrigava, teve apenas o objectivo de consolidar, por novo e grosseiro expediente, as condições de vida do seu discricionário Poder. Para tanto, procurou-se criar uma "legalidade", legalidade aos olhos dos incautos, à sombra da qual o Governo completasse o monopólio político a que delirantemente aspira. Daí o actual Congresso da U. N. em S. Bento, que outra designação não pode ter, a nova "Câmara" nomeada pelo Tirano. Com este servil instrumento nas mãos, o Dr. Salazar tentará agora abalançar-se - custe o que custar - à conquista do último reduto do mando que é a pasta da Guerra, para fazer enfim do Exército, que não o tolera nem procura ocultar-lho, o órgão supremo do seu despotismo pessoal. Cego e surdo ante os sentimentos recalcados da Nação Portuguesa, tomando por dócil resignação um silêncio que é apenas trágica repulsa, o orgulho do Ditador continua-o lançando, desta forma, na senda obstinada da sua perdição, acicatado pelo clamor ululante daqueles que à sua volta se vão locupletando com os opíparos proventos que tantos impostos têm arrecadado aos portugueses exaustos. Como se as legalidades mais ou menos constitucionais tivessem jamais impedido o protesto eficiente e exemplar dos bons portugueses de todos os tempos, como se o Exército não houvesse já, mais de uma vez, encerrado, por sua mão, os portões malfadados de S. Bento - os beneficiários actuais da Situação originada em 28 de Maio, alimentando agora a ilusão de haverem garantido para sempre o regabofe do seu festim. Duro lhe será, por, o despertar! A Nação Portuguesa possui reservas morais de tal quilate, que não haverá suborno nem violência que consigam, finalmente, impedir-lhe o sobressalto justiceiro. Cedo ou tarde os Portugueses recordarão, em si mesmos, a consciência de quanto devem ao País, ao futuro de seus Filhos e à sua própria dignidade de Homens livres.
Enquanto não soa, porém, essa hora decisiva de justiça, e até para que ela surja mais depressa e seja mais eficaz, possam os Portugueses de boa vontade alistarem-se, em massa, nos quadros da Revolução Nacional dos Trabalhadores. O Movimento Nacional-Sindicalista prepara e activa essa Revolução profundíssima, indispensável para a reconquista das liberdades públicas, sob um poder forte, que, longe, de as tolher, com elas se reforça, garantindo para sempre, dentro de uma ordem política firmemente mantida, os sagrados direitos sociais e cívicos de todos nós.
LISBOA, 24 DE DEZEMBRO DE 1934.
A JUNTA DE ACÇÃO NACIONAL-SINDICALISTA.
DEPOIS DA IMPUDENTE FARSA ELEITORAL, A JUNTA DE ACÇÃO N. S. CONVIDA MAIS UMA VEZ OS PORTUGUESES A ORGANIZAREM-SE SOB A BANDEIRA DA REVOLUÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES
Está consumada a Farsa! Informações rigorosas, fornecidas pelos Secretariados N. S. de todo o País - a nossa organização fiscalizou, quanto lhe foi possível a ficção eleitoral do dia 16 - atestam que não excedeu os 25% a parte do eleitorado que se manifestou a favor da estranha lista governamental. De nada valeu, pois a esmagadora propaganda que alagou de cartazes, manifestos e grotescos palradores todas as cidades e povoados de Portugal. O actual Governo já tem, a estas horas, a prova certa de como foram inúteis os milhares de contos gastos em papelada e verborreia para impor a sua fantasmagoria eleitoral aos cidadãos portugueses. Razão tinha ele para não aceitar o desafio que esta Junta lhe lançara no seu manifesto de Novembro passado, ao chama-lo intimamente para o campo das eleições livres, único campo de resto, onde a dignidade do Governo e o próprio prestígio da Ditadura, não cobriam o risco de se cobrirem de vergonha e de ridículo. Protegido, antes, pela mais rigorosa censura prévia à imprensa, pela proibição absoluta de qualquer propaganda que não fosse a da União Nacional e pela exclusão escandalosa das prestigiadas candidaturas do nosso Chefe Dr. Rolão Preto e do Dr. Alberto de Monsaraz, nosso antigo Secretário-Geral, além de outros portugueses Ilustres, para o que se forjou, ad odium, um artigo especial da Lei Eleitoral - o Governo mostrou-se consciente da sua impopularidade e confessou o evidente temor que o aflige, de ser julgado, livre e lealmente, pela Nação. O resultado da manifestação eleitoral do dia 16 não o deve ter, portanto, surpreendido. Também, em nada, valha a verdade alterou o seu desejo de manter uma tirania a todos os títulos execrável.
A Farsa das eleições, eleições a que ninguém o obrigava, teve apenas o objectivo de consolidar, por novo e grosseiro expediente, as condições de vida do seu discricionário Poder. Para tanto, procurou-se criar uma "legalidade", legalidade aos olhos dos incautos, à sombra da qual o Governo completasse o monopólio político a que delirantemente aspira. Daí o actual Congresso da U. N. em S. Bento, que outra designação não pode ter, a nova "Câmara" nomeada pelo Tirano. Com este servil instrumento nas mãos, o Dr. Salazar tentará agora abalançar-se - custe o que custar - à conquista do último reduto do mando que é a pasta da Guerra, para fazer enfim do Exército, que não o tolera nem procura ocultar-lho, o órgão supremo do seu despotismo pessoal. Cego e surdo ante os sentimentos recalcados da Nação Portuguesa, tomando por dócil resignação um silêncio que é apenas trágica repulsa, o orgulho do Ditador continua-o lançando, desta forma, na senda obstinada da sua perdição, acicatado pelo clamor ululante daqueles que à sua volta se vão locupletando com os opíparos proventos que tantos impostos têm arrecadado aos portugueses exaustos. Como se as legalidades mais ou menos constitucionais tivessem jamais impedido o protesto eficiente e exemplar dos bons portugueses de todos os tempos, como se o Exército não houvesse já, mais de uma vez, encerrado, por sua mão, os portões malfadados de S. Bento - os beneficiários actuais da Situação originada em 28 de Maio, alimentando agora a ilusão de haverem garantido para sempre o regabofe do seu festim. Duro lhe será, por, o despertar! A Nação Portuguesa possui reservas morais de tal quilate, que não haverá suborno nem violência que consigam, finalmente, impedir-lhe o sobressalto justiceiro. Cedo ou tarde os Portugueses recordarão, em si mesmos, a consciência de quanto devem ao País, ao futuro de seus Filhos e à sua própria dignidade de Homens livres.
Enquanto não soa, porém, essa hora decisiva de justiça, e até para que ela surja mais depressa e seja mais eficaz, possam os Portugueses de boa vontade alistarem-se, em massa, nos quadros da Revolução Nacional dos Trabalhadores. O Movimento Nacional-Sindicalista prepara e activa essa Revolução profundíssima, indispensável para a reconquista das liberdades públicas, sob um poder forte, que, longe, de as tolher, com elas se reforça, garantindo para sempre, dentro de uma ordem política firmemente mantida, os sagrados direitos sociais e cívicos de todos nós.
LISBOA, 24 DE DEZEMBRO DE 1934.
A JUNTA DE ACÇÃO NACIONAL-SINDICALISTA.
Nacional-Sindicalismo, Depois da impudente farsa eleitoral, a Junta de Acção N.S. convida mais uma vez os portugueses a organizarem-se, sob a bandeira da Revolução Nacional dos Trabalhadores, Lisboa, 24 de Dezembro de 1934. A Junta de Acção Nacional-Sindicalista.
Segundo "os Secretariados N. S. de todo o País", "não excedeu os 25% a parte do eleitorado que se manifestou a favor da estranha lista governamental". Segundo o biógrafo de Salazar, Franco Nogueira, Salazar estaria de precária saúde e, "naquele domingo não foi à missa, nem votou, nem saiu de casa, e à noite, fazia-se observar por Francisco Gentil. (...) E das informações recebidas" concluía-se que cerca de oitenta por cento [80%] dos eleitores haviam votado. Era uma vitória para o Estado Novo e pessoalmente para Salazar." (Franco Nogueira, Salazar, Volume II, p. 296)
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Segundo "os Secretariados N. S. de todo o País", "não excedeu os 25% a parte do eleitorado que se manifestou a favor da estranha lista governamental". Segundo o biógrafo de Salazar, Franco Nogueira, Salazar estaria de precária saúde e, "naquele domingo não foi à missa, nem votou, nem saiu de casa, e à noite, fazia-se observar por Francisco Gentil. (...) E das informações recebidas" concluía-se que cerca de oitenta por cento [80%] dos eleitores haviam votado. Era uma vitória para o Estado Novo e pessoalmente para Salazar." (Franco Nogueira, Salazar, Volume II, p. 296)
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