Memorandum redigido e apresentado por Hipólito Raposo ao Lugar-Tenente de D. Manuel II, Aires de Ornelas, visando o levantamento do Exército em defesa da Proclamação da Monarquia, em Janeiro de 1919. Foi nele que Aires de Ornelas inscreveu a ordem de acção - "Go on! Palavras d'El-Rei".
MEMORANDUM
1º Sobre a possibilidade do assentimento de V. Ex.a para um movimento militar de carácter monárquico.
2º Sobre o assentimento de V. Ex.a para um movimento militar, promovido por oficiais monárquicos e republicanos, para propor ao País a fórmula do plebiscito sobre o regime político.
3º Qual seja a opinião de V. Ex.a, em qualquer das hipóteses, sobre o perigo de uma intervenção estrangeira, obstáculo que não deteve os democráticos para a organização e execução do actual movimento revolucionário.
4º Sobre a opinião de V. Ex.a em caso de vitória, acerca do reconhecimento pelas nações estrangeiras da nova ordem de coisas políticos, levando em conta a acção diplomática de El-Rei e dos seus amigos junto do governo inglês e o seu notável prestigio junto dos outros governos aliados.
5º No caso do seu assentimento, indicação dos nomes que na opinião de V. Ex.a devem constituir a Junta do Governo Nacional, em nome de El-Rei.
6º Sem que tal facto importe menos crédito à palavra de V. Ex. e à seriedade do portador, seria conveniente que as opiniões a expor fossem dadas por escrito, para assim lhes ser atribuído todo o valor que merecem pelos elementos de acção que precisam de ser consultados".
Aires de Ornelas escreveu à margem do documento:
"Go on! Palavras d’El-Rei / Não vejo razão para plebiscito / Não julgo difícil o reconhecimento / Aires de Ornelas / 14 Jan. 919"
Hipólito Raposo, Folhas do meu Cadastro, Volume I (1911-1925), Edições Gama, 1940, pp. 44-45.
MEMORANDUM
1º Sobre a possibilidade do assentimento de V. Ex.a para um movimento militar de carácter monárquico.
2º Sobre o assentimento de V. Ex.a para um movimento militar, promovido por oficiais monárquicos e republicanos, para propor ao País a fórmula do plebiscito sobre o regime político.
3º Qual seja a opinião de V. Ex.a, em qualquer das hipóteses, sobre o perigo de uma intervenção estrangeira, obstáculo que não deteve os democráticos para a organização e execução do actual movimento revolucionário.
4º Sobre a opinião de V. Ex.a em caso de vitória, acerca do reconhecimento pelas nações estrangeiras da nova ordem de coisas políticos, levando em conta a acção diplomática de El-Rei e dos seus amigos junto do governo inglês e o seu notável prestigio junto dos outros governos aliados.
5º No caso do seu assentimento, indicação dos nomes que na opinião de V. Ex.a devem constituir a Junta do Governo Nacional, em nome de El-Rei.
6º Sem que tal facto importe menos crédito à palavra de V. Ex. e à seriedade do portador, seria conveniente que as opiniões a expor fossem dadas por escrito, para assim lhes ser atribuído todo o valor que merecem pelos elementos de acção que precisam de ser consultados".
Aires de Ornelas escreveu à margem do documento:
"Go on! Palavras d’El-Rei / Não vejo razão para plebiscito / Não julgo difícil o reconhecimento / Aires de Ornelas / 14 Jan. 919"
Hipólito Raposo, Folhas do meu Cadastro, Volume I (1911-1925), Edições Gama, 1940, pp. 44-45.