O Sr. Presidente: – Tem a palavra o Sr. Deputado Barrilaro Ruas.
O Sr. Barrilaro Ruas (PPM): – Sr. Presidente, Srs. Deputados: As minhas palavras são formalmente para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Mendes de Carvalho, mas devo esclarecer que, pela minha parte, considero que falar de São Francisco de Assis, mesmo sob forma de intervenção muito modesta e muito rápida, é sempre pedir ao espírito franciscano um esclarecimento, uma luz suplementar e, se me permite, é integrar-me na formalidade regimental para testemunhar aqui o apoio, pessoalmente e em nome do PPM, da nossa presença nesta comemoração franciscana desenvolvida aqui hoje pelo Sr. Deputado Mendes de Carvalho.
Em primeiro lugar, gostaria de recordar que para nós, Portugueses, não apenas por obra dos Descobrimentos, em cuja inspiração o espírito franciscano foi tão essencial, mas pelo facto de a Ordem Franciscana e a filosofia franciscana serem inseparáveis do nome grande de Portugal que é Santo António de Lisboa, toda a comemoração de São Francisco de Assis é uma acção e um momento autenticamente portugueses.
Em segundo lugar, o espírito franciscano tem qualquer coisa de extremamente actual, porque através de toda a História –e hoje principalmente– o espírito de autêntica revolução espiritual tem sempre qualquer coisa de franciscano e a actualidade da revolução em termos positivos, a revolução que não odeia, a revolução que ama e que constrói tem sempre um fundamento franciscano no seu íntimo e na sua essência.
Em terceiro lugar, quero recordar a falta que faz hoje a Ordem Franciscana num dos pontos cruciais da política contemporânea: Jerusalém, os Lugares Sagrados.
A extrema decadência a que chegou em termos de direito internacional o caso de Jerusalém e dos lugares sagrados diz respeito às três grandes religiões do Livro, às três grandes religiões bíblicas: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. Tem que ver, portanto, gravemente com o que se passou do século XVIII com a expulsão violenta dos Franciscanos (1747) dos lugares sagrados, que eles, em nome da Cristandade e com o reconhecimento universal, conservavam e transmitiam como uma tradição.
Essa falta da Ordem Franciscana não lhe é imputável. É-lhe imputável sim uma ordem de valores que decaiu, que se degradou extremamente, e é em nome desses valores que temos de protestar e que temos de esperar que um dia a Ordem de São Francisco de Assis seja reconduzida, na medida do razoável e do possível, a essa intervenção, numa ordem internacional que é jurídica mas que é, antes de tudo, moral.
São Francisco de Assis está presente, portanto, na história do pensamento, na história do amor, na história da ordem colectiva de toda a Humanidade.
[Assembleia da República, II legislatura, 2.ª sessão legislativa (1981-1982), reunião plenária de 7 de Janeiro de 1982. Intervenção de Henrique Barrilaro Ruas, assinalando o 8.º centenário do nascimento de Sao Francisco de Assis; na sequência de uma intrevenção do Deputado António Mendes de Carvalho (CDS). Publicada em Diário da Assembleia da República, I Série, n.º 34 (08.01.1982), p. 1356.]
O Sr. Barrilaro Ruas (PPM): – Sr. Presidente, Srs. Deputados: As minhas palavras são formalmente para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Mendes de Carvalho, mas devo esclarecer que, pela minha parte, considero que falar de São Francisco de Assis, mesmo sob forma de intervenção muito modesta e muito rápida, é sempre pedir ao espírito franciscano um esclarecimento, uma luz suplementar e, se me permite, é integrar-me na formalidade regimental para testemunhar aqui o apoio, pessoalmente e em nome do PPM, da nossa presença nesta comemoração franciscana desenvolvida aqui hoje pelo Sr. Deputado Mendes de Carvalho.
Em primeiro lugar, gostaria de recordar que para nós, Portugueses, não apenas por obra dos Descobrimentos, em cuja inspiração o espírito franciscano foi tão essencial, mas pelo facto de a Ordem Franciscana e a filosofia franciscana serem inseparáveis do nome grande de Portugal que é Santo António de Lisboa, toda a comemoração de São Francisco de Assis é uma acção e um momento autenticamente portugueses.
Em segundo lugar, o espírito franciscano tem qualquer coisa de extremamente actual, porque através de toda a História –e hoje principalmente– o espírito de autêntica revolução espiritual tem sempre qualquer coisa de franciscano e a actualidade da revolução em termos positivos, a revolução que não odeia, a revolução que ama e que constrói tem sempre um fundamento franciscano no seu íntimo e na sua essência.
Em terceiro lugar, quero recordar a falta que faz hoje a Ordem Franciscana num dos pontos cruciais da política contemporânea: Jerusalém, os Lugares Sagrados.
A extrema decadência a que chegou em termos de direito internacional o caso de Jerusalém e dos lugares sagrados diz respeito às três grandes religiões do Livro, às três grandes religiões bíblicas: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. Tem que ver, portanto, gravemente com o que se passou do século XVIII com a expulsão violenta dos Franciscanos (1747) dos lugares sagrados, que eles, em nome da Cristandade e com o reconhecimento universal, conservavam e transmitiam como uma tradição.
Essa falta da Ordem Franciscana não lhe é imputável. É-lhe imputável sim uma ordem de valores que decaiu, que se degradou extremamente, e é em nome desses valores que temos de protestar e que temos de esperar que um dia a Ordem de São Francisco de Assis seja reconduzida, na medida do razoável e do possível, a essa intervenção, numa ordem internacional que é jurídica mas que é, antes de tudo, moral.
São Francisco de Assis está presente, portanto, na história do pensamento, na história do amor, na história da ordem colectiva de toda a Humanidade.
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Não faltarão Cristãos atrevimentos
Nesta pequena Casa Lusitana
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vivere militare est
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