A Ideia Nacional - Semanário Monárquico-sindicalista
A Ideia Nacional
Semanário Monárquico-Integralista - Órgão e propriedade dos Núcleos Integralistas
Director - Luís Chaves
Secretário da redação - Rodrigues Leal
Editor - Caetano dos Reis
Ano 1, nº 1, Lisboa, 11 de Outubro de 1920.
Semanário Monárquico-Integralista - Órgão e propriedade dos Núcleos Integralistas
Director - Luís Chaves
Secretário da redação - Rodrigues Leal
Editor - Caetano dos Reis
Ano 1, nº 1, Lisboa, 11 de Outubro de 1920.
Artigos em destaque:
- Augusto da Costa, "Quando o bolchevismo passar", p. 1 . -"os operários sabem bem que a republica só lhes deu, além dos direitos que a monarquia constitucional lhes dava, tiros, perseguições, atentados e vexames."
- "No bom combate" - Carta de António Calharia (D. António de Sousa Holstein Beck, Conde de Calhariz, futuro duque de Palmela) para Alberto Monsaraz, anunciando a sua adesão ao Integralismo Lusitano. É também publicada a sua carta de desvinculação das Juventudes Monárquicas Conservadoras.
- José Pequito Rebelo, membro da Junta Central, voltou dos Açores.
- Mais violências do regime - Aires de Ornelas é transferido do Hospital de São José para a enfermaria da Penitenciária.
- Mosaico - As greves. Continuam as greves. Greve geral na limpeza das ruas. Resultado: imundice.
- Severim de Azevedo - foi ontem o funeral do jornalista monárquico, chefe da redação de A Nação, mas que, sob o pseudónimo de Crispim, deixou pelas páginas dos jornais "imensas páginas de graça e bom humor".
- "Três vivas à Monarquia Nova" - Três operários foram presos pelos guardas 150 e 277 da 18ª Esquadra de Lisboa por gritarem "Viva a monarquia", em Alcantara, Lisboa, sendo conduzidos ao governo civil no Eléctrico. Depois, um deles recusou-se a pagar o bilhete do Eléctrico, dizendo que sabia andar a pé.
- Felix Correia - "A obra da República - O grande crime". Acerca do abandono a que foram votados os soldados portugueses que estiveram na Guerra em França.
- Notícia da constituição de um sindicato que adoptou o sindicalismo orgânico preconizado pelo Integralismo Lusitano - Sindicato Misto da Construção Civil, sob a presidência de António José Serôdio.
- O caso Moreira de Almeida.
- Poema de Antero de Quental
- Instruções de Organização do Integralismo Lusitano. A constituição de Juntas Provinciais (deviam ser constituídas por diversas classes profissionais e por diversos municípios nas Províncias), as Juntas Municipais (não devem ter mais do que cinco membros) e os Núcleos (com direcções de três a cinco elementos, podendo constitui-se vários núcleos numa mesma localidade). A constituição das Juntas Provinciais requeria a aprovação da Junta Central, as Juntas dos Municípios requeria a aprovação da Junta Provincial ou da Junta Central, se a Provincial ainda não estivesse constituída. Sem a aprovação do organismo imediatamente superior não podiam funcionar regularmente.
"Ano 1, nº I, 17 de Outubro de 1920
Novo grafismo com a "Cruz de Cristo" e citação de Valois no cabeçalho: " Sindicalistas, façamos a nossa obra de sindicalistas. Expulsemos os oradores da Democracia e os agentes do governo. Fora os políticos!" - Georges Valois.
Destaque:
O que a opinião pública reclama do Governo: Liberdade de reunião, de associação e de pensamento;
Revogação de todos os decretos de ditadura;
Abolição completa das leis de excepção;
Amnistia aos presos políticos e exilados.
Isto que "O Mundo" exigia em nome dos republicanos, em seguida à morte de El-Rei D. Carlos e de S. A. R. o Principe D. Luís Filipe, - exigimo-lo nós a 620 dias da revolta de Monsanto!
Abaixo a tirania! Viva a Nação!
- Editorial por Luís Chaves, a anunciando "A Ideia Nacional" (p. 1)
- "Política de Classes - Monarquia Sindicalista", por G. de Ayala Monteiro (p. 1)
- Integralismo Lusitano - Núcleos Integralistas - É feita a descrição dos núcleos e moradas existentes:
Lisboa (8) (mais quatro núcleos especiais, clandestinos, sem indicação de morada);
Porto (2);
Penafiel (1);
Covilhã (5);
Guarda (1);
Castelo Branco (1);
Abrantes (10);
Arouca (2);
Gouveia (1)
Alijó (1)
Torres Novas (1)
Cernancelhe (1)
Cascais (1)
Mafra (1)
Viseu (1). Havia uma Junta Municipal, portanto, com pelo menos um núcleo, mas sem indicação de morada)
Núcleos profissionais, em Lisboa (3) - Caminhos de Ferro, Ferroviários e Correios e Telégrafos
Sindicatos mistos (3): Construção Civil, Transportes e Comércio
- "Apelo aos ferroviários em greve e a todo o operariado", pelo Núcleo Integralista de Ferroviários. - "É fundamentalmente económica a reclamação que deu origem à actual greve. Reclamaram os ferroviários um aumento de salários que vai até 100% do que ganhavam anteriormente. É justa em si mesma esta reclamação, somente infeliz na sua fórmula. (...) O que os operários querem é que o seu nível de vida se conserve. (...) A moeda foi criminosamente desvalorizada em metade do seu valor no curto espaço de um ano." (...) "A nada nos leva a sabotagem e a greve revolucionária".
Alfredo de Freitas Branco - Crónica Social - Partindo da referência à lei que aboliu as corporações na Revolução Francesa, de 2 de Março de 1791 - Lei de Allarde - , o autor apresenta em traços largos a história do trabalho até ao século XIII. Dos tempos primitivos até ao século XI, além do trabalho escravo e de servos, predominou o trabalho familiar. Com as cidades do século XII surgiram as comunas. Foi aí que "O artista, o proletário errante desaparece dos pequenos agregados e o trabalho alugado torna-se norma geral". Nas comunas, "os mestres de cada ofício associam-se dentro de cada região limitando regulamentarmente o número de artífices e proibindo o trabalho alugado". A vida corporativa seguiu nesses moldes até à Revolução francesa que, em nome a liberdade de trabalho, proibiu as corporações de ofícios. (o artigo era para continuar).
Comentário: no final do artigo é indicado que "continua". Não foi referida (e não o será depois na continuação, que irá sobretudo descrever o modo de funcionamento das corporações) a Lei de Le Chapelier que, em Junho de 1791, proibiu os sindicatos, as greves e as manifestações dos trabalhadores, alegando a defesa da "livre empresa" e da iniciativa privada, com penas a aplicar aos sindicalistas que podiam ir desde avultadas multas em dinheiro, e privação de direitos de cidadania, até à pena de morte (Artº 7 e 8). A Lei de Le Chapelier, nos seus fundamentos, reflecte a doutrina do liberalismo económico - que o Integralismo Lusitano combatia - só reconhecendo o indivíduo e a empresa, surgindo dentro do espírito da Lei de Allarde, referida por Freitas Branco, e que tinha proibido as corporações livres de ofícios que vinham da Idade Média. Com a Lei de Le Chapelier, e com a repressão que se seguiu, a vitória da burguesia sobre as classes trabalhadoras veio a revelar-se total e por várias décadas. Estes factos históricos, e o seu significado, desempenhavam um papel crucial no conhecimento e nas doutrinas definidoras do sindicalismo contra-revolucionário dos tradicionalistas.
Na página 3, era reproduzido na íntegra o programa do Integralismo Lusitano, pela primeira vez apresentado na revista Nação Portuguesa, em 1914 - "O que nós queremos - monarquia, orgânica tradicionalista, anti-parlamentar."
Novo grafismo com a "Cruz de Cristo" e citação de Valois no cabeçalho: " Sindicalistas, façamos a nossa obra de sindicalistas. Expulsemos os oradores da Democracia e os agentes do governo. Fora os políticos!" - Georges Valois.
Destaque:
O que a opinião pública reclama do Governo: Liberdade de reunião, de associação e de pensamento;
Revogação de todos os decretos de ditadura;
Abolição completa das leis de excepção;
Amnistia aos presos políticos e exilados.
Isto que "O Mundo" exigia em nome dos republicanos, em seguida à morte de El-Rei D. Carlos e de S. A. R. o Principe D. Luís Filipe, - exigimo-lo nós a 620 dias da revolta de Monsanto!
Abaixo a tirania! Viva a Nação!
- Editorial por Luís Chaves, a anunciando "A Ideia Nacional" (p. 1)
- "Política de Classes - Monarquia Sindicalista", por G. de Ayala Monteiro (p. 1)
- Integralismo Lusitano - Núcleos Integralistas - É feita a descrição dos núcleos e moradas existentes:
Lisboa (8) (mais quatro núcleos especiais, clandestinos, sem indicação de morada);
Porto (2);
Penafiel (1);
Covilhã (5);
Guarda (1);
Castelo Branco (1);
Abrantes (10);
Arouca (2);
Gouveia (1)
Alijó (1)
Torres Novas (1)
Cernancelhe (1)
Cascais (1)
Mafra (1)
Viseu (1). Havia uma Junta Municipal, portanto, com pelo menos um núcleo, mas sem indicação de morada)
Núcleos profissionais, em Lisboa (3) - Caminhos de Ferro, Ferroviários e Correios e Telégrafos
Sindicatos mistos (3): Construção Civil, Transportes e Comércio
- "Apelo aos ferroviários em greve e a todo o operariado", pelo Núcleo Integralista de Ferroviários. - "É fundamentalmente económica a reclamação que deu origem à actual greve. Reclamaram os ferroviários um aumento de salários que vai até 100% do que ganhavam anteriormente. É justa em si mesma esta reclamação, somente infeliz na sua fórmula. (...) O que os operários querem é que o seu nível de vida se conserve. (...) A moeda foi criminosamente desvalorizada em metade do seu valor no curto espaço de um ano." (...) "A nada nos leva a sabotagem e a greve revolucionária".
Alfredo de Freitas Branco - Crónica Social - Partindo da referência à lei que aboliu as corporações na Revolução Francesa, de 2 de Março de 1791 - Lei de Allarde - , o autor apresenta em traços largos a história do trabalho até ao século XIII. Dos tempos primitivos até ao século XI, além do trabalho escravo e de servos, predominou o trabalho familiar. Com as cidades do século XII surgiram as comunas. Foi aí que "O artista, o proletário errante desaparece dos pequenos agregados e o trabalho alugado torna-se norma geral". Nas comunas, "os mestres de cada ofício associam-se dentro de cada região limitando regulamentarmente o número de artífices e proibindo o trabalho alugado". A vida corporativa seguiu nesses moldes até à Revolução francesa que, em nome a liberdade de trabalho, proibiu as corporações de ofícios. (o artigo era para continuar).
Comentário: no final do artigo é indicado que "continua". Não foi referida (e não o será depois na continuação, que irá sobretudo descrever o modo de funcionamento das corporações) a Lei de Le Chapelier que, em Junho de 1791, proibiu os sindicatos, as greves e as manifestações dos trabalhadores, alegando a defesa da "livre empresa" e da iniciativa privada, com penas a aplicar aos sindicalistas que podiam ir desde avultadas multas em dinheiro, e privação de direitos de cidadania, até à pena de morte (Artº 7 e 8). A Lei de Le Chapelier, nos seus fundamentos, reflecte a doutrina do liberalismo económico - que o Integralismo Lusitano combatia - só reconhecendo o indivíduo e a empresa, surgindo dentro do espírito da Lei de Allarde, referida por Freitas Branco, e que tinha proibido as corporações livres de ofícios que vinham da Idade Média. Com a Lei de Le Chapelier, e com a repressão que se seguiu, a vitória da burguesia sobre as classes trabalhadoras veio a revelar-se total e por várias décadas. Estes factos históricos, e o seu significado, desempenhavam um papel crucial no conhecimento e nas doutrinas definidoras do sindicalismo contra-revolucionário dos tradicionalistas.
Na página 3, era reproduzido na íntegra o programa do Integralismo Lusitano, pela primeira vez apresentado na revista Nação Portuguesa, em 1914 - "O que nós queremos - monarquia, orgânica tradicionalista, anti-parlamentar."
Nova citação: "Nada também é mais preciso em Portugal que liberdade absoluta das opiniões e disciplina absoluta nos actos" - Raúl Proença in Anais das bibliotecas e arquivos.
Raúl Proença era republicano, em príncipio adversário dos integralistas, mas com quem três anos depois os integralistas da Junta Central - em particular António Sardinha, com um célebre artigo intitulado Almas Republicanas - viriam a colaborar na revista Homens Livres - Livres da Finança & dos Partidos.
Raúl Proença era republicano, em príncipio adversário dos integralistas, mas com quem três anos depois os integralistas da Junta Central - em particular António Sardinha, com um célebre artigo intitulado Almas Republicanas - viriam a colaborar na revista Homens Livres - Livres da Finança & dos Partidos.
- "Política de Classes - O direito à greve" - II por G. de Ayala Monteiro (p. 1)
- "O Parlamento é uma vergonha nacional"
-
Primeiro Ano - nº 3, Lisboa, 31 de Outubro de 1920
Citação em destaque na caixa: "Mostrei que a igualdade, assim como a liberdade, que os povos desejavam, era mais fácil de encontrar nas monarquias do que nas tumultuosas democracias, onde as vozes prometem tudo, e os factos nada concedem" - Marquês de Penalva - Dissertação a favor da Monarquia, século XVIII
Títulos:
A SS. MM. Os reis da Bélgica (inclui fotografia dos reis)
Saudação aos Reis
Portugal e Brasil - A Questão dos Poveiros
No regime das violências - A prisão do nosso director - Buscas à sua residência e aos nossos escritórios (Luís Chaves foi preso)
Nota oficiosa da Junta Central o Integralismo Lusitano
Crónica Social, por Alfredo de Freitas Branco
"Nas garras da República" - Felix Correia foi preso
Foto de S. A. R. Dom Duarte Nuno de Bragança
Citação em destaque na caixa: "Mostrei que a igualdade, assim como a liberdade, que os povos desejavam, era mais fácil de encontrar nas monarquias do que nas tumultuosas democracias, onde as vozes prometem tudo, e os factos nada concedem" - Marquês de Penalva - Dissertação a favor da Monarquia, século XVIII
Títulos:
A SS. MM. Os reis da Bélgica (inclui fotografia dos reis)
Saudação aos Reis
Portugal e Brasil - A Questão dos Poveiros
No regime das violências - A prisão do nosso director - Buscas à sua residência e aos nossos escritórios (Luís Chaves foi preso)
Nota oficiosa da Junta Central o Integralismo Lusitano
Crónica Social, por Alfredo de Freitas Branco
"Nas garras da República" - Felix Correia foi preso
Foto de S. A. R. Dom Duarte Nuno de Bragança
"A Ideia Nacional - Semanário monárquico-sindicalista" (1920), dirigida por Luís Chaves |
Fonte: Biblioteca Nacional de Lisboa; https://purl.pt/22654/4/j-1429-a_PDF/j-1429-a_PDF_24-C-R0150/j-1429-a_0000_1-2_t24-C-R0150.pdf