No Centenário de Rolão Preto
Mário Saraiva
Falar de Francisco Rolão Preto, 1893-1977 necessariamente leva à recordação de toda uma época agitada da vida política em Portugal onde ele foi uma figura de referência obrigatória. De mais, chefe do Nacional-Sindicalismo, e mercê do seu contagiante dinamismo intelectual, que empolgou uma boa parte das gerações desse tempo, Rolão Preto depressa se revelou para Salazar a grande sombra negra a encobrir-lhe o prestígio, e o homem capaz de lhe barrar a continuidade no Governo.
O apelo às liberdades e à justiça social, no anseio comunicativo da sua voz, lançada sonoramente à alma do povo português, aquecia-o na esperança desalentada de um melhor destino, que tardava em visionar-se. Na verdade, após o meritório saneamento financeiro que constituiu a fase inicial, obviamente indispensável e promissora dos avanços necessários, a governança, vagarosa por índole, parecia estagnar nas intenções, hesitante ou abúlica ante a reclamada política social, cuja falta atormentava as classes do trabalho.
A assistência à pobreza reduzia-se, pode dizer-se, à obra das Misericórdias (extragovernamental, portanto), de possibilidades limitadíssimas, como se sabe. Para a invalidez, na inexistência de reformas, o único e dramático recurso do trabalhador velho e cansado era o de estender a mão à caridade pública. Quem escreve estas linhas passou quase toda a sua vida a exercer medicina gratuitamente, que de outra, muitas vezes não dispunham os pobres doentes. É um facto ter sido Marcelo Caetano a inaugurar o «Estado Social». Não admira, por conseguinte, que numa população maioritariamente marginalizada, desprovida de condições humanas de viver, sentindo-se pobre, tendo por contradição um Estado rico, de reservas de ouro invejáveis, o programa nacional-sindicalista despertasse entusiásticas adesões, como efectivamente acontecia. Ficaram célebres os grandes jantares-comícios do Palácio de Cristal no Porto, e do Pavilhão dos Desportos, em Lisboa, pelo número nunca antes atingido de participantes em reuniões desta natureza.
Folhear a colecção do jornal "Revolução", é conhecer o que foi e o que pretendia ser esse Movimento pós-integralista e popular a que a palavra fluente, viril e ousada de Rolão Preto infundia perspectivas novas de progresso e de resgate.
Das reivindicações de política social dirigidas ao Governo («O que nós queremos!») destacam-se as seguintes (Revolução de 28 de Junho de 1933);
Estava-se em 1933. Por aqui se pode hoje avaliar quanto, no tempo, eram adiantadas as medidas requeridas. Os adversários conservadores (da «direita» e da «esquerda») acoimavam-nas de demagógicas; eram, porém - actualmente ninguém o negará -, de elementar justiça social.
Algumas das reivindicações referidas, mas apenas algumas, seriam em parte consideradas; porém só muito mais tarde. Outras como:
Estas outras esperam ainda (e até quando?) legislação que as efectue. Hoje se vê como iam avançadas no tempo as ideias para o mundo do trabalho, para os portugueses em geral.
O crescimento do Nacional-Sindicalismo processava-se rapidíssimo. Um perigo em marcha, ou o crescer e uma ameaça para a política restrita do «viver habitual», que estava no espírito de Salazar. A partir do poder, o Movimento Nacional-Sindicalista, e o seu jornal teriam os dias contados. A infiltração de agentes de confiança provocaria a sua desorganização, e o "Revolução" anuncia a sua suspensão forçada no nº 415 de 24-7-933. Saíram somente mais 3 números, o último a 23-9-933. Posteriormente, e para abreviar, uma Nota Oficiosa do Presidente do Conselho, publicada no Diário de Notícias de 29 de Julho de 1934 dava conta de ter sido proibida a actividade do Nacional-Sindicalismo, por contrário aos Estatutos da União Nacional.
Termina a Nota Oficiosa com o convite de ingresso na União Nacional, afirmando que os resistentes activos, isto é, os adversários seriam «considerados inimigos». E foi como «inimigo» que Rolão Preto, mais uma vez, se viu obrigado a exilar-se.
Ainda estudante, e depois de entrar nas incursões de Couceiro, aos 17 anos de idade, homiziara-se na Bélgica e em França, onde, em Paris, se relacionou com os fundadores da Action française, nomeadamente com Charles Maurras e Léon Daudet. Um episódio curioso: residindo em Toulouse, onde frequentava a Faculdade de Direito, foi procurado no seu quarto de estudante por Sebastião Magalhães Lima, Grão-Mestre da Maçonaria e membro do Governo da 1ª República. E porquê esta insólita visita? Magalhães Lima, informado de que um rapaz monárquico ali vivia expatriado, tinha curiosidade em conhecê-lo e, mais, saber, o que ao seu pensamento seria estranho, a razão do seu monarquismo. Rolão Preto explicou-lhe, em conversa conduzida aliás em tom cordial, os fundamentos da sua convicção. O último exílio passou-o em Espanha, nas vicissitudes da Guerra Civil, do lado nacionalista, claro.
Algumas vindas a Portugal e a sua casa arriscava-as na difícil clandestinidade. Todavia, nesses lances de aventura, quando o Comandante da Polícia de Castelo Branco recebia ordem de Lisboa para o ir capturar, nunca o encontrava: «alguém, amigo», conhecedor da diligência policial, o avisava, a tempo de se ausentar. Rolão Preto revelou-me esse segredo antigo, porém, sem identificar o amigo. Esse «alguém amigo», soube-o mais tarde pelo próprio, era o Capitão João da Costa Andrade, que ao tempo comandava a polícia em Castelo Branco. Português íntegro, e militar de velha têmpera, disse-me que acima do governante político que o mandava aprisionar, sentia o dever de defender a liberdade do amigo, acusado de ideias que eram também as suas.
Tempos adiante já não seria a benévola polícia de Castelo Branco a encarregada dos mandatos de captura que sobre ele impendiam.
De uma vez - narrou-me Rolão Preto - foi-lhe permitido vir de Espanha a sua casa na Soalheira para acompanhar a esposa que adoecera com alguma gravidade, mas «em sigilio absoluto» e por breves dias. Veio, confiadamente. Porém, no dia seguinte à sua chegada tinha, de manhã, a residência cercada por agentes da PIDE. Indignado nas circunstâncias, protestou, embora em vão. A pedido foi-lhe concedida apenas, a demora de duas horas para se despedir da esposa. Findo o prazo estipulado um agente da PIDE bateu à porta para efectuar a prisão. A criada, que atendera, disse-lhe: mas o Senhor Doutor não está; saiu há mais de uma hora...
Num belo dia de adiantada Primavera em que nos deslocamos à Soalheira (lembra-se Henrique Barrilaro Ruas?) e onde fomos obsequiados de um saboroso almoço de ensopado de borrego cozinhado ao modo beirão, Rolão Preto mostrou como se evadira: rastejando por uma saída oculta, até se encobrir no denso arvoredo daquela encosta da Gardunha.
Tempos agrestes para os insubmissos, para os tais «inimigos»...
Recordo-me de que, numa altura em que se «boatavam» tentativas de mal disfarçado suborno, isto é, de compromisso político com a situação, a uma voz que lhe foi dirigida: - «Não se deixe "queimar", senhor doutor!», Rolão Preto respondeu de pronto: «Não deixo!» De facto manteve-se sempre seguro nos seus princípios. Sondado que foi para ser colocado no lucrativo e disputado lugar de administrador da SACOR recusou a rendosa oferta, como igualmente rejeitou uma segunda e mais distinguida proposta, então para membro do Governo, ministro da Justiça.
De outra vez, exilado em Valência de Alcântara, foi procurado pelo ministro da Presidência Teotónio Pereira, com o aliciante convite para embaixador na Santa Sé.
Disse que não aceitava, é claro.
E vivia então (a família também) em grandes dificuldades económicas. Mas Rolão Preto era assim...
A firme intransigência em não se «vender» saiu-lhe cara em sacrifícios de vária ordem e, inclusivamente, no de ser hostilizado e injuriado por alguns dos seus antigos camaradas, rendidos que foram às conveniências materiais da ocasião.
Rolão Preto deixou, decerto num momento crítico, a dolente reflexão que tem o seu quê de autobiografia: - «Lutar e sofrer ao serviço de puras ideias que o espírito e o coração elegeram, eis um privilégio de loucos, loucos que heroicamente vão deixando em farrapos a sua alma por duros caminhos sem glória».
É invariavelmente difícil e espinhosa a vida de um lutador idealista, e essa honra de suportar penosas agruras em defesa do pensamento livre e das ideias, bem a mereceu Rolão Preto. Creio que o reconhecimento público dessa rara virtude será a mais alta homenagem que, nesta data centenária, se pode prestar à sua memória.
(
In Mário Saraiva, Frontalidade: Ideias, Figuras e Factos, Lisboa, Universitária Editora, 1995, pp. 49-54; editado por Filipe Cordeiro, em 15 Mar 2003, no fórum Unica Semper Avis).
Relacionados
1970 - Mário Saraiva, Qual o Programa Monárquico?
1972 - Mário Saraiva, A Aliança Peninsular - uma advertência
1980 - Mário Saraiva, Misoginia e misogamia ou a questão dos casamentos [de Dom Sebastião]
1985 - Mário Saraiva, Anotação ao Sebastianismo, edição de 1994
1987 - Mário Saraiva, Uma Questão Falseada
1994 - Mário Saraiva, O diagnóstico de epilepsia em Dom Sebastião
1995 - Mário Saraiva, Integralismo Lusitano e sua Actualidade
1995 - Mário Saraiva, No Centenário de Rolão Preto
1996 - Mário Saraiva, A Família Dinástica
1996 - Mário Saraiva, Franco Nogueira, a meu vêr
Razões Reais
O apelo às liberdades e à justiça social, no anseio comunicativo da sua voz, lançada sonoramente à alma do povo português, aquecia-o na esperança desalentada de um melhor destino, que tardava em visionar-se. Na verdade, após o meritório saneamento financeiro que constituiu a fase inicial, obviamente indispensável e promissora dos avanços necessários, a governança, vagarosa por índole, parecia estagnar nas intenções, hesitante ou abúlica ante a reclamada política social, cuja falta atormentava as classes do trabalho.
A assistência à pobreza reduzia-se, pode dizer-se, à obra das Misericórdias (extragovernamental, portanto), de possibilidades limitadíssimas, como se sabe. Para a invalidez, na inexistência de reformas, o único e dramático recurso do trabalhador velho e cansado era o de estender a mão à caridade pública. Quem escreve estas linhas passou quase toda a sua vida a exercer medicina gratuitamente, que de outra, muitas vezes não dispunham os pobres doentes. É um facto ter sido Marcelo Caetano a inaugurar o «Estado Social». Não admira, por conseguinte, que numa população maioritariamente marginalizada, desprovida de condições humanas de viver, sentindo-se pobre, tendo por contradição um Estado rico, de reservas de ouro invejáveis, o programa nacional-sindicalista despertasse entusiásticas adesões, como efectivamente acontecia. Ficaram célebres os grandes jantares-comícios do Palácio de Cristal no Porto, e do Pavilhão dos Desportos, em Lisboa, pelo número nunca antes atingido de participantes em reuniões desta natureza.
Folhear a colecção do jornal "Revolução", é conhecer o que foi e o que pretendia ser esse Movimento pós-integralista e popular a que a palavra fluente, viril e ousada de Rolão Preto infundia perspectivas novas de progresso e de resgate.
Das reivindicações de política social dirigidas ao Governo («O que nós queremos!») destacam-se as seguintes (Revolução de 28 de Junho de 1933);
- «Seguros para a invalidez e doença, Reformas para a velhice»
- «Salário mínimo e familiar»
- «Bairros sociais e casas para operários»
- «Férias anuais pagas»
- «Medidas revolucionárias a limitar os grandes ordenados, ofensivos da pobreza».
Estava-se em 1933. Por aqui se pode hoje avaliar quanto, no tempo, eram adiantadas as medidas requeridas. Os adversários conservadores (da «direita» e da «esquerda») acoimavam-nas de demagógicas; eram, porém - actualmente ninguém o negará -, de elementar justiça social.
Algumas das reivindicações referidas, mas apenas algumas, seriam em parte consideradas; porém só muito mais tarde. Outras como:
- «Comércio interno dirigido em harmonia com o interesse do consumidor»
- «Estado Protector, e não apenas Cobrador de Impostos»
- «Justiça gratuita nos tribunais para os pobres»
- «Que os ricos sejam menos ricos, para que os pobres sejam menos pobres».
Estas outras esperam ainda (e até quando?) legislação que as efectue. Hoje se vê como iam avançadas no tempo as ideias para o mundo do trabalho, para os portugueses em geral.
O crescimento do Nacional-Sindicalismo processava-se rapidíssimo. Um perigo em marcha, ou o crescer e uma ameaça para a política restrita do «viver habitual», que estava no espírito de Salazar. A partir do poder, o Movimento Nacional-Sindicalista, e o seu jornal teriam os dias contados. A infiltração de agentes de confiança provocaria a sua desorganização, e o "Revolução" anuncia a sua suspensão forçada no nº 415 de 24-7-933. Saíram somente mais 3 números, o último a 23-9-933. Posteriormente, e para abreviar, uma Nota Oficiosa do Presidente do Conselho, publicada no Diário de Notícias de 29 de Julho de 1934 dava conta de ter sido proibida a actividade do Nacional-Sindicalismo, por contrário aos Estatutos da União Nacional.
Termina a Nota Oficiosa com o convite de ingresso na União Nacional, afirmando que os resistentes activos, isto é, os adversários seriam «considerados inimigos». E foi como «inimigo» que Rolão Preto, mais uma vez, se viu obrigado a exilar-se.
Ainda estudante, e depois de entrar nas incursões de Couceiro, aos 17 anos de idade, homiziara-se na Bélgica e em França, onde, em Paris, se relacionou com os fundadores da Action française, nomeadamente com Charles Maurras e Léon Daudet. Um episódio curioso: residindo em Toulouse, onde frequentava a Faculdade de Direito, foi procurado no seu quarto de estudante por Sebastião Magalhães Lima, Grão-Mestre da Maçonaria e membro do Governo da 1ª República. E porquê esta insólita visita? Magalhães Lima, informado de que um rapaz monárquico ali vivia expatriado, tinha curiosidade em conhecê-lo e, mais, saber, o que ao seu pensamento seria estranho, a razão do seu monarquismo. Rolão Preto explicou-lhe, em conversa conduzida aliás em tom cordial, os fundamentos da sua convicção. O último exílio passou-o em Espanha, nas vicissitudes da Guerra Civil, do lado nacionalista, claro.
Algumas vindas a Portugal e a sua casa arriscava-as na difícil clandestinidade. Todavia, nesses lances de aventura, quando o Comandante da Polícia de Castelo Branco recebia ordem de Lisboa para o ir capturar, nunca o encontrava: «alguém, amigo», conhecedor da diligência policial, o avisava, a tempo de se ausentar. Rolão Preto revelou-me esse segredo antigo, porém, sem identificar o amigo. Esse «alguém amigo», soube-o mais tarde pelo próprio, era o Capitão João da Costa Andrade, que ao tempo comandava a polícia em Castelo Branco. Português íntegro, e militar de velha têmpera, disse-me que acima do governante político que o mandava aprisionar, sentia o dever de defender a liberdade do amigo, acusado de ideias que eram também as suas.
Tempos adiante já não seria a benévola polícia de Castelo Branco a encarregada dos mandatos de captura que sobre ele impendiam.
De uma vez - narrou-me Rolão Preto - foi-lhe permitido vir de Espanha a sua casa na Soalheira para acompanhar a esposa que adoecera com alguma gravidade, mas «em sigilio absoluto» e por breves dias. Veio, confiadamente. Porém, no dia seguinte à sua chegada tinha, de manhã, a residência cercada por agentes da PIDE. Indignado nas circunstâncias, protestou, embora em vão. A pedido foi-lhe concedida apenas, a demora de duas horas para se despedir da esposa. Findo o prazo estipulado um agente da PIDE bateu à porta para efectuar a prisão. A criada, que atendera, disse-lhe: mas o Senhor Doutor não está; saiu há mais de uma hora...
Num belo dia de adiantada Primavera em que nos deslocamos à Soalheira (lembra-se Henrique Barrilaro Ruas?) e onde fomos obsequiados de um saboroso almoço de ensopado de borrego cozinhado ao modo beirão, Rolão Preto mostrou como se evadira: rastejando por uma saída oculta, até se encobrir no denso arvoredo daquela encosta da Gardunha.
Tempos agrestes para os insubmissos, para os tais «inimigos»...
Recordo-me de que, numa altura em que se «boatavam» tentativas de mal disfarçado suborno, isto é, de compromisso político com a situação, a uma voz que lhe foi dirigida: - «Não se deixe "queimar", senhor doutor!», Rolão Preto respondeu de pronto: «Não deixo!» De facto manteve-se sempre seguro nos seus princípios. Sondado que foi para ser colocado no lucrativo e disputado lugar de administrador da SACOR recusou a rendosa oferta, como igualmente rejeitou uma segunda e mais distinguida proposta, então para membro do Governo, ministro da Justiça.
De outra vez, exilado em Valência de Alcântara, foi procurado pelo ministro da Presidência Teotónio Pereira, com o aliciante convite para embaixador na Santa Sé.
Disse que não aceitava, é claro.
E vivia então (a família também) em grandes dificuldades económicas. Mas Rolão Preto era assim...
A firme intransigência em não se «vender» saiu-lhe cara em sacrifícios de vária ordem e, inclusivamente, no de ser hostilizado e injuriado por alguns dos seus antigos camaradas, rendidos que foram às conveniências materiais da ocasião.
Rolão Preto deixou, decerto num momento crítico, a dolente reflexão que tem o seu quê de autobiografia: - «Lutar e sofrer ao serviço de puras ideias que o espírito e o coração elegeram, eis um privilégio de loucos, loucos que heroicamente vão deixando em farrapos a sua alma por duros caminhos sem glória».
É invariavelmente difícil e espinhosa a vida de um lutador idealista, e essa honra de suportar penosas agruras em defesa do pensamento livre e das ideias, bem a mereceu Rolão Preto. Creio que o reconhecimento público dessa rara virtude será a mais alta homenagem que, nesta data centenária, se pode prestar à sua memória.
(
In Mário Saraiva, Frontalidade: Ideias, Figuras e Factos, Lisboa, Universitária Editora, 1995, pp. 49-54; editado por Filipe Cordeiro, em 15 Mar 2003, no fórum Unica Semper Avis).
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1970 - Mário Saraiva, Qual o Programa Monárquico?
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1985 - Mário Saraiva, Anotação ao Sebastianismo, edição de 1994
1987 - Mário Saraiva, Uma Questão Falseada
1994 - Mário Saraiva, O diagnóstico de epilepsia em Dom Sebastião
1995 - Mário Saraiva, Integralismo Lusitano e sua Actualidade
1995 - Mário Saraiva, No Centenário de Rolão Preto
1996 - Mário Saraiva, A Família Dinástica
1996 - Mário Saraiva, Franco Nogueira, a meu vêr
Razões Reais