Caetano Maria de Abreu Beirão, (Lisboa, 5 de Novembro 1892 - Lisboa, 21 de Janeiro de 1968)
Escritor, historiador e político. Estudou Direito na Universidade de Coimbra - foi condiscípulo de Helena Quintanilha e de Oliveira Salazar em 1913-1914 - tendo terminado o curso em 1915, entrou pouco depois na magistratura, onde terminou a carreira como Subdelegado do Ministério Público na 1.ª Vara de Lisboa.
Estreou-se como escritor ao publicar a obra Ausente (1915), a que se seguiu Sonetos (1918).
Participou inicialmente no movimento de renovação monárquica do Integralismo Lusitano (IL), sendo director das Juventude Monárquica de Lisboa, chegando mesmo a sofrer a prisão por motivos políticos. Em 1919, publicou Uma Campanha Tradicionalista, com Prefácio de António Sardinha (1887-1925), recolhendo textos que publicara na Nação Portuguesa - Revista de filosofia política e em A Monarquia. Em Setembro, faleceu Adriano Xavier Cordeiro (1880-1919), presidente da Junta Central do Integralismo Lusitano e, em Outubro, os integralistas anunciam o seu afastamento da obediência à Causa de D. Manuel II. Em 1920, Caetano Beirão ainda publicou O elogio histórico de Xavier Cordeiro em sintonia com os integralistas. Estava a chegar ao fim a sua passagem pelo Integralismo Lusitano. Desvincula-se formalmente em 2 de Junho de 1921, vindo a surgir, em 28 de Julho, entre os fundadores da Acção Tradicionalista Portuguesa, membro da sua Junta Directiva. Alfredo Pimenta, que nunca pertencera ao Integralismo, surge nesse grupo como o seu mais destacado dirigente. Caetano Beirão seguirá doravante as suas pisadas, vindo a integrar o grupo de monárquicos apoiantes da Ditadura Militar (1926-28), da Ditadura Nacional (1928-1933) e, por fim, do Estado Novo (de 1933 em diante).
Em 1934, recebeu o Prémio Alexandre Herculano do Secretariado de Propaganda Nacional pelo estudo D. Maria I, Subsídios Para a Revisão da História do Seu Reinado.
Publicou uma vasta obra em revistas, como a Acção Realista (1924-26) e Revista de Arqueologia; em jornais como A Monarquia (1917), A Nação, Diário de Notícias, A Voz (década de 1940), A Época e o Lourenço Marques Guardian.Foi eleito para a Assembleia Nacional nas Vª (1949-1953) e VIª Legislaturas (1953-1957). Na Vª Legislatura foi eleito pelo círculo de Lisboa, integrando a Comissão de Educação Nacional, Cultura Popular e Interesses Espirituais. Na VIª Legislatura foi eleito pelo círculo de Beja, voltando a integrar a mesma Comissão de Educação.
Intervenções parlamentares:
V Legislatura (1949-1953)
1.ª Sessão Legislativa (1949-1950). Refere-se à sua presença na Assembleia Nacional, a consagração do dia 8 de Dezembro, que deve ser considerado feriado nacional, e à necessidade da revisão dos actuais feriados. Discute o aviso prévio relativo ao Regulamento da Carteira Profissional dos Empregados de Escritório.
2.ª Sessão Legislativa (1950-1951). Presta homenagem à memória de Alfredo Pimenta. Profere palavras de homenagem a D. Carlos, a quem se deve erigir um monumento. Discute na generalidade a proposta de lei de revisão da Constituição e do Acto Colonial.
3.ª Sessão Legislativa (1951-1952). Não regista intervenções.
4.ª Sessão Legislativa (1952-1953). Presta homenagem ao antigo político monárquico António Cabral que completou 90 anos de idade.
VI Legislatura (1953-1957)
1.ª Sessão Legislativa (1953-1954). Não regista intervenções.
2.ª Sessão Legislativa (1954-1955). Não regista intervenções.
3.ª Sessão Legislativa (1955-1956). Aprecia a Convenção Universal sobre o Direito de Autor.
4.ª Sessão Legislativa (1956-1957). Presta homenagem à memória do conselheiro António Cabral.
Bibliografia
Livros
Bibliografia passiva
Zília Osório de Castro, "Beirão, Caetano Maria de Abreu", Dicionário de Historiadores Portugueses da Academia Real das Ciências ao Final do Estado Novo
J.M.Q.
Escritor, historiador e político. Estudou Direito na Universidade de Coimbra - foi condiscípulo de Helena Quintanilha e de Oliveira Salazar em 1913-1914 - tendo terminado o curso em 1915, entrou pouco depois na magistratura, onde terminou a carreira como Subdelegado do Ministério Público na 1.ª Vara de Lisboa.
Estreou-se como escritor ao publicar a obra Ausente (1915), a que se seguiu Sonetos (1918).
Participou inicialmente no movimento de renovação monárquica do Integralismo Lusitano (IL), sendo director das Juventude Monárquica de Lisboa, chegando mesmo a sofrer a prisão por motivos políticos. Em 1919, publicou Uma Campanha Tradicionalista, com Prefácio de António Sardinha (1887-1925), recolhendo textos que publicara na Nação Portuguesa - Revista de filosofia política e em A Monarquia. Em Setembro, faleceu Adriano Xavier Cordeiro (1880-1919), presidente da Junta Central do Integralismo Lusitano e, em Outubro, os integralistas anunciam o seu afastamento da obediência à Causa de D. Manuel II. Em 1920, Caetano Beirão ainda publicou O elogio histórico de Xavier Cordeiro em sintonia com os integralistas. Estava a chegar ao fim a sua passagem pelo Integralismo Lusitano. Desvincula-se formalmente em 2 de Junho de 1921, vindo a surgir, em 28 de Julho, entre os fundadores da Acção Tradicionalista Portuguesa, membro da sua Junta Directiva. Alfredo Pimenta, que nunca pertencera ao Integralismo, surge nesse grupo como o seu mais destacado dirigente. Caetano Beirão seguirá doravante as suas pisadas, vindo a integrar o grupo de monárquicos apoiantes da Ditadura Militar (1926-28), da Ditadura Nacional (1928-1933) e, por fim, do Estado Novo (de 1933 em diante).
Em 1934, recebeu o Prémio Alexandre Herculano do Secretariado de Propaganda Nacional pelo estudo D. Maria I, Subsídios Para a Revisão da História do Seu Reinado.
Publicou uma vasta obra em revistas, como a Acção Realista (1924-26) e Revista de Arqueologia; em jornais como A Monarquia (1917), A Nação, Diário de Notícias, A Voz (década de 1940), A Época e o Lourenço Marques Guardian.Foi eleito para a Assembleia Nacional nas Vª (1949-1953) e VIª Legislaturas (1953-1957). Na Vª Legislatura foi eleito pelo círculo de Lisboa, integrando a Comissão de Educação Nacional, Cultura Popular e Interesses Espirituais. Na VIª Legislatura foi eleito pelo círculo de Beja, voltando a integrar a mesma Comissão de Educação.
Intervenções parlamentares:
V Legislatura (1949-1953)
1.ª Sessão Legislativa (1949-1950). Refere-se à sua presença na Assembleia Nacional, a consagração do dia 8 de Dezembro, que deve ser considerado feriado nacional, e à necessidade da revisão dos actuais feriados. Discute o aviso prévio relativo ao Regulamento da Carteira Profissional dos Empregados de Escritório.
2.ª Sessão Legislativa (1950-1951). Presta homenagem à memória de Alfredo Pimenta. Profere palavras de homenagem a D. Carlos, a quem se deve erigir um monumento. Discute na generalidade a proposta de lei de revisão da Constituição e do Acto Colonial.
3.ª Sessão Legislativa (1951-1952). Não regista intervenções.
4.ª Sessão Legislativa (1952-1953). Presta homenagem ao antigo político monárquico António Cabral que completou 90 anos de idade.
VI Legislatura (1953-1957)
1.ª Sessão Legislativa (1953-1954). Não regista intervenções.
2.ª Sessão Legislativa (1954-1955). Não regista intervenções.
3.ª Sessão Legislativa (1955-1956). Aprecia a Convenção Universal sobre o Direito de Autor.
4.ª Sessão Legislativa (1956-1957). Presta homenagem à memória do conselheiro António Cabral.
Bibliografia
Livros
- 1915 - Ausente
- 1918 - Sonetos, 1912-1918 (pdf)
- 1919 - Uma Campanha Tradicionalista
- 1920 - Elogio Histórico do Dr. Adriano Xavier Cordeiro
- 1922 - A Lição da Democracia. Oitenta e Oito Anos da República em Portugal
- 1925- "O "Tradicionalismo" da Carta - I”, Acção Realista, 27-28, pp. 260-266
- 1926 - "O "Tradicionalismo" da Carta - II", Acção Realista, 29, pp. 7-13
- 1926 - "O "Tradicionalismo" da Carta - III", Acção Realista, 30, pp. 40-46
- 1934 - D. Maria I, 1777 - 1792 - Subsídios para a revisão da história do seu reinado
- 1931 - Quem São os Responsáveis Pela Desorganização da Causa Monárquica
- 1931 - O problema da sucessão do rei D. João VI na "História de Portugal" do Sr. Fortunato de Almeida
- 1936 - Cartas da rainha D. Mariana Vitoria para a sua família de Espanha que se encontram nos arquivos Histórico de Madrid e Geral de Simancas
- 1938 - “Prefácio”, Grandes Reportagens de Outros Tempos, com o pseudónimo Amador Patrício
- 1941 - História Breve de Portugal
- 1942 - Resposta à Letra ao Jornal «Novidades»
- 1949-1953 - “Discursos Parlamentares”, Diário das Sessões, 1949-1953, legislaturas V e VI
Bibliografia passiva
Zília Osório de Castro, "Beirão, Caetano Maria de Abreu", Dicionário de Historiadores Portugueses da Academia Real das Ciências ao Final do Estado Novo
J.M.Q.