Enrico Corradini, 1896-1931
Nasceu em Samminiatello, Montelupo Fiorentino, em 20 de Julho de 1865.
Enrico Corradini estudou Letras no Instituto Superior de Florença. Considerado o "fundador do nacionalismo italiano", Corradini não retirou inspiração dos nacionalistas franceses seus contemporâneos, baseando o seu nacionalismo em realidades sem paralelo em França: a Itália sofreu uma derrota colonial em Adua, em 1896, e uma forte emigração, através da qual os italianos se dispersaram enriquecendo outros povos.
O nacionalismo francês da mesma época tinha por temas a paz, a liberdade, a descentralização e a restauração da monarquia. Após quase um século e meio de tranquilidade e de hegemonia da França na Europa, a Revolução Francesa e Napoleão tinham conduzido a França para a guerra, de que resultaram cinco invasões: em 1793, 1814, 1815, 1870, e em 1914. A Revolução Francesa tinha decapitado o rei e fora centralista; veio depois a tirania de Napoleão e a construção de uma vasta máquina burocrática, deixando o indivíduo indefeso em face do Estado. Enquanto o nacionalismo francês pedia sobretudo a paz, a liberdade e a descentralização, o nacionalismo italiano pediu a autoridade do Estado, para evitar a desintegração, e uma capacidade militar capaz de lhe assegurar um Risorgimento e uma nova fase do poder e de prestígio no mundo. O nacionalismo italiano vem a ser matricialmente estatista, autoritário-cesarista, militarista e imperialista.
Corradini assumiu-se nacionalista em Março de 1896, impressionado com a notícia da derrota em Adua, sentindo-se "em violenta sintonia" com a alma do seu povo. Iniciou então uma atividade literária voltada para a criação de personagens animados por um espírito duro: no seu Júlio César (1902) exalta o génio e a força de César juntamente com o génio e a força de Roma.
Em 1895, tinha fundado a revista "Il Marzocco", de que se tornou director em 1897, mas, em 7 de Novembro de 1903, fundou a revista Il Regno, (Florença, de 29 Novembro de 1903 a Dezembro de 1906) escrevendo no seu programa: “Meus amigos e eu temos um só propósito: ser uma voz entre todos aqueles que reclamam e se indignam com a covardia da atual hora nacional... E antes de tudo contra isso do socialismo ignóbil... E também uma voz para difamar aqueles que mostram que fazem tudo para serem derrotados. Para difamar a burguesia italiana que governa e governa".
Nesse Novembro de 1903, terá nascido o nacionalismo italiano pela voz de Corradini. Viveu durante alguns anos como tendência e movimento, encontrando expressão cada vez mais determinada em revistas e jornais. Em Dezembro de 1910, Corradini participou na criação da Associação Nacionalista Italiana (ANI), da qual foi diretor. Foi cofundador de "L'Idea Nazionale" (1911) e seu director (3 de dezembro de 1918 a 15 Junho de 1920). Em 1914, publicou Il Nazionalismo Italiano e, em 1915, defendeu a entrada da Itália na Guerra, vindo depois a aproximar-se do Fascismo. Em 1923, apoiou a fusão entre a ANI e o Partido Nacional Fascista, tornando-se Senador. Foi depois vicepresidente da Commissione presidenziale per le riforme costituzionali (31 de Maio a 5 de Julho de 1925) e Ministro de Estado, em 1 de Novembro de 1928. Faleceu em Roma em 10 de Dezembro de 1931.
Bibliografia
1912 - La conquista di Tripoli: lettere dalla guerra. Milão: Fratelli Treves.
1913 - Nazionalismo e democrazia. Roma: Provenzani.
1914 - Il Nazionalismo Italiano. Milão: Fratelli Treves, Ed. O propósito desta obra: ajudar a "expulsar de Itália os restos de duas revoluções estrangeiras, a revolução burguesa gaulesa e a revolução socialista alemã; e preparar o caminho para uma educação política, moral e espiritual italiana. Ou seja, plantar em nosso solo as sementes de uma futura civilização que tomará o caminho do mundo. Florença, Março de 1914."
1915 - L' Italia e la Guerra. Florença: Gruppo Nazionalista di Firenze.
1916 - Discorsi Nazionali. Roma: L'Italiana.
1923? - Discorsi politici: 1902-1923. Florença: Vallecchi.
1925 - Fascismo vita d'Italia. Florença: Vallecchi.
1926 - L'unità e la potenza delle Nazioni. Florença: Vallecchi, 2ª ed.
1929 - La riforma politica in Europa. Milão: A. Mondadore.
Enrico Corradini estudou Letras no Instituto Superior de Florença. Considerado o "fundador do nacionalismo italiano", Corradini não retirou inspiração dos nacionalistas franceses seus contemporâneos, baseando o seu nacionalismo em realidades sem paralelo em França: a Itália sofreu uma derrota colonial em Adua, em 1896, e uma forte emigração, através da qual os italianos se dispersaram enriquecendo outros povos.
O nacionalismo francês da mesma época tinha por temas a paz, a liberdade, a descentralização e a restauração da monarquia. Após quase um século e meio de tranquilidade e de hegemonia da França na Europa, a Revolução Francesa e Napoleão tinham conduzido a França para a guerra, de que resultaram cinco invasões: em 1793, 1814, 1815, 1870, e em 1914. A Revolução Francesa tinha decapitado o rei e fora centralista; veio depois a tirania de Napoleão e a construção de uma vasta máquina burocrática, deixando o indivíduo indefeso em face do Estado. Enquanto o nacionalismo francês pedia sobretudo a paz, a liberdade e a descentralização, o nacionalismo italiano pediu a autoridade do Estado, para evitar a desintegração, e uma capacidade militar capaz de lhe assegurar um Risorgimento e uma nova fase do poder e de prestígio no mundo. O nacionalismo italiano vem a ser matricialmente estatista, autoritário-cesarista, militarista e imperialista.
Corradini assumiu-se nacionalista em Março de 1896, impressionado com a notícia da derrota em Adua, sentindo-se "em violenta sintonia" com a alma do seu povo. Iniciou então uma atividade literária voltada para a criação de personagens animados por um espírito duro: no seu Júlio César (1902) exalta o génio e a força de César juntamente com o génio e a força de Roma.
Em 1895, tinha fundado a revista "Il Marzocco", de que se tornou director em 1897, mas, em 7 de Novembro de 1903, fundou a revista Il Regno, (Florença, de 29 Novembro de 1903 a Dezembro de 1906) escrevendo no seu programa: “Meus amigos e eu temos um só propósito: ser uma voz entre todos aqueles que reclamam e se indignam com a covardia da atual hora nacional... E antes de tudo contra isso do socialismo ignóbil... E também uma voz para difamar aqueles que mostram que fazem tudo para serem derrotados. Para difamar a burguesia italiana que governa e governa".
Nesse Novembro de 1903, terá nascido o nacionalismo italiano pela voz de Corradini. Viveu durante alguns anos como tendência e movimento, encontrando expressão cada vez mais determinada em revistas e jornais. Em Dezembro de 1910, Corradini participou na criação da Associação Nacionalista Italiana (ANI), da qual foi diretor. Foi cofundador de "L'Idea Nazionale" (1911) e seu director (3 de dezembro de 1918 a 15 Junho de 1920). Em 1914, publicou Il Nazionalismo Italiano e, em 1915, defendeu a entrada da Itália na Guerra, vindo depois a aproximar-se do Fascismo. Em 1923, apoiou a fusão entre a ANI e o Partido Nacional Fascista, tornando-se Senador. Foi depois vicepresidente da Commissione presidenziale per le riforme costituzionali (31 de Maio a 5 de Julho de 1925) e Ministro de Estado, em 1 de Novembro de 1928. Faleceu em Roma em 10 de Dezembro de 1931.
Bibliografia
1912 - La conquista di Tripoli: lettere dalla guerra. Milão: Fratelli Treves.
1913 - Nazionalismo e democrazia. Roma: Provenzani.
1914 - Il Nazionalismo Italiano. Milão: Fratelli Treves, Ed. O propósito desta obra: ajudar a "expulsar de Itália os restos de duas revoluções estrangeiras, a revolução burguesa gaulesa e a revolução socialista alemã; e preparar o caminho para uma educação política, moral e espiritual italiana. Ou seja, plantar em nosso solo as sementes de uma futura civilização que tomará o caminho do mundo. Florença, Março de 1914."
1915 - L' Italia e la Guerra. Florença: Gruppo Nazionalista di Firenze.
1916 - Discorsi Nazionali. Roma: L'Italiana.
1923? - Discorsi politici: 1902-1923. Florença: Vallecchi.
1925 - Fascismo vita d'Italia. Florença: Vallecchi.
1926 - L'unità e la potenza delle Nazioni. Florença: Vallecchi, 2ª ed.
1929 - La riforma politica in Europa. Milão: A. Mondadore.
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