AMARAL, João Mendes do, Alcácer do Sal, 18 de Janeiro de 1893 - Lisboa, 4 de Março de 1981.
Conhecido como João do Amaral, participou no lançamento do Integralismo Lusitano, vindo a ser membro da sua primeira Junta Central, em 1916, mantendo-se nas suas primeiras linhas até à conjuntura da restauração da Monarquia no Norte e em Monsanto (Lisboa), em 1919. Entrou em processo de dissidência em torno da questão dinástica, em 1927, consumando a sua dissidência política ao aderir ao Estado Novo de Oliveira Salazar.
Iniciou-se no jornalismo republicano, como colaborador de O Intransigente de Machado Santos, mas foi atraído para o campo monárquico no contacto com Hipólito Raposo e António Sardinha, vindo a publicar, em 1914, sob o patrocínio de Alberto Monsaraz, os folhetos de propaganda Aqui d'El-Rei!..., plataforma criada para o lançamento do movimento político de ideias do Integralismo Lusitano. Naquele folheto, entrevistou os fundadores Hipólito Raposo, 1885-1953 e José Pequito Rebelo, 1893-1983 e publicitou o lançamento da revista Nação Portuguesa.
Colaborou no jornal Restauração, fundado e dirigido por Francisco Manuel Homem-Cristo (filho), onde se publicou a famosa Carta de um velho a um novo, de Ramalho Ortigão, dirigida a João do Amaral. Colaborou também na revista Ideia Nacional (1915).
Em 1918, licenciou-se em Direito. Após a frustrada tentativa da Monarquia do Norte e de Monsanto, em 1919, exilou-se no Brasil de onde só regressará após o "28 de Maio de 1926" não acompanhando de perto a ruptura do Integralismo Lusitano com D. Manuel II e o reconhecimento do príncipe D. Duarte Nuno de Bragança como herdeiro do trono de Portugal. Em 1927, através do diário monárquico da tarde A Ideia Nacional, tentou estabelecer um novo movimento político em apoio aos dois ramos da Família Real de Bragança, designado Liga de Acção Integralista. A Junta Central do Integralismo Lusitano demarcou-se daquela iniciativa, reafirmando que apenas reconhecia e defendia os direitos de D. Duarte Nuno. Hipólito Raposo criou no seu arquivo particular uma pasta com documentos alusivos ao tema sob um curioso título: "Amaralismo Lusitano", cuja fórmula era "Viva D. Manuel II e Duarte Nuno, seu herdeiro". O integralista Leão Ramos Ascensão viria a considerar aquela iniciativa como uma "obra de aventura e habilidade". O diário A Ideia Nacional, sob a direcção de João do Amaral, publicou-se entre Março e Agosto de 1927.
Em Julho de 1926, o general Gomes da Costa tinha sido preso e deportado para os Açores, esfumando-se o seu projecto constitucional, de inspiração e redacção integralista, apontando para uma representação nacional de base municipal e sindical. Iniciou-se ali um período muito conturbado para o Integralismo Lusitano. Não confiando nos propósitos regeneradores do governo do general Óscar Carmona, os fundadores do Integralismo começaram a aconselhar prudência e não colaboração aos seus filiados com a Ditadura Militar (1926-1928). A desvinculação de João do Amaral, para vir a ingressar na "Salazarquia", não foi um caso isolado: em 1927, desvincularam-se também os jovens José Maria Ribeiro da Silva, Pedro Teotónio Pereira, Manuel Múrias, Rodrigues Cavalheiro, Marcelo Caetano, Pedro de Moura e Sá; em 1928, Manuel Múrias consumou a sua dissidência; em 1929, já durante a Ditadura Nacional (1928-1933), deu-se a ruptura definitiva de Teotónio Pereira e Marcelo Caetano, dissolvendo o Instituto António Sardinha; e foi em 1930 que se consumou formal e definitivamente a dissidência de João do Amaral.
Acabou por aderir plenamente ao Estado Novo, vindo a ser dirigente da União Nacional e deputado na Assembleia Nacional de 1937 a 1969. Foi subdirector do Diário de Notícias (1938-1939), durante a direcção de Eduardo Schwalbach. Tornou-se um colaborador próximo de Oliveira Salazar, sendo envolvido nas negociações para o casamento do duque de Bragança, D. Duarte Nuno, no Brasil (1942) e na recuperação do paquete Santa Maria, tomado por opositores ao regime liderados por Henrique Galvão (1961).
Pertenceu ao Conselho de Administração da Companhia Nacional de Navegação, ao Conselho Fiscal da Companhia Portuguesa de Tabacos, e integrou o Conselho de Administração da Companhia de Seguros A Mundial.
Conhecido como João do Amaral, participou no lançamento do Integralismo Lusitano, vindo a ser membro da sua primeira Junta Central, em 1916, mantendo-se nas suas primeiras linhas até à conjuntura da restauração da Monarquia no Norte e em Monsanto (Lisboa), em 1919. Entrou em processo de dissidência em torno da questão dinástica, em 1927, consumando a sua dissidência política ao aderir ao Estado Novo de Oliveira Salazar.
Iniciou-se no jornalismo republicano, como colaborador de O Intransigente de Machado Santos, mas foi atraído para o campo monárquico no contacto com Hipólito Raposo e António Sardinha, vindo a publicar, em 1914, sob o patrocínio de Alberto Monsaraz, os folhetos de propaganda Aqui d'El-Rei!..., plataforma criada para o lançamento do movimento político de ideias do Integralismo Lusitano. Naquele folheto, entrevistou os fundadores Hipólito Raposo, 1885-1953 e José Pequito Rebelo, 1893-1983 e publicitou o lançamento da revista Nação Portuguesa.
Colaborou no jornal Restauração, fundado e dirigido por Francisco Manuel Homem-Cristo (filho), onde se publicou a famosa Carta de um velho a um novo, de Ramalho Ortigão, dirigida a João do Amaral. Colaborou também na revista Ideia Nacional (1915).
Em 1918, licenciou-se em Direito. Após a frustrada tentativa da Monarquia do Norte e de Monsanto, em 1919, exilou-se no Brasil de onde só regressará após o "28 de Maio de 1926" não acompanhando de perto a ruptura do Integralismo Lusitano com D. Manuel II e o reconhecimento do príncipe D. Duarte Nuno de Bragança como herdeiro do trono de Portugal. Em 1927, através do diário monárquico da tarde A Ideia Nacional, tentou estabelecer um novo movimento político em apoio aos dois ramos da Família Real de Bragança, designado Liga de Acção Integralista. A Junta Central do Integralismo Lusitano demarcou-se daquela iniciativa, reafirmando que apenas reconhecia e defendia os direitos de D. Duarte Nuno. Hipólito Raposo criou no seu arquivo particular uma pasta com documentos alusivos ao tema sob um curioso título: "Amaralismo Lusitano", cuja fórmula era "Viva D. Manuel II e Duarte Nuno, seu herdeiro". O integralista Leão Ramos Ascensão viria a considerar aquela iniciativa como uma "obra de aventura e habilidade". O diário A Ideia Nacional, sob a direcção de João do Amaral, publicou-se entre Março e Agosto de 1927.
Em Julho de 1926, o general Gomes da Costa tinha sido preso e deportado para os Açores, esfumando-se o seu projecto constitucional, de inspiração e redacção integralista, apontando para uma representação nacional de base municipal e sindical. Iniciou-se ali um período muito conturbado para o Integralismo Lusitano. Não confiando nos propósitos regeneradores do governo do general Óscar Carmona, os fundadores do Integralismo começaram a aconselhar prudência e não colaboração aos seus filiados com a Ditadura Militar (1926-1928). A desvinculação de João do Amaral, para vir a ingressar na "Salazarquia", não foi um caso isolado: em 1927, desvincularam-se também os jovens José Maria Ribeiro da Silva, Pedro Teotónio Pereira, Manuel Múrias, Rodrigues Cavalheiro, Marcelo Caetano, Pedro de Moura e Sá; em 1928, Manuel Múrias consumou a sua dissidência; em 1929, já durante a Ditadura Nacional (1928-1933), deu-se a ruptura definitiva de Teotónio Pereira e Marcelo Caetano, dissolvendo o Instituto António Sardinha; e foi em 1930 que se consumou formal e definitivamente a dissidência de João do Amaral.
Acabou por aderir plenamente ao Estado Novo, vindo a ser dirigente da União Nacional e deputado na Assembleia Nacional de 1937 a 1969. Foi subdirector do Diário de Notícias (1938-1939), durante a direcção de Eduardo Schwalbach. Tornou-se um colaborador próximo de Oliveira Salazar, sendo envolvido nas negociações para o casamento do duque de Bragança, D. Duarte Nuno, no Brasil (1942) e na recuperação do paquete Santa Maria, tomado por opositores ao regime liderados por Henrique Galvão (1961).
Pertenceu ao Conselho de Administração da Companhia Nacional de Navegação, ao Conselho Fiscal da Companhia Portuguesa de Tabacos, e integrou o Conselho de Administração da Companhia de Seguros A Mundial.